10.05.2011 ]
Juliana Colombo
Em 2008, após 16 anos de trabalho em uma empresa de energia elétrica, André Cantú, 50, largou o emprego e abriu um restaurante com uma particularidade: os produtos são elaborados sem alimentos de origem animal.
Localizado no bairro da Liberdade (centro de São Paulo), o Broto de Primavera é um dos quatro estabelecimentos veganos de São Paulo, de acordo com a ONG Sociedade Vegana.
Esse mercado, que dispensa artigos animais na elaboração dos produtos, está em ascensão em São Paulo, dizem especialistas.
Para Fabio de Azevedo, consultor de varejo do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), há muito potencial a ser explorado.
“Esse é um nicho de mercado especializado para atender a um consumidor preocupado não só com hábitos alimentares, mas com um estilo de vida diferenciado”, resume Azevedo.
Segundo estudo da empresa de pesquisa Euromonitor, o setor de alimentos e bebidas saudáveis (incluindo orgânicos, diet e light) deve faturar US$ 21,5 bilhões (R$ 34,6 bilhões) no país até 2014.
Cantú investiu R$ 70 mil na reforma do ponto. Quase três anos depois, com faturamento mensal de R$ 15 mil, o empresário planeja ampliação. “Só falta convencer a vizinha a vender o terreno.”
LEQUE MAIOR
O empresário George Guimarães, 37, também investiu na área. Com duas unidades do restaurante Vegethus, o empresário diz faturar R$ 60 mil na localizada na capital paulista e R$ 35 mil na situada em Santo André (SP).
Mas há quem amplie o leque de produtos para ganhar mercado, como Milena Signe, 47, dona do Apfel, restaurante vegetariano com opções veganas. “Posso atender a qualquer público.”
Laura Kin, que abriu e fechou uma padaria vegana em 2009, não credita a falência à falta de clientes. “Foi por não saber administrar o negócio. Público tinha”, diz.
Como os negócios que envolvem o veganismo não se restringem à alimentação, o webmaster Alex Fernandes, 38, criou em 2004, o portal Guia Vegano.
Ele conta que 70% do público do site são mulheres, na faixa de 15 a 30 anos, “preocupadas com saúde e impacto do seu consumo no planeta”.
Clélia Angelon, 62, dona da empresa de cosméticos Surya, também aproveitou o interesse em produtos veganos e teve crescimento de 30% de 2009 para 2010.
No ano passado, faturou R$ 26 milhões. “Pessoas ligadas aos seus animais de estimação e à saúde procuram meus produtos”, diz.
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