Quem manda no país são os banqueiros. Até quando vamos tolerar isso?

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Francisco Bendl

A verdade é que, em quaisquer circunstâncias, quem perde é o povo, o trabalhador. Se em período de inflação o salário é corroído; se em período de estagflação fica desempregado; se em período de estabilidade financeira seus salários não fazem frente às despesas; se em explosão econômica os juros e a alta carga tributária lhe limitam os ganhos. Ou seja, morto por ter cão, morto por não tê-lo.

Na condição de extrema fragilidade perante o poder monetário, o povo será usado despudoradamente para manter o sistema sólido, cada vez mais lucrativo, espoliativo, explorador.

A pergunta que não encontra resposta é uma só: Por que os governos permitem que os banqueiros continuem a nos escravizar?

Ora, se países são invadidos e guerras são fomentadas para dinamizar a indústria bélica; revoluções são feitas em nome de religiões e etnias; conflitos são enaltecidos para que interesses políticos sejam preservados, por que cargas d’água não se encontram modos de frear a ganância dos bancos que tantos males provocam aos cidadãos desse mundo?! Que tamanha proteção de exércitos possuem, pois são inatingíveis até mesmo em crise onde todos perdem, menos eles, claro?!

Confisco

Aqui, no Brasil, um presidente psicopata, delirante, imaginou que tirar o dinheiro do trabalhador seria a solução para resolver a inflação, lembram?

Da noite para o dia, o povo ficou sem sua poupança e seu o dinheiro da conta corrente, confiscados por um idiota, tresloucado, pretensioso, arrogante e imbecil, o tal Collor (caras e bocas) de Mello.

Resultado: de nada adiantou a sua violência contra o cidadão, mas os bancos lucraram cada vez mais! Até que, nos governos do PT (dos Trabalhadores, conforme se intitula o partido) nestes mais de 13 anos de poder nunca antes os bancos lucraram tanto na história!

Atentados à economia

Os desmedidos lucros bancários e os juros abusivos são atentados à economia e aos bolsos do brasileiro, pois nem os petistas se atrevem a alterar este quadro contrário ao desenvolvimento do Brasil e ao progresso da coletividade e individual. Ao contrário, o PT mais ainda incentivou e aumentou os ganhos do sistema, cujo ápice é atingido agora (2014), quando o Bradesco lucra nos primeiros três meses desse ano a bagatela de R$ 3,5 bilhões de reais.

Em outras palavras: em 2014, presume-se que os bancos brasileiros obtenham mais de 60 bilhões de reais em lucros extraídos da pobreza, da miséria, do trabalho do cidadão brasileiro, eterna vítima dessa incúria econômica, irresponsabilidade e covardia dos governantes que permanecem à mercê do sistema financeiro, que não limitam os juros, que não elaboram regulamentações sobre os altos ganhos dos bancos e que estão comprometendo o desempenho tanto do Brasil quanto do seu povo!

http://www.carlosnewton.com.br

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Relatório diz que curar doenças é ‘economicamente inviável’

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Um relatório elaborado pela multinacional Goldman Sachs, vazado na última semana, aponta que investir em tratamentos de longo prazo é financeiramente mais viável do que insistir em curas para doenças. O teor do documento, segundo o portal IFL Science, era destinado apenas aos clientes da empresa.

A analista de pesquisas, Salveen Richter, utilizou como exemplo o tratamento de hepatite C desenvolvido pelo laboratório Gilead Sciences. No relatório, ela mencionou um lucro de U$12,5 bilhoes em 2015, apenas nos Estados Unidos, na busca por medicaçoes contra a patologia. O novo recurso oferecido pela empresa, no entanto, promoveu uma evolução rápida no quadro dos pacientes, que terminavam o tratamento em apenas doze semanas.

Com a redução de terapias a longo prazo, o banco previu uma queda de ao menos U$4 bilhoes em investimentos na área para 2018.

“Enquanto esta resolução traz grandes avanços para os pacientes e para a sociedade, isso também representa um desafio para atrair lucros para quem desenvolve pesquisas na área médica”, concluiu a analista no texto.

fonte: https://br.financas.yahoo.com

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WikiLeaks expõe como 90% dos meios de comunicação são controlados por poucas pessoas

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Uma única organização controla quase tudo o que você vê, ouve e lê na mídia e eles estão seguindo seus líderes por décadas.

De Matt Agorist

Não é segredo que, nas últimas 4 décadas, a mídia tradicional foi consolidada de dezenas de empresas concorrentes para apenas seis. Centenas de canais, sites, comunicados de imprensa, jornais e revistas, que compõem 90% de todos os meios de comunicação são controlados por poucas pessoas, dando aos norte-americanos a ilusão de escolha.

Enquanto seis empresas que controlam a maioria de tudo o que o mundo ocidental consome em relação à mídia podem parecer um arranjo sinistro, o Centro Suíço de Pesquisa sobre Propaganda (SPR) acaba de divulgar informação ainda pior.

O grupo de pesquisa conseguiu amarrar todas essas empresas de mídia a uma única organização – o Conselho de Relações Exteriores (CFR).

Para quem não sabe, o CFR é um membro primário do círculo de think-tanks de Washington que promove uma guerra sem fim. Como o ex-Major do Exército Todd Pierce informa, este grupo atua como “provocadores primários” usando “sugestão psicológica” para criar uma falsa narrativa de perigo de alguma entidade estrangeira com o objetivo de criar paranóia na população dos EUA de que está sob ameaça iminente de um ataque.

Um membro sênior do CFR, Robert Kagan, proclamou publicamente que os EUA deveriam criar um império.

A narrativa criada pelo CFR e suas coortes é apanhada por seus comunicadores secundários, conhecidos também pela mídia dominante, que o empurram para a população sem análise ou questionamento.

Ao olhar para o gráfico da SPR, o alcance desta única organização é tão vasto que não é um mistério sobre como esses psicopatas de elite orientam os norte-americanos a aceitar numa guerra sem fim à custa de suas mães, pais, filhos e filhas.

Os principais jornalistas e executivos de todas as principais empresas de mídia estão integrados ao CFR. Como o gráfico ilustra, o CFR tem ainda mais controle na mídia convencional do que o nefasto Grupo Bilderberg e a Comissão Trilateral.

..

Como observa SPR, Richard Harwood, ex-redator e Chefe geral do Washington Post, escreveu sobre o Conselho de Relações Exteriores. Reconhecendo que seus membros provavelmente correspondem ao que se poderia chamar de “establishment dominante dos Estados Unidos”.

Harwood continuou: “A adesão desses jornalistas ao conselho pode fezê-los pensar que é um reconhecimento de seu papel ativo e importante nos assuntos públicos e de sua ascensão na classe dominante norte-americana. Eles não apenas analisam e interpretam a política externa dos Estados Unidos; eles ajudam a fazê-la”.

Apesar de apenas 5% dos membros do CFR trabalharem nas empresas de mídia, SPR ressalta que é tudo o que eles precisam para implementar a vontade de seus membros, que inclui:

– vários presidentes dos EUA e vice-presidentes de ambas as partes;
– quase todos os ministros estrangeiros, de defesa e finanças;
– a maioria dos chefes e comandantes do exército dos EUA e da OTAN;
– quase todos os Conselheiros de Segurança Nacional, Diretores da CIA, Embaixadores das Nações Unidas, Presidentes do Fed, Presidentes do Banco Mundial e Diretores do Conselho Econômico Nacional;
– alguns dos membros mais influentes do Congresso (especialmente os políticos estrangeiros e de segurança);
– numerosos gerentes de mídia e melhores jornalistas, bem como alguns dos atores mais famosos;
– numerosos acadêmicos proeminentes, especialmente nas áreas-chave da economia, das relações internacionais, das ciências políticas e históricas e do jornalismo;
– numerosos executivos de grupos de reflexão, universidades, ONGs e Wall Street;
– e membros-chave da Comissão do 11 de Setembro e da Warren Commission (JFK).

