Hambúrguer sem carne da Embrapa chega ao mercado

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Hambúrguer de caju

Já está à venda, inicialmente em uma rede de supermercados no Rio de Janeiro, um hambúrguer que tem gosto tradicional, mas não é feito de carne animal.

O “Novo Burguer” é feito com fibra de caju, proteína de soja, cebola, tomate, pimentão, corante natural e temperos, e tem características sensoriais similares às dos hambúrgueres de carne.

O produto foi desenvolvido por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que começaram a trabalhar nessa alternativa à carne animal em 2007.

O mercado para o hambúrguer vegetal é formado por pessoas que estão sendo chamadas de “flexitarianos”, indivíduos que, apesar de gostarem de carne, querem balancear a dieta e buscam reduzir o consumo do produto de origem animal.

“Eles são diferentes dos vegetarianos ou veganos, que não gostam do sabor da carne, e não querem alimentos que simulem a carne,” explica a pesquisadora Janice Ribeiro Lima, responsável pelo desenvolvimento do Novo Burguer.

Hambúrguer vegetal

Janice Lima e seus colegas já desenvolveram outros produtos similares, como o hambúrguer de fibra de caju e de feijão de corda para vegetarianos e também substitutos para rechear coxinha de galinha e bolinho de siri.

A pesquisadora explica que o objetivo do trabalho “não é que as pessoas parem de comer carne, mas dar mais uma opção”.

Segundo ela, a produção de produtos com proteína vegetal pode ser menos onerosa do que a proteína animal, especialmente no caso do Novo Burguer, que utiliza o bagaço do caju, geralmente eliminado pela indústria de suco ou revendido para alimentação de animais.

Devido à menor escala inicial de produção, o produto ainda é mais caro do que o hambúrguer tradicional, mas isto poderá mudar caso o Novo Burguer tenha aceitação no mercado. O produto é fabricado e comercializado pela Sottile Alimentos, que licenciou a tecnologia da Embrapa.

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É oficial: Natureza faz bem à saúde

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Natureza faz bem à saúde

Viver perto da natureza ou passar um tempo em áreas verdes tem benefícios de saúde significativos e abrangentes.

A exposição a espaços verdes reduz o risco de diabetes tipo II, doença cardiovascular, morte prematura, parto prematuro, estresse, pressão alta e ainda gera uma imagem positiva de si mesmo.

No geral, populações com níveis mais altos de convivência com a natureza têm maior probabilidade de relatar boa saúde.

Tudo isso de acordo com dados globais envolvendo mais de 290 milhões de pessoas de 20 países.

Quem compilou todos os dados foi Caoimhe Twohig Bennett, da Universidade East Anglia (Reino Unido), que publicou os resultados na revista científica Environmental Research.

“Passar tempo junto à natureza certamente nos faz sentir mais saudáveis, mas até agora o impacto no nosso bem-estar a longo prazo não havia sido totalmente compreendido. Reunimos evidências de mais de 140 estudos envolvendo mais de 290 milhões de pessoas para ver se a natureza realmente gera um aumento da saúde,” disse o pesquisador.

Banho de floresta

Os ‘espaços verdes’ foram definidos como regiões abertas e não urbanizadas, com vegetação natural, bem como espaços verdes urbanos, que incluíam parques urbanos e vegetação de rua.

A equipe analisou a saúde das pessoas com pouco acesso aos espaços verdes em comparação com a saúde das pessoas com maiores quantidades de exposição à natureza.

“Nós descobrimos que passar um tempo, ou viver perto, de espaços verdes naturais está associado a diversos e significativos benefícios para a saúde. Isto reduz o risco de diabetes tipo II, doença cardiovascular, morte prematura e parto prematuro e aumenta a duração do sono.

“As pessoas que vivem mais perto da natureza também têm menor pressão arterial diastólica, menor frequência cardíaca e menos estresse. Na verdade, uma das coisas realmente interessantes que descobrimos é que a exposição aos espaços verdes reduz significativamente os níveis de cortisol salivar das pessoas – um marcador fisiológico de estresse.

