Brasil deve ganhar primeira usina de ondas

Antônio Gois

A Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia) da UFRJ mostrou ontem aos participantes do Seminário Internacional de Energia das Ondas como funcionará a primeira usina do Brasil a produzir energia a partir das ondas do mar, a ser instalada até o fim do ano no litoral do Ceará. O projeto foi desenvolvido pela Coppe e testado no Laboratório de Tecnologia Oceânica da instituição.

A usina, cuja licitação para construção pelo governo do Ceará deve ocorrer no mês que vem, gerará o equivalente a 500 kW, suficiente para abastecer 200 residências. Essa experiência servirá como um projeto piloto para desenvolver a capacidade do país de gerar energia por meio de ondas.

Estudos preliminares da Coppe estimam que o país poderá, no futuro, gerar a partir do oceano até 15% do total de energia consumida. O desafio neste momento, segundo o coordenador do projeto, Segen Estefen, é fazer com que seus custos diminuam.

A geração de energia por ondas ainda não é viável economicamente. Estefen afirma, no entanto, que o mesmo aconteceu com a tecnologia de exploração de petróleo em alto mar. No início, segundo o engenheiro, ela também era muito cara, mas foi se tornando viável à medida que os projetos foram levados adiante.

Uma das vantagens da usina de ondas é que ela tem um dos menores impactos ambientais conhecidos entre todas as formas de produção de energia já existentes. Isso porque se trata de uma fonte limpa de energia e não há necessidade de represar a água.

A usina funciona com a ajuda de blocos de concreto que ficam boiando em alto mar. Eles ficam presos à usina por meio de braços de aço com 25 metros de comprimento. Com o movimento das ondas, esses blocos também se movem e produzem força para bombear a água do mar para reservatórios dentro da usina.

Nesses reservatórios, a água chega com alta pressão e entra depois numa câmara que aumenta ainda mais essa pressão, fazendo com que o jato d’água saia do compartimento com uma força equivalente à de uma queda d’água de 500 metros de altura. Esse jato move uma turbina, que gera finalmente a energia.

Estefen afirma que o potencial de energia a ser gerado pelos oceanos no Brasil seria mais do que suficiente para abastecer todo o país. Ele explica, no entanto, que isso não é viável porque não se pode instalar essas usinas em todo o litoral brasileiro. “Ninguém imagina que uma usina vá ser construída no meio da praia de Copacabana. Esse potencial a ser explorado vai depender sempre de uma avaliação dos locais adequados para o funcionamento da usina”, explica o engenheiro.

Ele afirma que o local escolhido foi o litoral cearense porque, apesar de as ondas terem intensidade menor em comparação com outros pontos do Sudeste e Sul, a corrente de ventos faz com que as ondas sejam mais constantes. Segundo medições feita pela Coppe, as ondas do litoral cearense têm capacidade média de 7,7 kW por metro de onda.

Até o momento, Estefen afirma que já foram gastos R$ 775 mil no desenvolvimento dessa tecnologia. O projeto total, prevê ele, deve ficar inicialmente em R$ 3,5 milhões. A expectativa é que, uma vez colocada em prática, o país consiga desenvolver mais a tecnologia e chegar a um custo mais aceitável de geração por unidade de energia.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br

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