Para destacar o quanto é forte o controle sobre a mídia que o CFR exerce, precisamos apenas olhar para o fato de que eles operam – ao ar livre – e não recebem quase nenhuma cobertura da mídia. O ex-presidente do CFR, o Alto Comissário para a Alemanha, co-fundador da Atlantic Bridge, presidente do Banco Mundial, e conselheiro de nove presidentes dos EUA, John J. McCloy, na verdade, se gabou publicamente sobre a escolha dos políticos norte-americanos pelo CFR.

“Sempre que precisávamos de um homem [em Washington], enviamos o pedido de membros do Conselho e fazemos um chamado para Nova York [para o escritório da sede do CFR]”, disse McCloy.

Até a eleição de Trump, os quatro últimos presidentes foram o diretor do CFR, George HW Bush, que foi substituído por um membro do CFR, Bill Clinton, que foi substituído por um membro da família do CFR, George W. Bush, que foi então substituído pelo candidato do CFR Barack Obama – que encheu seu gabinete com membros do grupo de elite.

Embora Donald Trump nunca tenha sido um membro público do CFR, isso não o impediu de preencher a Casa Branca com dezenas de membros do CFR.

Aqui estão alguns dos membros do CFR designados por Trump:

– Elaine Chao, Secretária dos Transportes dos Estados Unidos (membro individual do CFR)
– Jamie Dimon, Membro do Fórum Estratégico e de Políticas (membro corporativo da CFR)
– Jim Donovan, Secretário Adjunto do Tesouro (membro corporativo da CFR)
– Larry Fink, Membro do Fórum Estratégico e de Políticas (membro corporativo da CFR)
– Neil M. Gorsuch, juiz da Suprema Corte (membro individual do CFR)
– Vice-Almirante Robert S. Harward, Assessor de Segurança Nacional (nomeação recusada) (membro corporativo da CFR)

Mesmo que Trump não seja um membro oficial do CFR, seu gabinete é composto quase inteiramente de pessoas que fazem parte dele! Como esta informação demonstra – a democracia é uma ilusão. Também explica por que informações como essa, que desafiam a visão de mundo oficial, exibida pelas grandes mídias de massa, estão sendo atacadas.

Por favor, compartilhe este artigo com seus amigos e familiares para mostrar o quanto da informação pública, processos políticos e de suas vidas são controladas por um punhado de pessoas.

http://thefreethoughtproject.com

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A concentração bancária no Brasil não tem paralelo no mundo!

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Dirceu põe a mão na ferida: os bancos!

O Conversa Afiada reproduz da Fundação Perseu Abramo artigo do ministro José Dirceu:

Por que os juros são altos?

Em julho de 2015, o BC registrou R$ 3.111 bilhões em empréstimos, operações do sistema bancário equivalentes a 54,5% do PIB. Os bancos receberam por esses empréstimos R$ 880 bilhões, 15,4 % do PIB, a partir de juros reis médios de 28,5% a.a., contra uma média europeia de 3% a 5%.

Os bancos e todo o sistema financeiro de intermediários assumiram o controle da economia e subjugam o produtor e o consumidor, as empresas e os cidadãos que pagam a conta.

De uma atividade meio, o sistema bancário e financeiro brasileiro se transformou em atividade fim. Sua produtividade, que deveria depender de sua contribuição para o ciclo econômico real, passou a ser resultado de seu lucro, do que se apropria da economia real, inclusive das aplicações financeiras com a dívida pública, sua tesouraria.

Em 2015, segundo o BC, os bancos cobravam juros de 104% no crédito comercial; 403% no crédito rotativo; 253,2% no cheque especial; 25% a 30% no crédito consignado. Para pessoa física, 103%.

E evidente que parte fundamental da renda nacional é apropriada pelos bancos via juros, sem nenhuma razão econômica que a justifique a não ser o poder político e o poder econômico que controlam e exercem. Os efeitos e as consequências dessa apropriação são fatais para o crescimento e acarretam uma extraordinária concentração de renda, agravada pela estrutura tributária e pelos pagamentos de juros da dívida interna.

Nos últimos anos, a expropriação das famílias é cada vez maior: em 2005, 19, 3% da renda familiar era dirigida ao pagamento de dívidas; em 2015, 46,5% , basicamente por conta dos altíssimos juros. No setor produtivo, a realidade não é diferente. O juro do capital de giro é de 24%, o de duplicatas de 35%. Para se ter uma ideia, na zona do Euro é de 2,20% (BCE).

Os juros no Brasil são um obstáculo, uma trava ao investimento e ao consumo das empresas e famílias. Os preços finais com juros são, em média, 2 vezes os preços à vista do bem de consumo. Parte fundamental do lucro das empresas é apropriada pelo sistema bancário e se expressa no ditado popular “trabalho para o banco”.

Tudo se agrava com o papel da dívida pública, onde os altos juros, acima do lucro médio da economia, desviam centenas de bilhões de reais — lucros das empresas, renda das pessoas físicas para a aplicação em títulos públicos com risco zero, liquidez total e renda superior à da atividade produtiva.

Com a demanda das famílias, o consumo, o mercado interno é decisivo para o crescimento ao lado do investimento público e privado, do crédito acessível e viável. Mas os efeitos das taxas de juros praticados no Brasil impedem, na prática, o desenvolvimento.

Lucros dos bancos crescem na recessão

Enquanto isso, os lucros dos bancos crescem mesmo na recessão. Em 2011, a economia cresceu 3,9%, o lucro dos bancos 9,6%; em 2012, o PIB foi de 1,1%, e o lucro dos bancos de 5,9%; em 2013 e 2014, o PIB cresceu 3,5% e 0,1% e o lucro dos bancos, respectivamente 11,2% e inacreditáveis 18,8%.

O lucro do Itaú foi de R$ 20,6 bilhões em 2014, um crescimento de 30,2%, e o Bradesco de R$ 25,6 bilhões. Dos 54 bilionários brasileiros, 13 são do setor bancário, segundo a revista Forbes.

Tudo se agrava com uma política induzida e dirigida pelo sistema financeiro de ajuste fiscal e elevação de juros em nome da austeridade e controle da inflação.

A questão fiscal é um capítulo à parte e relacionada com a estrutura tributária e a evasão fiscal, com os paraísos fiscais, por onde são desviados, segundo “The Economist”, US$ 20 trilhões dos US$ 73 trilhões do PIB Mundial – US$ 520 bilhões é a cota que cabe ao Brasil, de acordo com a revista. Só para se ter uma ideia, apenas em Luxemburgo o Brasil perde US$ 35 bilhões/ano ilegalmente enviados por bancos como o Itaú e o Bradesco e outros meios. São 2,5% do PIB. O crescente escândalo do HSBC, até agora inconcluso e sigiloso, revela que sua extensão é maior.

Nosso sistema bancário e financeiro é um dos mais modernos do mundo, altamente profissional e informatizado; seu custo é reduzido e seu funcionamento eficiente. A questão é que não cumprem sua função constitucional, a delegação outorgada pela carta patente que recebem do BC, para prestar o serviço, a atividade meio de administrar nosso dinheiro, servir como intermediário entre quem tem poupança e a demanda seja do empresário ou do cidadão. Fazer o serviço e cobrar por ele, criar riqueza e ter lucro.

