Os refrigerantes diet não têm açúcar, mas alguns têm benzeno, substância que pode causar câncer.
Os malefícios à saúde causados pelos refrigerantes são bastante difundidos. Nossos testes anteriores mostraram a quantidade de açúcar presente nessas bebidas, desaconselhando o consumo pelas crianças. A surpresa foi encontrar benzeno, uma substância potencialmente cancerígena, em sete dos 24 refrigerantes que testamos agora.
Descobrimos também dois corantes impróprios para as crianças: o amarelo crepúsculo, proibido em países europeus por causar hiperatividade, e o amarelo tartrazina, que pode causar alergias.
Por isso, estamos retomando nossa campanha por uma alimentação mais saudável para as crianças.
Grapette tradicional traz edulcorante
Os rótulos dos refrigerantes estampam todas os dados exigidos pela legislação, como a tabela nutricional e algumas informações não exigidas por lei, como o número do atendimento ao cliente (SAC).
De todo modo, a PRO TESTE ainda gostaria de ver nesses produtos a validade após abertura e o modo de conservação das bebidas.
Em relação à higiene, não encontramos microrganismos nos refrigerantes, nem qualquer problema que pudesse comprometê-los.
Mas, na busca por edulcorantes, encontramos na Grapette tradicional sacarina sódica e ciclamato de sódio, substâncias que nem aparecem na lista de ingredientes desta bebida!
Como o consumidor poderá escolher não beber produtos com edulcorantes se ele não é avisado da presença de tais ingredientes pelo refrigerante? Nas demais bebidas, os edulcorantes encontrados estavam de acordo com a descrição de seus rótulos.
E, se você não sabe, “zero” é outra denominação para refrigerantes diet, pois significa sem açúcar.
As bebidas com edulcorantes não devem ser ingeridas por crianças e o consumo das bebidas com aceitável neste parâmetro por adultos não deve ser maior que dois copos de 200 ml ao dia. As análises deste teste tomaram como referência uma criança de 4 a 6 anos e 20 kg e um adulto com 70 kg. Quanto menor o peso da pessoa, menor a quantidade de edulcorantes que ela deve ingerir.
Açúcar impede o consumo por crianças
Medimos o teor de açúcar das bebidas para checar se as que se denominam diet, light e zero realmente o são e para verificar se as tradicionais abusam do açúcar.
Não encontramos problemas de denominação, mas todos os refrigerantes têm açúcar demais para que o consumo por crianças seja tolerável (veja mais sobre alimentação infantil em nosso site).
Para os adultos, a ingestão de refrigerantes é aceitável se não passar de dois copos diários. Mas antes de optar pelo refri, lembre-se que um copo tem, em média, 100 kcal e nenhum nutriente. Será que vale?
Os refrigerantes também trazem ácido benzoico, que pode aumentar os sintomas de hiperatividade. Fique de olho na composição dos alimentos que seu filho ingere!
Em relação à avaliação de sódio, há bebidas que trazem até 31% deste elemento na composição. Como os refrigerantes não são a única fonte de sódio na dieta, melhor não abusar para não ter hipertensão.
Substância que causa câncer nas laranjadas
Já que as bebidas testadas traziam ácido benzoico, era possível que algumas também tivessem benzeno, uma substância cancerígena que resulta da combinação dos ácidos benzoico e ascórbico, mais conhecido como vitamina C.
Encontramos benzeno em sete bebidas, mas em duas, Fanta Laranja Light e Sukita Zero, o limite estava acima do recomendado para um consumo saudável. Na Sukita Zero encontramos quatro vezes o limite permitido por lei.
Se você quiser ser mais radical que a legislação brasileira, elimine de uma vez por todas o consumo de benzeno da sua dieta. Segundo a OMS, não há um limite seguro para a ingestão de benzeno.
Outro problema das laranjadas, mas também comum ao Grapette, é a presença de corantes não recomendados ao público infantil. O amarelo tartrazina, presente nas duas versões de Grapette, pode causar alergias. Já o amarelo crepúsculo, presente nas versões de Fanta e Sukita, foi proibido em vários países da Europa por causar hiperatividade.
Ácido fosfórico reduz absorção de cálcio
Não é lenda: um componente presente nos refrigerantes de cola reduz a absorção de cálcio do organismo, podendo causar osteoporose. Ele é o ácido fosfórico, mas também aparece nos rótulos como “acidulante INS 338” e serve como regulador de acidez.
Encontramos ácido fosfórico na lista de ingredientes de todos os refrigerantes de cola. Portanto, melhor evitá-las!
Consumidores já confundem as versões
Na degustação, os consumidores tentaram distinguir as bebidas diet, light e zero de suas versões tradicionais.
Não queríamos eleger qual o melhor refrigerante entre os testados, mas comparar as diferentes versões de cada bebida entre si.
Ao provarem as bebidas lights, diets e zero, em vários casos, os consumidores já não souberam que versão lhes foi oferecida. A Coca-Cola Light foi confundida com a tradicional por 76% do painel de consumidores. Já a Fanta tradicional só foi reconhecida por 46% deles. O caso mais surpreendente é o da Pepsi tradicional, que foi confundida por 93% dos consumidores com a Pepsi Light.
As águas de limão não puderam ser comparadas de forma cruzada, já que não há versões diferentes do mesmo produto. Para os painelistas, a H2OH lembra aspartame, a Aqua deixa sabor residual amargo e a Aquarius Fresh tem pouco gás. Por fim, não aconselhamos o consumo de refrigerantes, mas para sua informação, os melhores preços para as bebidas testadas foram dos hipermercados. As embalagens maiores (2 l ou mais) oferecem a melhor relação custo-benefício.
Como Fizemos o Teste
Levamos 14 refrigerantes diets, lights e zero e suas versões tradicionais ao laboratório para analisar a higiene e a qualidade nutricional das bebidas medindo o teor de açúcar e procurando edulcorantes (adoçantes artificiais), conservantes, contaminantes, sódio e corantes. Ao final, um painel de consumidores degustou-as sem identificação, para apontar se eram as versões tradicionais ou diets/lights. Nosso intuito não foi descobrir a melhor bebida, mas comparar as versões. Por isso, não designamos a escolha certa.
Arquivo pdf com as tabelas comparativas
Fonte: Revista PRÓ-Teste 80, Maio 2009.
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