“O ‘banho de floresta’ já é muito popular como uma terapia no Japão – com os participantes passando um tempo na floresta, sentados ou deitados, ou simplesmente circulando. Nosso estudo mostra que talvez eles tenham tido a ideia certa!” finalizou Bennett.

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Nunca é tarde para começar a se exercitar

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Exercícios na terceira idade

Pessoas idosas que nunca participaram de programas de exercícios físicos têm a mesma capacidade de construir massa muscular que atletas altamente treinados de idade semelhante.

Reforçando o conceito de que nunca é tarde para começar a fazer atividades físicas, pesquisadores da Universidade de Birmingham (Reino Unido) demonstraram que, mesmo aqueles que não estão acostumados a se exercitar, podem se beneficiar de exercícios de resistência, como o treinamento com pesos.

A equipe comparou a capacidade de construção muscular em dois grupos de homens mais velhos. O primeiro grupo foi classificado como “atletas mestres” – pessoas na faixa dos 70 e 80 anos de idade que se exercitaram a vida toda e ainda competem nos níveis mais altos do esporte. No segundo, indivíduos saudáveis de idade semelhante, que nunca haviam participado de programas de exercícios estruturados.

Cada participante ingeriu um isótopo marcador e depois participou de uma única sessão de exercícios, envolvendo treinamento com pesos em uma máquina de exercícios – o rastreador de isótopos serviu para mostrar como as proteínas estavam se desenvolvendo dentro do músculo.

Os pesquisadores fizeram biópsias musculares dos participantes nas 48 horas imediatamente antes e logo após o exercício, e as examinaram para procurar sinais de como os músculos estavam respondendo ao exercício.

A expectativa era que os atletas mestres tivessem uma capacidade maior de construir músculos devido a seus níveis superiores de condicionamento físico por um período prolongado de tempo.

Na verdade, os resultados mostraram que ambos os grupos apresentaram uma capacidade igual de construir músculos em resposta ao exercício.

“Nosso estudo mostra claramente que não importa se você não se exercitou regularmente ao longo da vida, você ainda pode se beneficiar do exercício sempre que começar,” disse o Dr. Leigh Breen, coordenador da pesquisa. “Obviamente, um compromisso de longo prazo com a boa saúde e exercícios físicos é a melhor abordagem para alcançar a saúde de todo o corpo, mas mesmo começando mais tarde na vida ajudará a retardar a fragilidade e a fraqueza muscular relacionadas à idade.”

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Plantas melhoram qualidade de vida de funcionários

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Plantas no escritório

Colocar uma plantinha do seu agrado sobre a mesa do seu escritório – e cuidar da plantinha – pode de fato melhorar seu bem-estar e ajudá-lo a se recuperar mais rapidamente dos inevitáveis contratempos e desgostos do ambiente profissional.

Foi o que demonstraram Masahiro Toyoda e seus colegas da Universidade de Hyogo (Japão).

Segundo a equipe, esta é a primeira vez que se verificou cientificamente o grau de impacto psicológico e fisiológico induzido pelas plantas de interior: em vez de realizar experimentos em laboratório, os pesquisadores calcularam a redução do estresse de funcionários reais em escritórios reais.

Os 63 participantes puderam escolher um de seis tipos diferentes de pequenas plantas para manter em suas mesas, incluindo folhagens comuns, plantas de bonsai, cacto de São Pedro, kokedama etc. Feita a escolha, cada participante devia colocar o vaso próximo ao monitor do PC em sua mesa, de forma que a plantinha estivesse sempre à vista.

Quando as coisas davam errado, tudo o que os participantes deviam fazer era parar de pensar no problema, voltar-se para sua plantinha, cuidando dela ou regando-a, e dedicando pelo menos três minutos a essa tarefa. Num outro período de controle, as plantas simplesmente ficavam lá, sem qualquer intervenção, estivesse o clima emocional bom ou ruim.