A primeira grande falha é do BC que deve regular o sistema bancário e financeiro e não o faz, já que é capturado pelo próprio sistema e está a serviço de seus objetivos e de sua lógica da especulação financeira.

Isso acontece porque não há concorrência no segmento financeiro e, sem ela, não há regulação que funcione. A aplicação financeira passa a ser objetivo central de nosso sistema financeiro e não o crédito ao investimento e ao consumo.

A especulação financeira não produz riqueza – o que faz é aumentar o patrimônio de seu detentor, seja ele governo, banco, empresa ou pessoa física. Além disso, a especulação financeira tem alto custo, desvia recursos da aplicação produtiva, aloca mal os recursos disponíveis pelo poder que tem e exerce, legisla em seu favor e desregula o mercado financeiro e toda economia.

Há uma deformação aberta e evidente nas informações passadas à sociedade pelo sistema financeiro que exerce uma influência decisiva na mídia em geral. Os bancos estão entre os principais anunciantes da TV, rádio, jornais, revistas e, agora, da internet.

Além disso, o BC não exige transparência dos bancos e do sistema financeiro. Só no Brasil se anuncia o juro mensal, uma fraude já que o que conta é o juro anual, que é juro composto. Toda publicidade dos bancos, inclusive em seus sites, anuncia juros mensais. No crediário, o juros são de 104,89 %, 122%, fazendo com que o consumidor pague por dois produtos e leve um, se endivide por 18, 24 meses, reduzindo, na prática, o tamanho do nosso mercado interno; nossa demanda interna que é o principal motor do nosso crescimento.

A título de comparação, na Europa o juro do crediário é de 13,3% a.a. Ou seja, se um consumidor compra um produto de 600 euros em 18 meses vai pagar 699 euros. Aqui, quem compra um produto de R$ 600 em 18 meses vai pagar R$ 1.437. Na prática, no Brasil o comércio acaba virando uma atividade financeira, ganha no financiamento e não na venda, na intermediação comercial.

Vivemos em um mundo de juros baixos negativos para títulos públicos. Mas, no Brasil, a pessoa física paga 6,3% ao mês (julho/2014), totalizando 90,9 % ao ano. O cheque especial é uma loucura: 195, 34% no Itaú, 247,64% no Bradesco, 326, 21% no Santander (fonte: CBCPDepec 2015), com um juro médio de 280% segundo a ABECS. Como 50,1% do crédito para consumo é realizado no cartão de crédito, podemos avaliar o devastador efeito negativo na expansão do consumo e na apropriação da renda da família via juros.

Isso sem falar no “imposto” mensal cobrado pelo uso das máquinas de cartão de crédito – são 5% nas vendas à vista. Trata-se, na verdade, de um “imposto” privado sobre a metade do consumo financiado no país. Extorsão ainda maior, quase inacreditável, são os juros do crédito rotativo, agora regulados pelo governo, de 21% a.a, usados para financiar dívidas do cartão de crédito. Um assalto legalizado. Mesmo os juros do crédito consignado e de automóveis, com garantias seguras, são altos: 23,5% (contra 3,5% na França e 5% na Polônia) e 23,59%. O imobiliário, também seguro e garantido de longo prazo, de 12% é elevado se comparado com os europeus de 2,58 % em média — 1,86% na Alemanha, 2,53 % na França. Também as empresas pagam juros elevados no Brasil que penalizam a produção. Em 2015, tomaram empréstimos no valor de R$ 1.642 bilhões, elevados por juros 50,6% ao ano de taxa média (de 24,16% no capital de giro, 34,80% na duplicata e 100,36% na conta garantida.

Reforma do sistema financeiro é essencial

Se considerarmos que o crédito para as pessoas físicas foi de R$ 1.469 bilhões em 2015 e que os bancos emprestam dinheiro depositado por nós, empresas e cidadãos, que seu capital hoje é formado basicamente pela expropriação, via juros abusivos, de grande parte da renda criada e intermediada pelos agentes econômicos, chegamos à conclusão de que o sistema é parasitário e improdutivo. E exige uma ampla reforma tão ou mais importante que a tributária e a política, por seu papel no déficit público , na competitividade de nossa economia frente a empresas internacionais financiadas a juros 4,5 vezes menores que os nossos.

O custo financeiro de nossas empresas é o maior entrave ao nosso crescimento e competitividade, mais grave que o custo tributário e logístico. Trata-se de um oligopólio de alto custo para o país, um grave problema sistêmico que precisa ser reformado.

Hoje, temos três bancos privados: Bradesco, Itaú Unibanco e Santander. Dois públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, além do BNDES e do BNB. Para demonstrar os efeitos da falta de competição no segmento bancário, o HSBC, antes de ser comprado pelo Bradesco, cobrava (Dados do Ipea 2009) 63,42% de pessoa jurídica no Brasil, e 6,68% na Grã Bretanha; o Santander, 55,74% no Brasil e 16, 81% na Espanha; o Citi, 60,84% no Brasil e 7,2% , nos Estados Unidos.

Nossa pessoa física paga 10 vezes mais juros que a do exterior; mesmo na América Latina perdemos feio.Os juros do cartão de crédito são de 280,82% no Brasil para uma inflação de 5,77%; na Argentina, 35, 82% e inflação de 10,5 ; no Chile, 32,54% para inflação 2,3% e Selic de 4,5%; na Colômbia, 28,35% para inflação de 1,7%, e Selic de 3,2%; no Peru, 44,80% para inflação de 2,9% e Selic de 3,2%; e no México, juros no cartão de 39,16% para inflação de 3,6% e Selic de 3,5%.

Dá para avaliar que não há nenhuma causa para essa diferença brutal a não ser o domínio que o capital financeiro exerce sobre nossa economia? Não há nada que justifique esses juros a não ser seus extraordinários lucros.

A concentração bancária no Brasil não tem paralelo com o resto do mundo. Na Alemanha, por exemplo, 42,9% do crédito vêm da caixa de poupança, 26,6% de bancos cooperativos e só 13% dos grandes bancos. Esse poder sem limite dos bancos, associado ao oligopólio da mídia, lhes dá o controle da informação e da formação de expectativas, o controle do BC via formadores de opinião. E induz o país a aceitar juros altos como o único remédio para atacar a inflação transformar a alta da inflação alçada à condição de principal problema do país.

O governo tem poderes, pelos artigos 17 e 173 da Constituição Federal, para impedir o cartel de bancos hoje existente, o aumento arbitrário do lucro, a dominação do mercado e eliminação da concorrência. Deve e pode retomar a transparência e rastrear as transferências e fluxos de capitais, evitando a fuga de capitais e evasão fiscal.

Deve fazer cumprir o artigo 192 e obrigar o sistema financeiro nacional a cumprir seus objetivos e fazer a Febraban cumprir seus fins e não se limitar a informar ao cliente os juros que pagará – e mesmo assim ao mês! Restaurar a função social da propriedade, ainda mais por delegação do Estado – a carta patente -, restaurar a livre concorrência, impondo, se for o caso, uma reorganização no sistema bancário nacional. Ou medidas necessárias à sua transparência e controle. Por fim, combater a evasão fiscal, a fuga de capitais, ilícita e ilegal, “doa a quem doer”, começando pelo caso HSBC, restaurando a CPMF.

O governo terá que reinventar a política dos fundos de pensão para além das aplicações financeiras e orientar os bancos públicos – BB, CEF, BNDES – a reduzirem as taxas de juros, como já fizeram em 2013, obrigando os bancos privados àconcorrência, somando esforço regulador com a taxa Selic.

