Você indo longe demais na busca de ficar bem?

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Fugindo dos extremos

Se você foi a um médico recentemente, há uma boa chance de que, qualquer que fosse seu problema específico, ele lhe encomendou um check-up geral: exames de sangue, pressão arterial, colesterol, índice de massa corporal e uma longa lista de outros exames.

Para muitas pessoas que trilham esse mesmo caminho, o final da jornada será uma receita de um remédio para uma condição que não produzia sintomas – talvez uma estatina para baixar o colesterol, ou um inibidor de angiotensina para uma pressão arterial elevada. Muitas vezes, elas vão tomar os comprimidos para o resto de suas vidas.

À parte os benefícios inegáveis da prevenção, cada vez mais estudiosos da área de saúde alegam que, sob o escudo do argumento dessa mesma prevenção real e necessária, tem havido um exagero de tratamentos e receituários sem benefícios para os pacientes.

Fronteira entre doença e bem-estar

De fato, a fronteira entre o bem-estar e a doença continua se movendo.

Determinações legais dos institutos nacionais de saúde, ou normas de entidades profissionais, alteram parâmetros que mudam os critérios para que uma pessoa seja considerada doente ou se ela deve tomar um medicamento para evitar riscos de alguma doença, entre os quais as polêmicas mais recentes das estatinas e das aspirinas.

Em princípio, essas medidas parecem ser uma coisa boa. Afinal, onde está o mal em identificar problemas potenciais mais cedo e usar a medicina moderna para lidar com eles?

Ocorre que, no geral, a maioria dos programas de rastreio em massa provou que essa abordagem é ineficaz ou mesmo prejudicial, e esses programas acabaram sendo interrompidos – apenas alguns poucos permanecem.

A sobretriagem – basicamente procurar exageradamente doenças em quem não tem sintomas – é um problema real: falsos positivos levam a intervenções médicas desnecessárias e a traumas psicológicos, enquanto falsos negativos podem levar as pessoas a ignorar sintomas genuínos.

Medicação profilática

Já os riscos da medicação profilática são diferentes.

O fato é que a ciência não sabe o suficiente sobre os efeitos a longo prazo de tomar medicamentos preventivamente. E as formas com que vários medicamentos tomados simultaneamente interagem entre si e afetam o paciente é algo ainda não estudado, menos ainda compreendido.

Conforme as prescrições profiláticas se expandem, os organismos de saúde pública terão de decidir se e quando os benefícios de adicionar mais drogas para o receituário serão superados pelos malefícios.

Tais decisões requerem acompanhamento a longo prazo: os problemas dos rastreios – as chamadas campanhas de prevenção – devem ser um aviso de que as medidas preventivas de grande escala, não importa o quão bem-intencionadas, podem ter consequências imprevisíveis.

Definição de bem-estar

A raiz do problema é que não temos uma boa definição do bem-estar: pela prática de saúde atual, bem-estar não parece ser mais do que uma ausência de doença.

Mas, se o bem-estar é agora o objetivo da política de saúde pública, assim como uma busca pessoal para milhões de pessoas, é chegada a hora de decidir o que queremos dizer com essa expressão.

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