Os melhores resultados vieram com a pequena interrupção para cuidar das plantas, com uma queda significativa nas medições de estresse e batimentos cardíacos, mas tanto o envolvimento ativo quanto o passivo foram considerados benéficos pelos participantes.

Toyoda e sua equipe sugerem aos empresários que pequenas plantas de interior podem ser econômicas e úteis nos esforços para melhorar as condições de trabalho para os funcionários de escritório. Além disso, para os cultivadores de plantas de interior e proprietários de empresas de varejo, o campo da saúde mental dos trabalhadores de escritório poderia abrir um novo mercado promissor.

A propósito, não houve diferenças nos resultados com os diferentes tipos de plantas. Assim, o conselho é que cada um escolha a planta que mais lhe agrada.

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Para ter boa saúde, comece dormindo bem

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Sono, microbioma e saúde

Se você anda com preocupações que lhe vêm tirando o sono, é melhor deixar para pensar nelas somente durante o dia.

Cientistas constataram que um sono ruim afeta negativamente o microbioma intestinal, o que, por sua vez, pode levar a problemas adicionais de saúde.

“Dada a forte comunicação bidirecional entre cérebro e intestino, eles têm possibilidade de se influenciarem [mutuamente]”, disse o professor Jaime Tartar, da Universidade Nova Sudeste (EUA). “Com base em relatórios anteriores, acreditamos que um sono ruim provavelmente exerce um forte efeito negativo sobre a saúde intestinal e a diversidade do microbioma”.

O que você pode estar se perguntando é: “Que negócio é esse de microbioma intestinal?” Simplificando, são todos os microrganismos – bactérias, vírus, protozoários e fungos – e seu material genético encontrados no trato gastrointestinal.

Diversidade do microbioma

Sim, todos nós temos tudo isso em nosso sistema gastrointestinal, mas nem todos nos mesmos níveis – há diferenças pessoais nessa diversidade.

E é justamente essa diversidade que pode ser a chave para a nossa saúde.

Então, o que determina o microbioma intestinal de alguém? Existem alguns fatores que entram em jogo.

Uma é a genética, algumas pessoas parecem estar predispostas em nível genético a ter um microbioma intestinal mais diversificado do que seus amigos e vizinhos. Outro fator são os medicamentos – certos medicamentos, incluindo antibióticos, podem afetar, neste caso negativamente, a diversidade do microbioma intestinal. A dieta, é claro, também desempenha um fator.

Microbioma e sono

Para este estudo, os voluntários usaram o que o professor Tartar chamou de “relógio inteligente com esteroides” na cama, um conjunto de equipamentos que monitorava todos os tipos de sinais vitais. Dessa forma, foi possível determinar o quão eles dormiam a noite toda. De manhã, seus microbiomas intestinais eram avaliados por exames de fezes e urina.

Os voluntários que dormiam bem apresentaram sistematicamente um microbioma intestinal mais diversificado – ou “melhor”.

Tartar lembra que a diversidade do microbioma intestinal, ou a falta dela, está associada a outros problemas de saúde, como a doença de Parkinson (Parkinson pode ir do intestino ao cérebro pelo nervo vago) e doenças autoimunes, além da saúde psicológica (ansiedade e depressão). Quanto mais diverso o microbioma intestinal de alguém, maior a probabilidade de que ele tenha melhor saúde geral.

“Sabemos que o sono é praticamente o canivete suíço da saúde,” disse Tartar. “Dormir uma boa noite de sono pode levar à melhoria da saúde e a falta de sono pode ter efeitos prejudiciais. Todos nós vimos os relatórios [artigos científicos] que mostram que a falta de sono adequado pode levar a problemas de saúde de curto prazo (estresse, problemas psicossociais) e longo prazo (doenças cardiovasculares, câncer). Sabemos que [esses efeitos ocorrem] nos estágios mais profundos do sono quando o cérebro ‘retira o lixo’, uma vez que o cérebro e o intestino se comunicam. O sono de qualidade afeta muitas outras facetas da saúde humana.”