Não há razão para a Selic, nem para a inflação, muito menos para os custos administrativos e tributários serem tão elevados no país. A verdade é que são altos que são altos para garantir os 5% de juros reais às aplicações. Outros países têm dívidas públicas altíssimas, déficit público e agências importantes com créditos e juros subsidiados, como é o caso dos Estados Unidos, Japão e vários países europeus. E seus juros estão muitíssimo distantes do patamar dos juros brasileiros. Os juros no país são o que são em função do oligopólio do sistema financeiro e de seu poder político. Em decorrência da expropriação da riqueza e da renda nacional que exercem, com consequente concentração de renda. Mas este é um outro capítulo.

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‘O homem mais rico da história’, de quem você talvez nunca tenha ouvido falar

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Se estivesse vivo hoje, Jakob Fugger (1459-1525) seria, calcula-se, mais rico que Bill Gates, Warren Buffet, Carlos Slim e Mark Zuckerberg juntos.

O banqueiro alemão – apelidado de “O rico” – chegou a acumular, ao longo da vida, uma fortuna equivalente ao que hoje seriam US$ 400 bilhões (R$ 1,2 trilhão), segundo o biógrafo Greg Steinmetz.

Ex-editor do Wall Street Journal, Steinmetz considera Fugger o homem mais rico da história, e foi esse o título que deu ao livro que escreveu sobre o banqueiro em 2015.

Embora muitas pessoas levantem ressalvas à comparação da riqueza em diferentes períodos históricos, de uma coisa Steinmetz se diz seguro: “Jakob Fugger foi sem dúvida o mais poderoso banqueiro de todos os tempos”, disse ele à BBC Mundo, o serviço da BBC em espanhol.

Em que ele baseia essa afirmação?

“No Renascimento, a época em que Fugger viveu, o mundo era controlado por duas figuras: o imperador romano e o papa. E Fugger financiou os dois”, diz o biógrafo.

Na avaliação de Steinmetz, nenhum banqueiro em toda a história teve tanta influência sobre o poder político como Fugger.

“Fugger decidiu que o rei da Espanha, Carlos 1º, deveria ser o imperador de Roma e o fez vencer a eleição (com o nome de Carlos 5º)”, disse ele. “Carlos 5º colonizou o Novo Mundo. A história não seria a mesma se não tivesse chegado ao poder.”

Desconhecido

Como se explica então que poucos tenham ouvido falar de Jakob Fugger? E que, em vez disso, saibamos tanto sobre alguns de seus contemporâneos, como os Médici, os irmãos César e Lucrécia Bórgia ou Nicolau Maquiavel?

Uma das razões, de acordo com Steinmetz, é que Fugger era alemão e não se tornou conhecido no mundo anglófono. E foi exatamente isso que motivou o autor a escrever sobre o banqueiro.

“Fui chefe da sucursal do Wall Street Journal em Berlim e ouvi uma menção a Fugger, mas não consegui encontrar um único texto em inglês sobre isso”, conta.

Mas talvez o principal motivo pelo qual poucos fora de seu país de origem conheçam a história desse homem é porque ele não era um personagem colorido, como os outros famosos citados de sua época.

Ele não tentou se tornar papa nem ocupar cargos políticos. Ele não patrocinou nenhum artista renascentista. Nem construiu palácios ou templos.

Fugger foi o primeiro comerciante que conseguiu ser nomeado conde.

Sua obra mais famosa é o Fuggerei: um projeto de habitação social que criou na cidade de Augsburg, no sul da Alemanha, e que continua conhecida porque quem vive ali paga um aluguel simbólico de US$ 1 por ano.

“Os banqueiros estão acostumados a trabalhar nos bastidores”, disse Steinmetz, sobre a baixa notoriedade do homem sobre quem escreveu.

Legado

Isso não significa que Jakob Fugger não tenha deixado a sua marca. Na verdade, sua influência pode ser sentida até hoje, embora muitos não saibam disso.

A seguir, cinco heranças importantes desse ilustre desconhecido:

O projeto de habitação social que Fugger criou na cidade de Augsburg continua 500 anos depois e é o lar de aposentados.

1. Criou a primeira multinacional

Em sua época, a atividade econômica era pequena. Os ricos viviam de suas terras e do trabalho dos camponeses, que recebiam proteção em troca. Fugger negociou direitos a mineiros em troca de seus empréstimos e, assim, conseguiu monopolizar o comércio de cobre e prata. Além disso, ele comercializou especiarias. Assim, foi um dos precursores do capitalismo.

2. Criou o primeiro serviço de notícias

Fugger sabia que a informação é valiosa e, portanto, queria acessá-la antes de seus concorrentes. Para isso, ele pagou mensageiros para trazer informações sobre a atividade comercial e política de diferentes cidades. Seus sucessores mantiveram a tradição e criaram o Fugger Newsletters, que alguns consideram um dos primeiros jornais da história.

3. Criou formas de financiar dinheiro que perduram até hoje

Os Médici, por exemplo, ja tinham bancos naquela época, mas a Igreja Católica não permitia o pagamento de juros, por considerá-lo ganância. Fugger convenceu o papa Leão 10 – um cliente seu – a suspender essa proibição e começou a oferecer uma taxa de juros de 5% ao ano para os clientes que depositavam dinheiro no seu banco de Augsburg.

4. Financiou exploradores

Ele tinha 33 anos quando Colombo descobriu a América. Interessado no potencial econômico dessas expedições, financiou a primeira viagem para a Índia. Ele também foi um dos financiadores da viagem ao redor do mundo de Fernão de Magalhães.

5. Acabou estimulando a Reforma Protestante

Um dos negócios que Fugger manteve com o Vaticano foi a venda de indulgências. Ele propôs uma forma de financiar a catedral de São Pedro. A metade dos rendimentos foi destinada a esse fim e a outra metade ficava com ele. Neste ano completam 500 anos desde que Martinho Lutero protestou contra esse negócio, dando origem à Reforma Protestante.

Fugger casou em 1498 com Sybille Arzt, de uma das famílias fundadoras de Augsburg. Eles não tiveram filhos e seus sobrinhos Anton e Raymund herdaram o negócio da família.

fonte: http://www.bbc.com

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George Soros: quem é o bilionário que financia a esquerda pelo mundo

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Desde a década de 1990, o bilionário húngaro se tornou uma das principais forças influenciadoras de mercados e governos ao redor do mundo. Com tendências à esquerda, o que todos querem saber é: o que ele realmente pretende?

Com uma fortuna estimada em mais de 25 bilhões de dólares, George Soros é hoje uma das trinta pessoas mais ricas do mundo. Húngaro naturalizado americano, Soros está com 86 anos de idade e tem influenciado governos e mercados desde o início da década de 90, quando ficou conhecido como o “homem que quebrou o Banco da Inglaterra”. Mas o interesse sobre ele aumentou ainda mais nos últimos anos. O ressurgimento de Soros se deve ao seu pesado financiamento a políticos e projetos progressistas ao redor do mundo, uma aparente contradição para alguém que fez fortuna especulando no mercado. As dúvidas sobre suas intenções são grandes: afinal, até onde o bilionário quer chegar em seu projeto global?

Uma história de cinema

A história daquele que hoje é um dos homens mais influentes do mundo começa na Hungria, em tempos difíceis – e é também uma história de sobrevivência. Seu pai era advogado e a família vivia com conforto para o padrão de vida húngaro da época, solidamente assentada na classe média de Budapeste, mas a existência estava em constante risco: judeus não praticantes, eram vistos com crescente desconfiança em uma Europa que se tornava cada vez mais antissemita.

