Sensibilidade eletromagnética
A sensibilidade eletromagnética é ainda um assunto controverso entre os pesquisadores. Há relatos conflitantes a respeito de por que algumas pessoas apresentam dores ao se aproximar de campos eletromagnéticos, como os gerados pelas antenas de telefones celulares, por exemplo. Para tentar esclarecer o assunto, cientistas da Universidade do Texas em Dallas (EUA) desenvolveram uma nova metodologia. E obtiveram resultados muito contundentes.
“Nosso estudo fornece evidências, pela primeira vez, que as pessoas expostas a torres de telefonia celular, em níveis baixos mas regulares, podem realmente sentir dor,” disse o Dr. Mario Romero-Ortega, autor da nova técnica, descrita em um artigo publicado na revista científica PLOS One.
“Nosso estudo também aponta uma rota nervosa específica que pode contribuir para a nossa principal descoberta,” acrescentou ele.
Dor e antenas de celular
A equipe começou a trabalhar a partir de casos de pessoas amputadas, que relatam dores em seus “membros fantasmas” quando se aproximam de antenas e outras fontes de radiação eletromagnética.
Havia a hipótese de que as dores fantasmas apresentadas pelos amputados poderiam dever-se à formação de neuromas, feixes de nervos periféricos inflamados que muitas vezes se formam devido à lesão, e que poderiam ser sensíveis à radiação eletromagnética.
Para evitar a subjetividade dos pacientes, a equipe usou um modelo animal de amputação e, para mensurar a dor, uma interface neural, a mesma tecnologia que conecta próteses biônicas ou robóticas aos nervos.
Foram usadas antenas com uma densidade de potência para simular a presença de uma pessoa a cerca de 40 metros de uma torre de celular.
Alodinia
Os experimentos mostraram que, na quarta semana de exposição, 88% dos indivíduos com lesão nos nervos apresentavam sinais de dor, enquanto apenas um indivíduo no grupo de controle, sem lesão nervosa, apresentou dor, o que ocorreu logo na primeira semana.
A surpresa é que a dor induzida pela antena permaneceu mesmo depois da ressecção do neuroma, o tratamento típico feito em seres humanos nos quais neuromas causam dores.
Ao analisar a questão em nível celular, os pesquisadores chegaram à proteína TRPV4, que é conhecida por ser um fator de sensibilidade ao calor e ao desenvolvimento de alodinia, uma condição na qual um estímulo normalmente não doloroso produz dor, algo que alguns indivíduos amputados também apresentam.
“É altamente provável que a TRPV4 seja um mediador na resposta à dor para estes indivíduos,” disse Romero-Ortega. “Nossos experimentos com imagens de cálcio foram um bom indicador de que vale a pena fazer mais investigações sobre a TRPV4.”
Devido à especificidade do estudo, não é possível estender as conclusões para pessoas sem danos neurológicos.
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