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Atividade física pode prevenir até 10 mil casos de câncer por ano

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Exercícios contra o câncer

Até 10 mil casos de câncer podem ser prevenidos por ano no Brasil somente com o aumento da prática de atividade física.

É o que garantem pesquisadores do Departamento de Medicina Preventiva da USP, que fizeram o levantamento em parceria com equipes das universidades de Harvard (Estados Unidos), Cambridge (Reino Unido) e Queensland (Austrália). Mais de 400 mil novos casos de câncer são diagnosticados por ano no Brasil.

A atividade física pode reduzir o risco de câncer por diversos mecanismos biológicos, como pela redução da adiposidade, redução de fatores pró-inflamatórios, redução da insulina, da resistência à insulina e de fatores de crescimento semelhantes à insulina, redução de hormônios sexuais e melhora da função imune.

“A redução da adiposidade também teria um efeito nos demais mecanismos citados e, portanto, seria o principal mediador dessa relação entre atividade física e câncer,” disse o pesquisador Leandro Fórnias Machado de Rezende, que cita os cânceres de mama (pós-menopausa) e cólon, entre os mais frequentemente diagnosticados no Brasil, como sabidamente influenciados pelo nível de atividade física.

Correr para evitar

A pesquisa apontou que aproximadamente metade da população brasileira não atinge a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de pelo menos 150 minutos de atividade física por semana. Essa proporção é maior entre as mulheres (51%) do que entre os homens (43%).

Segundo Leandro, a partir desses dados, de uma extensa revisão de literatura, e dos indicadores de incidência de câncer publicados pelo Instituto Nacional do Câncer e pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, foi possível estimar diferentes cenários de prevenção de câncer por meio da atividade física.

Até 8,6 mil casos de câncer em mulheres e 1,7 mil casos de câncer em homens poderiam ser evitados por ano com aumento da atividade física na população. Esses casos de câncer correspondem a 19% da incidência de câncer de cólon e 12% da incidência do câncer de mama no Brasil.

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Evidências de que radiações eletromagnéticas afetam a saúde são incontestáveis, diz pesquisadora

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Doença misteriosa dos diplomatas

Recentemente chegaram à imprensa os relatos e sintomas de uma “doença misteriosa” que afligiu diplomatas norte-americanos e canadenses.

Os sintomas combinam fortemente com efeitos conhecidos da radiação eletromagnética pulsada e de micro-ondas, concluiu a equipe da professora Beatrice Golomb, da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, em um artigo publicado na revista científica Neural Computation.

Golomb afirma que as conclusões poderão ajudar no tratamento dos diplomatas e membros das suas famílias, mas, mais amplamente, chama a atenção para uma parte da população que é de fato afetada pela radiação eletromagnética, um fato que vem sendo apregoado como “mito” por muitos cientistas e especialistas ouvidos pela mídia.

“Eu olhei para o que é conhecido sobre radiações eletromagnéticas e de micro-ondas em relação às experiências dos diplomatas. Tudo bate. Os detalhes dos sons variados que os diplomatas relataram ouvir durante os episódios aparentemente ensejadores [das ocorrências], tais como chilrear, sinos e zumbido, batem nos detalhes com propriedades conhecidas da chamada ‘audição de micro-ondas’, também conhecida como o efeito de Frey,” disse Golomb.

Os pesquisadores também compararam os sintomas descritos pelos diplomatas e suas famílias com um estudo publicado em 2012 sobre sintomas relatados por pessoas afetadas pela radiação eletromagnética no Japão. No geral, os sintomas citados – dor de cabeça, problemas cognitivos, problemas de sono, irritabilidade, nervosismo ou ansiedade, tontura e zumbido nos ouvidos – ocorreram em taxas surpreendentemente semelhantes nos dois casos.

“E os sintomas que surgiram se encaixam, incluindo a predominância de problemas de sono, dores de cabeça e problemas cognitivos, bem como a proeminência distinta de sintomas auditivos. Mesmo resultados objetivos relatados em imagens cerebrais se encaixam com o que foi relatado para pessoas afetadas por radiação de radiofrequência pulsada e de micro-ondas,” disse Golomb.