Soros nasceu em 1930, em meio à Grande Depressão, e seu sobrenome original era outro: Schwartz. O pai, Teodoro, optou pela mudança em busca de algo que soasse menos judeu e permitisse à família ficar em paz. Não seria a última grande mudança pela qual eles passaram: George Soros tinha treze anos de idade quando os nazistas marcharam sobre Budapeste e começaram a deportar judeus para Auschwitz. Foi após o próprio Teodoro receber uma ordem de deportação que a família decidiu comprar documentos falsos, indicando que na realidade era cristã.

Os Soros sobreviveram à Segunda Guerra, mas a situação dos judeus na Hungria não melhorou com a ocupação soviética: George emigrou para a Inglaterra, estudou filosofia na London School of Economics, onde foi pupilo de Karl Popper. Em meados dos anos 50, após um curto período trabalhando como caixeiro-viajante, Soros conquistou seu primeiro emprego em um banco de investimentos londrino. Nunca mais saiu do mercado financeiro. Mudou-se para Nova York, tornou-se cidadão americano e, ao longo das duas décadas seguintes, desenvolveu seu pensamento e suas estratégias econômicas. Em 1969, fundou sua própria firma de investimentos e viu o tamanho da fortuna que possuía crescer exponencialmente: nas quatro décadas seguintes, a Soros Fund Management rendeu, em média, 20% ao ano.

O homem que quebrou o Banco da Inglaterra

A primeira vez que George Soros conquistou as manchetes do mundo inteiro foi no início da década de 90, quando ficou conhecido como o “homem que quebrou o Banco da Inglaterra”. Considerando a posição britânica insustentável dentro do então chamado “Mecanismo Europeu de Taxas de Câmbio” (ERM, na sigla em inglês), Soros havia comprado libras nos meses anteriores, acreditando que mais cedo ou mais tarde o país acabaria por desvalorizá-la a um valor abaixo do limite definido pelo ERM. Foi o que aconteceu: apostando contra a libra esterlina, Soros lucrou 1 bilhão de dólares em apenas um dia, a chamada “Quarta-Feira Negra”, em 16 de setembro de 1992.

A boa leitura de mercado, e os efeitos que isso havia tido na política (o Partido Conservador havia vencido as eleições britânicas em abril daquele ano com 42% dos votos, e após a “Black Wednesday” seu apoio popular despencou para 29%), fizeram com que as posições de Soros passassem a ser acompanhadas com interesse redobrado. Nos anos seguintes, sua fortuna continuou a aumentar, e sua influência cresceu na mesma proporção. O bilionário se tornou um destacado filantropo, mas pouco a pouco ficou claro o tipo de ideias que financiava, a partir de suas Open Society Foundations, criadas em 1993: organizações não-governamentais e candidatos com ideias progressistas, de esquerda e antissistema.

Em seu livro de 1987, A Alquimia das Finanças, Soros havia mostrado o tamanho da ambição que o movia: “Dizendo sem rodeios, eu me imaginava como uma espécie de deus ou um reformista econômico como Keynes, ou, melhor ainda, me imaginava como Einstein. Meu senso de realidade era forte o bastante para me fazer entender que essas expectativas eram excessivas, e eu as mantive escondidas […] Mas, conforme fui avançando, a realidade se aproximou o bastante da minha fantasia para que eu admitisse esse segredo, pelo menos para mim mesmo. Não é preciso dizer que me sinto muito mais feliz por causa disso”. Cada vez mais, Soros parecia mais determinado a cumprir o destino de grandeza que dizia ter imaginado para si mesmo.

O “globalismo”

A verdade é que George Soros já havia utilizado seu poder econômico antes: ainda em 1979, uma versão embrionária da Open Society começou a fornecer bolsas de estudo para negros sul-africanos em meio ao Apartheid. O próprio nome da organização – literalmente “sociedade aberta” – vinha da filosofia de seu mentor na London School of Economics, Karl Popper, e do francês Henri Bergson, e indicava a necessidade de uma abertura em diferentes aspectos: abertura às novas ideias, à crítica das tradições, à tolerância; sempre com o argumento de buscar governos menos autoritários e mais inclinados à defesa da liberdade e dos direitos humanos.

Nos anos 80, as Open Societies de Soros começaram a financiar, direta ou indiretamente, grupos que lutavam contra o regime socialista no Leste Europeu: primeiro apoiou o Solidariedade de Lech Walesa, na Polônia, e em seguida canalizou recursos para grupos de oposição na Tchecoslováquia, na União Soviética e na sua Hungria natal. Após a queda do muro de Berlim em 1989 e o colapso definitivo da URSS dois anos mais tarde, o dinheiro de Soros continuou a moldar o contexto político desses países, agindo sobre os grupos que se debatiam pelo poder nas novas democracias pós-socialistas.

A mudança fundamental que a Open Society fundada nos anos 90 trouxe foi uma atuação cada vez maior de Soros também nas grandes nações capitalistas ocidentais – financiando, nelas, grupos que muitas vezes se diziam de esquerda. A aparente contradição de um grande bilionário e especulador financiando grupos progressistas é explicada pelo mesmo tipo de ideias que havia guiado suas ações anteriores: Soros está por trás de grupos que contrariam posturas e valores tradicionais, e aposta alto nas organizações que julga capazes de empurrar a sociedade no rumo dessas mudanças sem, no entanto, ameaçar realmente o sistema capitalista que possibilita sua fortuna e seu poder.

No contexto atual, isso indica uma interseção com boa parte das esquerdas ao redor do mundo: grupos que lutam pela legalização das drogas, pelo aborto, pelos direitos de homossexuais e pelo feminismo, pela redução do peso da religião sobre a legislação, entre outras medidas. É daí, também, que vem a desconfiança da direita em relação aos interesses de George Soros: por colocar seu dinheiro contra as instituições e tradições, estaria colocando em xeque o que os conservadores consideram ser os valores básicos da sociedade ocidental, e abrindo margem para um perigoso “globalismo” – em que esses valores viriam de cima para baixo, de uma espécie de “governo global” (que não precisa existir na prática, e sim nas ideias), que dita o certo e o errado e não se preocupa com as especificidades de cada país.

Em um podcast intitulado “Não é você que pensa o que pensa – George Soros pensa por você”, o analista político Flavio Morgenstern dá exemplos atuais de organizações que já colocariam em prática preceitos dessa sociedade “global”: em um plano muito mais prático, a União Europeia, como uma unidade que define políticas além das fronteiras e soberanias nacionais; de forma mais ligada às ideias, a ONU, órgão transnacional máximo, onde a representação de cada país é extremamente indireta, mas cujas resoluções são raramente questionadas apesar disso.

A extensão do poder

Em agosto de 2016, uma série de vazamentos, conhecida como “Soros Unleashed” e divulgados pelo site DC Leaks, ajudou a compreender a extensão dos investimentos de Soros em diferentes níveis da política mundial, inclusive em organizações brasileiras, particularmente aquelas ligadas a movimentos de desmilitarização da polícia e descriminalização das drogas. De acordo com o material vazado, a Open Society destina cerca de 37 milhões de dólares a projetos na América Latina.

A influência de Soros é muito maior nos Estados Unidos, onde seus laços com o Partido Democrata são tão estreitos que o programa humorístico Saturday Night Live já fez piada dizendo que o bilionário era o “dono” do partido. Republicanos acusam Soros de ter indicado a dedo nomes fortes do governo de Bill Clinton, ter dado o pontapé inicial nas doações de campanha de Barack Obama e, mais recentemente, ser o grande financiador de Hillary Clinton – pelo menos 25 milhões de dólares teriam saído dos bolsos de Soros para impulsionar sua candidatura. Michael Vachon, assessor de imprensa de Soros, defendeu o investidor recentemente: “ele está sempre fazendo lobby por um propósito público, nunca por lucro privado”, disse, acrescentando que o bilionário só age a partir de uma visão de longo prazo.

Nos últimos anos, a ascensão de grupos nacionalistas ao redor do mundo contribuiu para semear ainda mais contrariedade às posturas de Soros no cenário internacional. Na Macedônia, ex-integrante da Iugoslávia, um grupo conhecido como SOS (sigla para “Stop Operation Soros”) acusa ONGs financiadas por Soros de tentar intervir na política do país. Na Hungria, o primeiro-ministro Viktor Orban é um crítico contumaz de seu rico compatriota, e a maioria parlamentar vem tentando impor legislações a fim de encerrar as atividades da Universidade Centro-Europeia, que Soros fundou em Budapeste em 1991.

A crítica ao “globalismo”, que também é uma das bandeiras do “Brexit” no Reino Unido, esteve ainda entre os principais argumentos dos apoiadores de Donald Trump nas eleições norte-americanas. O triunfo republicano ajudou a mostrar que, embora a influência de Soros seja muito grande nos rumos da política local e mundial, seu poder não é ilimitado – nem está à prova de surpresas. No caso dos EUA, a vitória de Trump não foi apenas um duro golpe nas ideias defendidas pelo magnata: também pesou no seu bolso. Estimativas recentes indicam que George Soros viu sua fortuna encolher cerca de um bilhão de dólares desde novembro de 2016, quando as urnas confirmaram que Hillary não voltaria à Casa Branca.

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CTNBio aprova cana-de-açúcar transgênica e Brasil será primeiro país do mundo a iniciar a produção

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A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou, dia 08, a liberação comercial de cana-de-açúcar geneticamente modificada.

“Desde os tempos coloniais, a cana-de-açúcar tem um papel importante para a economia brasileira. O Brasil vai ser o primeiro país do mundo a aplicar a biotecnologia em cana”, afirma um dos relatores do pedido, o professor Jesus Aparecido Ferro, do Departamento de Tecnologias da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Ele ressaltou que a decisão da CTNBio é baseada na segurança dos estudos comprovados. “Da maneira que está sendo produzida, não oferece nenhum risco”, ressaltou.

O pedido de liberação foi feito pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), que desenvolveu uma variedade da planta resistente à broca do colmo, praga comum nos canaviais do centro-sul do país.

Segundo o presidente da CTNBio, Edivaldo Velini, em duas décadas de existência, a comissão elaborou relatórios acerca de 74 pleitos de Liberação Planejada no Meio Ambiente (LPMA) de cana-de-açúcar transgênica.

Indústria nacional

De acordo com o diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão de Sousa, as 360 usinas sucroalcooleiras do Brasil movimentam, anualmente, R$ 100 bilhões de valor bruto por toda a cadeia. Além disso, geram cerca de 1 milhão de empregos formais diretos e mobilizam 70 mil produtores independentes. “Somos o terceiro segmento na pauta de exportação do agronegócio do Brasil, principalmente no mercado de açúcar, com R$ 14 bilhões em divisas”, disse. “Há impacto em mais de mil municípios.”

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Como a Rússia financia protestos no Ocidente contra o capitalismo

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Quem são os elementos que estão por trás da disputa entre a Rússia e o Ocidente

Melnik, República Tcheca Andrew Higgins New York Times News Service

Como acontece quase todo fim de semana, Ladislav Kasuka trabalhava um dia no computador — ou melhor, em um discurso anti-Ocidente para um site tcheco — e ficou meio sem saber o que pensar das mensagens que começaram a surgir em seu perfil do Facebook e lhe ofereciam dinheiro para organizar protestos de rua.

“Precisa de ajuda?”, dizia a primeira, em russo, de uma pessoa que não conhecia. A seguir veio outra, em uma mistura de russo com tcheco truncado, encorajando-o a fazer protestos de rua e ainda mais explícita na oferta de dinheiro.

Um pagamento inicial de 300 euros (US$368) foi oferecido ao stalinista tcheco em dificuldades financeiras para comprar bandeiras e outros acessórios para uma manifestação na capital, Praga, contra a OTAN e o governo pró-Ocidente da Ucrânia. Pouco depois, veio a oferta de 500 euros (US$558) para a compra de uma câmera de vídeo, a filmagem do evento e a postagem on-line. Outras pequenas quantias também foram sugeridas.

“É meio incomum, então fiquei surpreso”, confessou Kasuka em uma entrevista concedida em um shopping center ao norte de Praga, onde é segurança e ajuda na manutenção.

Ele decidiu que o dinheiro era para “uma boa causa” — estancar o crescimento da OTAN e dos hábitos capitalistas ocidentais nas terras antes comunistas da Europa Oriental — e, por isso, aceitou.

Mercenário ideológico

A estranha relação que se desenvolveu a partir de então, que consistiu em trocas de mensagens acaloradas sobre política nas redes sociais e um total de 1.500 euros em transferências bancárias, foi uma das inúmeras que floresceram na Europa Central e Oriental, em meados de 2014. E fez parte de uma campanha de influência frenética, embora muitas vezes confusa, financiada por Moscou e dirigida por Alexander Usovsky, escritor bielorrusso, agitador nacionalista russo e mercenário ideológico de uma batalha silenciosa para conquistar corações e as mentes na briga entre a Rússia e o Ocidente.

Comparadas com a suposta interferência russa nas eleições recentes dos EUA e França, as atividades de Kasuka e de outros com o mesmo papel praticamente não tiveram consequências. E ele sabe que está às margens da política tcheca — tanto que nunca sonhou em ir além do cargo de vereador de Melnik, cidadezinha ao norte da capital onde mora com a namorada no prédio de um conjunto habitacional todo pichado.

Ativismo freelancer

A colaboração de Kasuka com Usovsky foi descoberta em um lote de e-mails, mensagens do Facebook e outros dados que os hackers ucranianos “sequestraram” do computador do bielorrusso. E revelaram uma visão rara do aspecto mais básico e particularmente sombrio da estratégia de influência russa: ativistas freelancers que promovem sua doutrina no exterior, recebendo apoio de empresários russos e outros mais próximos do Kremlin, mas não do próprio Estado.

O foco de Usovsky eram os agentes políticos periféricos na República Tcheca, Hungria, Polônia e Eslováquia, e seu plano quase foi por água abaixo: os protestos organizados por Kasuka e outros atraíram pouca gente e os sites pró-Rússia que ajudou a criar não deram resultado algum.

Nada disso pareceu tê-lo desanimado, uma vez que estava fazendo planos mirabolantes e calculando orçamento para possíveis parceiros em Moscou, no início deste ano.

Seus comunicados oferecem uma visão reveladora da filosofia, das ambições e frustrações russas – e o grande destaque certamente são os contatos com o escritório de Konstantin Malofeev, bilionário nacionalista que foi atingido pelas sanções impostas pelos EUA por causa do suposto apoio aos rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia.

Depois que Usovsky conseguiu orquestrar apenas algumas manifestações menores em Praga, Varsóvia e outras cidades, um assistente de Malofeev exigiu, em outubro de 2014, que ele criasse um plano “claro, concreto e realista para levar as forças pró-Rússia ao poder”.

Malofeev se recusou a me conceder uma entrevista e sua porta-voz, Nadezhda Novoselova, afirmou que o bilionário e seus assessores não tinham nada a ver com Usovsky.