Saúde e radiação eletromagnética

As consequências para a saúde da exposição às radiofrequências ainda estão em debate entre os especialistas. Algumas agências governamentais, como o Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental e o Instituto Nacional do Câncer, dos EUA, sustentam publicamente que as radiações não ionizantes de baixa a média frequência, como as de micro-ondas e radiofrequências, “são geralmente inofensivas”, citando estudos que não encontraram ligação conclusiva entre exposição e dano.

Golomb observa que muitos dos estudos citados pelas agências norte-americanas foram financiados por indústrias ligadas às emissões ou tiveram outros conflitos de interesse. Ela afirma que estudos independentes, ao longo de décadas, têm relatado efeitos biológicos e danos à saúde causados por radiação não ionizante, especificamente as radiofrequências pulsadas e as micro-ondas, inclusive por estresse oxidativo e mecanismos daí derivados, como inflamação, ativação autoimune e lesão mitocondrial.

Já a Agência Nacional de Segurança Sanitária (ANSES) da França, em comunicado mais restrito à telefonia celular, reconhece que celulares causam “efeitos biológicos” e a exposição deve ser controlada. A própria Organização Mundial da Saúde já admitiu que os telefones celulares podem causar câncer cerebral.

Golomb comparou a situação atual das pessoas com sensibilidade eletromagnética à de pessoas com alergia a amendoim: a maioria das pessoas não experimenta nenhum efeito adverso ao comer amendoim, mas, para um subgrupo vulnerável, a exposição produz consequências negativas, até mesmo com risco de vida.

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Médico dos EUA que lançou moda da vitamina D recebe dinheiro da indústria

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Estudos têm mostrado que a substância não traz os benefícios alardeados por Michael Holick

O entusiasmo de Michael Holick pela vitamina D pode ser descrito, com justiça, como extremo. O endocrinologista da Universidade de Boston talvez seja o maior responsável por criar o mercado de suplementos e testes de vitamina D, que movimenta US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4 bilhões) ao ano.

Ele eleva seu nível da substância usando suplementos e leite fortificado. Quando sai de bicicleta, não usa protetor solar nos braços e pernas. Holick já escreveu livros inteiros de elogio à vitamina D e alertou em numerosos artigos acadêmicos sobre “a pandemia da deficiência de vitamina D”, que explicaria o estado insatisfatório da saúde mundial e a forte incidência de doenças.

A fixação dele é tão intensa que se estende aos dinossauros. E se o verdadeiro problema do asteroide que se chocou com a Terra 65 milhões de anos atrás fosse não a escassez de comida que ele causou, mas os ossos fracos que resultam da falta de luz solar? “Eu às vezes imagino”, escreveu Holick, “se os dinossauros não morreram de raquitismo ou de osteomalacia”.

O papel de Holick na formulação das diretrizes nacionais dos Estados Unidos sobre as necessidades de vitamina D e a aceitação de sua mensagem por boa parte dos médicos e pelos gurus de wellness, ajudaram a elevar as vendas de suplementos vitamínicos a US$ 936 milhões (cerca de R$ 3,7 bilhões) em 2017.

Isso representa alta de 900% ante as vendas da categoria uma década antes. O número de testes de laboratório quanto a deficiência de vitamina D também disparou: os médicos americanos solicitaram mais de 10 milhões deles para pacientes do programa federal de saúde Medicare em 2016, ou 547% mais testes do que em 2007. O custo total desses testes atingiu os US$ 365 milhões (aproximadamente R$ 1,4 bilhão).

Mas é improvável que muitos dos americanos que se deixaram arrastar pela mania da vitamina D saibam que o setor remunera Holick generosamente pelo seu esforço.