Máquina caótica

Os relatos de que a Rússia usou ataques cibernéticos e a desinformação para interferir nas eleições norte-americanas convenceram muita gente de que Moscou opera uma máquina de influência bastante sofisticada; já as conversas com diversos colaboradores de Usovsky, além do conteúdo de seu computador hackeado, sugerem que, muitas vezes, a questão foi caótica, emperrada por brigas por dinheiro, rivalidades internas e visões absurdamente distorcidas de como funciona a política fora da Rússia.

Jakub Janda, vice-diretor do Valores Europeus, um grupo de pesquisa financiado pelos países ocidentais localizado em Praga que rastreou as campanhas de influência russas, disse que Usovsky parecia tão fora da realidade que poderia muito bem ser uma “isca” para fazer todo mundo achar que a questão da ameaça russa não pode ser coisa séria.

Engrenagem enorme

Já outros o veem como prova da maestria russa na negação plausível e a disposição do país em investir em oportunistas, por menores que sejam as chances de sucesso.

“Usovsky é um bom caso de estudo dos métodos russos. É um elo minúsculo em uma engrenagem enorme. Como ele, há dezenas de outros”, afirma Daniel Milo, ex-funcionário do Ministério do Interior eslovaco que hoje é especialista em extremismo do Globsec, um grupo de pesquisa na capital, Bratislava.

Usovsky se recusou a ser entrevistado para este artigo sem ser remunerado, mas em resposta às perguntas que enviei por e-mail, confirmou que seu computador foi grampeado e não contradisse a autenticidade das mensagens vazadas.

Histórico

Ele começou sua operação em 2014, gerando uma onda de fervor nacionalista em Moscou após a anexação da Crimeia e reforçando a crença entre a elite política e empresarial russa de que uma Europa unida em apoio às sanções ao país poderia ser dissolvida rapidamente.

Assim, criou uma rede de sites em diversas línguas para promover a unidade eslava, alugou um escritório em Bratislava e iniciou uma fundação de fachada que supostamente promovia a cultura.

Quando pergunto por e-mail quanto dinheiro levou dos patrocinadores moscovitas, a princípio negou ter recebido alguma coisa; depois, quando enviei uma cópia da mensagem que ele enviara, em outubro de 2014, descrevendo os cem mil euros que embolsara para financiar o “estágio preparatório” de seu trabalho na Europa Oriental, parou de responder.

Outras mensagens em seu computador grampeadas pelos hackers sugerem que o dinheiro saiu de Malofeev. Usovsky cobrou seus assistentes, exigindo milhares de euros entre o fim de 2014 e 2015, para financiar candidatos pró-Rússia nas eleições polonesas.

Manipulação

Embora não tenha chegado nem perto de eleger nenhum grupo simpatizante aos russos, Usovsky conseguiu parceiros na Europa Central e Oriental, prontos para aceitar sua “ajuda”. Ele também mostrou que sabia manipular o poder da internet para ampliar as vozes periféricas e fazer manifestações que foram fracasso de público parecer eventos decisivos. Trabalhou com agências de notícias russas controladas pelo Estado para garantir que as atividades de seus colaboradores tchecos, eslovacos e poloneses recebessem ampla cobertura.

Como, por exemplo, Kasuka, o stalinista tcheco, que aparece com regularidade na imprensa russa como analista de questões e geopolítica tchecas. Uma vez disse à RT que os EUA poderiam lançar uma bomba atômica na Ucrânia e pôr a culpa na Rússia como pretexto para começar uma guerra. E um pequeno evento que realizou em Praga apareceu no Perviy Kanal, um canal de TV russo de destaque.

“É a coisa mais insana. O Perviy Kanal mostra um protesto de dez gatos pingados como se fosse uma reivindicação séria, e não um bando que muito bem poderia ter fugido do hospital psiquiátrico”, diz o analista Roman Maca.

Depois que Malofeev, seu principal apoiador, jogou um balde de água fria em seus planos políticos – ambiciosos, mas totalmente impraticáveis –, Usovsky ficou ainda mais desesperado para conseguir mais dinheiro. E bombardeou outros russos com potencial de doador com planos detalhados para uma “quinta coluna pró-Rússia”, alegando que poderia destruir “a frente europeia anti-russa” canalizando verba para os políticos que se opõem à OTAN e à União Europeia.

Sem dinheiro, Usovsky procurou Kasuka, que considerava um projeto de baixo custo só para ajudá-lo a se manter vivo no jogo.

Só que o stalinista perdeu o interesse na política de rua. Diz que agora se concentra em seus textos, que falam dos riscos da guerra, das conquistas de Stálin e da miséria causada pela exploração capitalista.

“Para mim não interessa se o dinheiro vem do Kremlin ou dos EUA, contanto que ajude a causa. O que vale é a ideia”, conclui.

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Ideia de que iniciativa privada é melhor na saúde é uma grande falácia

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Investimentos em saúde

Na Grã-Bretanha, gasta-se 9,1% do PIB com saúde. Nos Estados Unidos, são 17,1% e subindo. [O Brasil gasta 3,6% do PIB em saúde].

Claro que nada vem de graça. Alguém tem que pagar. Mas, por enquanto (já que isso é uma outra história), a Grã-Bretanha goza de um sistema socializado, financiado principalmente mediante impostos e sem cobranças, ou com contas pequenas para remédios.

Nos Estados Unidos, entretanto, o sistema é fragmentado e particular, visando o lucro. Os rios de dinheiro gastos não vão fluindo para um resultado eficiente, a não ser para os acionistas. A expectativa de vida na Grã-Bretanha é de 81 anos – e somente 78,9 nos Estados Unidos [e no Brasil é de 73,6 anos].

A ideia de que a iniciativa privada é sempre a melhor e mais eficaz solução é uma das grandes falácias da nossa época.

Fica evidente, por exemplo, que o seu modelo de saúde é negativo para o povo dos Estados Unidos em resultados e, principalmente, em custos.

Cerca de 35% da sua população já enfrentou dificuldade financeira por causa de contas médicas. E a busca por lucro traz pressões para aumentar as cobranças para os saudáveis e limitar os tratamentos aos doentes – a velha história de oferecer o guarda-chuva quando está fazendo sol e retirá-lo na chuva.

Mais saúde, mais riqueza

Estima-se que o aumento de um ano na expectativa de vida é capaz de aumentar o PIB per capita em 4%, enquanto uma mão de obra mais saudável pode aumentar a produtividade de uma empresa de 20% a 47%.

Gastos com saúde, portanto, juntos aos com educação e infraestrutura, não são custos, mas investimentos. Faz sentido socializá-los até numa lógica puramente comercial, pois reduzem o custo de fazer negócios e aumentam a competitividade da economia.

O oposto acontece quando a iniciativa privada toma conta desses setores. Daí, haverá uma procura por renda, que faz tudo mais caro, tirando a competitividade.

Algumas atividades estratégicas, portanto, deveriam ser feitas pelo Estado – o que conduz a uma das perguntas mais importantes da atualidade: qual tipo de Estado?

Condições fundamentais para a iniciativa privada são um Estado de direito e a proteção dos ganhos, sem as quais ninguém vai investir. Adam Smith, o pai da economia clássica, sabia disso muito bem, embora muitos de seus chamados discípulos já tenham se esquecido…

O governo, escreveu Smith, “é, na realidade, instituído para a defesa dos ricos contra os pobres ou daqueles que têm alguma propriedade contra aqueles que não têm absolutamente nada”.

Contrassensos

Duas conclusões. Primeiro, quem mais se beneficia das ações do Estado deveria estar preparado para financiá-lo. A redução de impostos em cima das grandes empresas e os super-ricos é um grande contrassenso.

Segundo, o Estado é um ator integral na engrenagem. Qualquer modelo que considera o Estado uma interferência indesejada fica sem valor, pois postula uma situação que nunca existiu nem poderia existir.

Uma das lutas do século 21 é em prol de um Estado democrático, honesto e eficiente – aquele que criou o sistema de saúde na Grã-Bretanha seria um exemplo.

Foi um Estado mobilizado por guerra que, depois da vitória sobre os nazistas, conseguiu se direcionar para o bem comum. Ajudou nas lutas da [geração da] minha mãe, que nasceu em pobreza degradante, forneceu para os seus filhos oportunidades impensáveis pouco tempo antes e agora, embora sob ataque de forças poderosas, está ajudando num momento de necessidade.

É bastante possível que alguém que esteja lendo esse humilde artigo num iPhone – dos quais os componentes-chave (internet, GPS, tela sensível ao toque e outros) foram desenvolvidos com dinheiro público e depois entregues numa bandeja para a iniciativa privada.

O iPhone é, então, uma buginganga emblemática da época contemporânea.

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Fapesp divulga fraudes científicas e punições a pesquisadores

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Fundação publicou lista com 5 casos de violações cometidas por bolsistas. Ação faz parte de processo de transparência da instituição paulista.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a Fapesp, divulgou cinco casos de violação cometidas por cientistas que solicitaram financiamentos de pesquisas ou já recebiam verbas da instituição mantida pelo governo paulista, que teve orçamento de R$ 1,1 bilhão em 2013 em desembolso destinado ao fomento da ciência.

As acusações, entre elas a de falsa coautoria, plágio e fabricação de dados, foram analisadas sob sigilo pela fundação dentro da política de “Boas Práticas Científicas”, criada em 2011, reforçada por uma portaria de 2013 que prevê a publicação dos nomes por tempo determinado no site da instituição, além das más condutas e da punição concedida.

A intenção é criar a consciência de autorregulação e autocontrole no setor acadêmico para evitar novas irregularidades.

Atualmente há 15 investigações de fraudes em andamento e outras 25 finalizadas, sendo que dez delas concluíram que o pesquisador teve má conduta científica. Cinco processos e respectivas punições já foram divulgados (leia abaixo) e outros cinco ainda serão publicados.

Casos analisados

De acordo com a Fapesp, receberam sanções os pesquisadores Andreimar Martins Soares, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto; Javier Amadeo, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Antonio José Balloni, do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, em Campinas; Flávio Garcia Vilela, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, em Pirassununga; e Cláudio Airoldi, do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Soares foi acusado de utilizar figuras já publicadas em artigos de outros autores em uma tese de doutorado da qual ele foi o orientador. Foi acusado de má conduta científica grave (se não intencional, ao menos por negligência grave) e punido com o cancelamento de bolsas concedidas pela Fapesp, além de ser impedido de solicitar novos recursos.

Amadeo foi processado por plágio após reproduzir em seu trabalho de pós-doutorado, sem aspas (o que descaracteriza uma citação), um trecho de 30 linhas do livro “As Revoluções do Poder”, de Eunice Ostrensky. Ele foi acusado de saber da falha e ser negligente, e terá que devolver as mensalidades recebidas da bolsa, além de ficar impedido de obter novos auxílios.

Balloni também foi acusado de plágio – o que teria sido reconhecido pelo próprio denunciado, segundo a Fapesp. Em consequência disso, ficou impedido de solicitar auxílio por um ano.

Vilela é acusado de falsa autoria de artigos incluídos na plataforma Lattes, do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Por isso, também perdeu financiamentos e está impedido de pedir verbas à Fapesp por três anos.

Airoldi foi denunciado por utilizar imagens fraudadas em 11 artigos em que foi coautor. Por seis meses ficará impedido de solicitar investimentos à fundação. O pesquisador já havia respondido a processo pelos mesmos estudos na própria Unicamp, que recomendou a aplicação da pena de 45 dias de suspensão ao docente.

O G1 procurou todos os autores. Flávio Vilela, Javier Amadeo e Antonio José Balloni retornaram, por e-mail. Flávio Vilela disse que “foi julgado de maneira unilateral pela Fapesp” e que sua defesa será feita no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. “O processo será agora decidido por um juiz de direito e não mais pela Fapesp”, explicou Vilela.

Javier Amadeo afirmou que reconheceu o erro sobre a citação do livro, mas acrescentou que não houve má fé na utilização das referências. “Isso, na minha visão, diferencia o erro da má conduta científica. Lamentavelmente essa não é a interpretação da Fapesp. Tentei recorrer do processo, mas a Fapesp não aceitou o recurso e, portanto, a decisão foi mantida apesar dos meus argumentos.”

Balloni afirmou que o processo de acusação de plágio é “em grande medida, injusto”.”Minha pesquisa é genuína, inovadora e inédita. Sem a menor sombra de plágio ou coisa que o valha”, afirmou. Ele diz que sua suspensão por um ano acabou em abril deste ano, e que a fundação não deveria ter mencionado seu nome em relação a algo que já prescreveu. Balloni argumenta ainda que seu processo de defesa não foi completado. “Dois últimos documentos meus não foram analisados e tive o direito de defesa cerceado”, afirma.

Segundo Balloni, o problema identificado em seu trabalho foi na parte da revisão teórica. “A pressa em submeter o plano de trabalho à Fapesp e a sobrecarga de trabalho me induziram a não fazer algumas citações adequadamente dentro das normas previstas pela ABNT. Longe de querer aproveitar-me de trabalhos alheios, prejudicar autores, roubar ideias ou causar qualquer outro mal, tudo que tenho a dizer é que foi uma lamentável desatenção de minha parte – que deve ser relevada.”

O cientista diz ainda que os textos usados na fundamentação de seu trabalho “têm similares encontrados em dezenas de outras produções acadêmicas”. “Nada que foi usado (..) para contextualizar o projeto de bolsa Fapesp era inédito nem de fundamental importância para a proposta: ao contrário, minha proposta, sim, é que é inédita”, defendeu-se.

“Um exemplo do que os analistas da Fapesp se valeram é a definição de qui-quadrado (uma ferramenta estatística criada pelo matemático britânico Karl Pearson em 1900 e que nem o autor ‘plagiado’ lembrou de citar): há no mínimo centenas de livros e artigos que trazem essa definição. Portanto, deixar de citar pode até desmerecer involuntariamente o autor do texto, mas nada de inédito, inovador, moderno há ali que venha a ser reciclado e mereça ser tachado de plágio”, argumenta. “A academia deveria olhar mais de perto a questão do que é ou não plágio”, concluiu.

Transparência nas universidades

De acordo com Luiz Henrique Lopes dos Santos, assessor da diretoria científica da Fapesp, a ideia de divulgar as más condutas e as punições é apenas um dos elementos da política de Boas Práticas Científicas. Segundo ele, o foco maior é garantir que as instituições “coloquem a integridade científica na pauta, fomentar a transparência e evitar o corporativismo”.

“Queremos gerar na sociedade a percepção de que, embora em qualquer atividade humana há gente honesta e desonesta, a Fapesp está empenhada em preservar a integridade científica”, disse Santos.

Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a SBPC, defende a atitude da Fapesp em divulgar os nomes e os erros como forma de preservar a integridade científica.

“O que eles estão fazendo é aquilo que a gente quer e briga como sociedade civil: transparência, tudo com direito a ampla defesa [dos acusados]. Caso não fizesse isso, poderia ser acusada de acobertar”, explica.

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