Uma investigação conduzida pela Kaiser Health News a pedido do The New York Times constatou que ele usa sua posição influente na comunidade médica a fim de promover práticas que beneficiam financeiramente empresas —fabricantes de medicamentos, salões de bronzeamento e um dos maiores laboratórios de testes médicos dos Estados Unidos — que lhe pagaram centenas de milhares de dólares em honorários.

Holick, 72, admitiu em entrevista que desde 1979 trabalha como consultor para o laboratório Quest Diagnostics, que realiza testes de vitamina D. Holick disse que as verbas que recebe do setor “não influenciam em termos de falar sobre os benefícios da vitamina D para a saúde”.

Não há questão de que a vitamina D é um hormônio importante. Se ela não estiver presente em nível suficiente, os ossos podem perder espessura e se tornar quebradiços, ou passar por deformações, causando uma condição conhecida como raquitismo, em crianças, ou osteomalacia, em adultos.

A questão está em qual o teor de vitamina D é saudável e qual aponta para deficiência de vitamina.

O papel crucial de Holick em orientar esse debate foi exercido em 2011. No final do ano anterior, a prestigiosa Academia Nacional de Medicina americana (então conhecida como Instituto de Medicina), que congrega especialistas científicos independentes, divulgou um relatório abrangente de 1.132 páginas sobre a deficiência de vitamina D.

O estudo concluiu que a vasta maioria dos americanos produzia quantidade suficiente do hormônio naturalmente e aconselhou os médicos a só testar os níveis de vitamina D nos pacientes em alto risco de certas enfermidades, como a osteoporose.

Poucos meses mais tarde, em junho de 2011, Holick supervisionou a publicação de um relatório que adotou posição radicalmente diferente.

O estudo, publicado na revista acadêmica Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, foi produzido a pedido da Sociedade de Endocrinologia, a mais famosa organização profissional do ramo, cujas diretrizes são usadas amplamente por hospitais, médicos e laboratórios clínicos dos EUA, como o Quest.

A organização adotou a posição de Holick, de que “a deficiência de vitamina D é muito comum em todas as faixas etárias”, e advogou uma grande expansão nos testes de vitamina D, que abarcaria mais de metade da população dos EUA, incluindo os negros, os hispânicos e os obesos —que tendem a ter nível de vitamina D inferior ao de outros grupos.

As recomendações propiciaram enormes benefícios financeiros para o setor de vitamina D. Ao advogar testes generalizados, a Sociedade de Endocrinologia direcionou mais negócios para o Quest e outros grandes laboratórios. Hoje, testes de vitamina D ocupam o quinto posto entre os testes de laboratório mais frequentes, nos exames cobertos pelo Medicare.

As diretrizes beneficiaram o setor de vitamina D de outra maneira importante. Ao contrário da Academia Nacional, que concluiu que os pacientes têm vitamina D suficiente quando apresentam teores superiores a 20 nanogramas por mililitro de sangue, a Sociedade de Endocrinologia optou por recomendar níveis de vitamina D muito mais altos, de pelo menos 30 nanogramas por mililitro. Muitos laboratórios comerciais, entre os quais o Quest e LabCop, adotaram esse padrão mais alto.

Mas não existem provas de que pessoas com o teor de 30 nanogramas por mililitro sejam mais saudáveis do que as pessoas que apresentam 20 nanogramas por mililitro, disse Clifford Rosen, cientista sênior do Instituto de Pesquisa do Centro Médico do Maine e coautor do relatório da Academia Nacional sobre a vitamina D.

O uso do padrão mais alto recomendado pela Sociedade de Endocrinologia cria a impressão de que existe uma epidemia, ele diz, porque aponta que 80% dos americanos têm níveis insuficientes de vitamina D. “É comum que pessoas sejam testadas e tratadas com informações imprecisas e otimismo infundado de que basta tomar um suplemento e sua saúde estará boa”, disse Rosen.

Pacientes com teor baixo de vitamina D no sangue costumam receber receitas para suplementos e são instruídos a fazer novos testes dentro de alguns meses, disse Alex Krist, clínico geral e vice-presidente da Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos, um painel de especialistas que oferece aconselhamento sobre saúde.

Muitos médicos passam a solicitar que o teste de vitamina D seja realizado pelo menos uma vez por ano. Krist diz que “é do interesse financeiro dos laboratórios” classificar o teor de vitamina D dos pacientes como insuficiente.

Em um livro lançado em 2010, “The Vitamin D Solution” (Vitamina D, A Solução, em tradução livre), Holick oferecia dicas aos leitores e os encorajava a fazer o teste. Para os leitores preocupados com o preço do teste —que varia de US$ 40 a US$ 225 (entre cerca de R$ 160 a R$ 900)—, ele mencionava os códigos de reembolso que os médicos devem citar para solicitar cobertura do custo por planos de saúde.

“Se eles usarem o código errado ao fazer o pedido de reembolso, o reembolso será negado e você terá de pagar pelo teste”, escreveu Holick.

Ele reconheceu ter laços financeiros com o Quest e outras empresas, em sua declaração quanto a conflitos de interesses publicada em companhia das diretrizes da Sociedade de Endocrinologia. Em entrevista, Holick disse que trabalha para o Quest há quatro décadas —recebendo US$ 1.000 (R$ 4.000) por mês—, mas que isso não afeta os conselhos médicos que dá.

“Não recebo mais dinheiro se eles venderem um bilhão de testes, em lugar de apenas um”, ele disse.

Wendy Bost, porta-voz do Quest, disse que a empresa recorre a diversos consultores pagos. “Temos a convicção de que trabalhar com os maiores especialistas de um dado campo, seja a vitamina D ou outra área, se traduz em melhor qualidade e melhor informação, tanto para os nossos pacientes quanto para os médicos”, ela afirmou.

De 2011 para cá, os conselhos de Holick foram adotados pelo setor de wellness. O Goop, site de Gwyneth Paltrow, cita os escritos do médico. O cirurgião Mehmet Oz, apresentador de um reality show, descreve a vitamina D como “a coisa de que você sempre precisa mais”, e diz à sua audiência que a vitamina pode ajudar a evitar doenças cardíacas, depressão, ganho de peso, perda de memória e câncer.

E o site de Oprah Winfrey diz aos leitores que “saber seu nível de vitamina D pode salvar sua vida”. Há médicos renomados que recomendam uso maior do hormônio, como Walter Willett, um professor muito respeitado da escola de medicina da Universidade Harvard.

Hoje, sete anos depois que os relatórios com constatações díspares foram publicados, os responsáveis pelo relatório da Academia Nacional lutam para se fazerem ouvir acima do clamor por mais e mais pílulas ensolaradas. “Não há uma ‘pandemia'”, disse A. Catharine Ross, professora de ciência da nutrição na Universidade Estadual da Pensilvânia e presidente do comitê que redigiu o relatório da Academia Nacional, em entrevista. “Não existe um problema generalizado.”

Em “The Vitamin D Solution”, Holick descreve sua defesa da vitamina D como uma cruzada solitária. “Os fabricantes de remédios podem vender o medo”, ele afirma, “mas não podem vender o sol, e por isso não há promoção sobre os benefícios do sol para a saúde”.

Mas Holick também tem laços firmes com o setor farmacêutico. Recebeu quase US$ 163 mil (aproximadamente R$ 652 mil) de companhias farmacêuticas, entre 2013 e 2017, por trabalhos de consultoria e outros serviços, de acordo com o banco de dados de pagamentos do Medicare, que acompanha pagamentos de fabricantes de remédios e equipamentos médicos a profissionais de saúde.

As empresas das quais ele recebeu pagamentos incluem a Sanofi-Aventis, que fabrica suplementos de vitamina D; a Shire, que produz remédios para distúrbios hormonais que são aplicados em companhia de vitamina D; a Amgen, produtora de um tratamento contra osteoporose; e a Roche Diagnostics e a Quidel, ambas fabricantes de testes de vitamina D.

O banco de dados só inclui pagamentos feitos desde 2013, mas o histórico de remuneração de Holick por empresas farmacêuticas é muito mais longo. Em seu livro de 2010, ele descreve uma visita à África do Sul para “fazer palestras organizadas por uma companhia farmacêutica”, cujo presidente-executivo e presidente do conselho estavam na plateia do evento.

As conexões entre Holick e os salões de bronzeamento artificial também atraíram atenção. Ainda que Holick diga não recomendar bronzeamento, ele descreveu o bronzeamento artificial como “fonte recomendada” de vitamina D, “se usado com moderação”.

Holick admitiu ter aceitado verbas de pesquisa da UV Foundation, uma organização sem fins lucrativos ligada à Associação de Bronzeamento Artificial, que encerrou suas atividades posteriormente. A fundação doou US$ 150 mil (cerca de R$ 600 mil) à Universidade de Boston entre 2004 e 2006, e destinou as verbas às pesquisas de Holick. A Agência Internacional de Pesquisa do Câncer classificou os leitos de bronzeamento artificial como carcinogênicos em 2009.

Em 2004, as conexões que Holick mantinha com setor de bronzeamento artificial levaram Barbara Gilchrest, então diretora do departamento de dermatologia da Universidade de Boston, a pedir que o médico deixasse seu posto no departamento.

Ele o fez, mas continua a ser professor no departamento de endocrinologia, diabetes, nutrição e controle de peso da universidade. Em “The Vitamin D Solution”, Holick escreveu que foi “forçado” a deixar seu posto por conta de seu “apoio firme a uma exposição sensata à luz solar”.

Ele acrescentou: “Que vergonha eu ter ousado desafiar um dos dogmas da dermatologia”. Ainda que o site de Holick o defina como membro da Academia Americana de Dermatologia, uma porta-voz da instituição, Amanda Jacobs, afirmou que ele não é integrante.

Christopher McCartney, presidente do subcomitê de diretrizes clínicas da Sociedade de Endocrinologia, disse que a organização adotou normas mais severas quanto a conflitos de interesse, depois da divulgação de suas diretrizes para a vitamina D. As atuais normas da organização não permitem que os presidentes de comitês de recomendação de regras tenham conflitos de interesse financeiros.

O entusiasmo pela vitamina D diminuiu um pouco entre os especialistas médicos, nos últimos anos, porque testes clínicos rigorosos não conseguiram confirmar os benefícios sugeridos em estudos preliminares.

Sociedades médicas brasileiras adotam o limite de 20 ng/ml para adultos saudáveis e de 30 ng/ml para pessoas com doenças como osteoporose, gestantes e para quem fez cirurgia bariátrica, por exemplo.

Por aqui já houve uma grande discussão entre médicos para definir qual é a melhor maneira de obter o hormônio – via de regra, a maior parte é obtida via solar, mas a exposição com protetor impediria a chegada de raios ultravioleta do tipo B, importantes para a produção na pele. Como obter vitamina D sem aumentar a chance de câncer de pele?

Um estudo conduzido por membros da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), porém, pode por fim na celeuma. Foram medidos níveis da vitamina D em três grupos: um ficou confinado; outros dois foram expostos ao sol, um com filtro solar e outro sem. Houve diferença significativa na produção de vitamina D dos grupos expostos ao sol em relação ao confinado. E, o mais importante: o uso do protetor solar não interferiu de forma significativa na produção de vitamina D.

“Mesmo com a exposição solar, porém, algumas pessoas tem deficiência do hormônio”, alerta Francisco Bandeira, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Para o médico, é importante “não cair no erro de negligenciar o hormônio, que, em bons níveis, tem muitos efeitos benéficos no organismo”.

A médica Clívia Carneiro, da SBD e uma das autoras do estudo, diz que uma recomendação prática é nunca ficar no sol até a pele ficar avermelhada — nesse estágio há degradação, em vez de síntese, de vitamina D.

Diversos testes clínicos não constataram sinais de que a vitamina D reduza o risco de câncer, doenças cardíacas ou quedas, entre os idosos. E a maioria dos cientistas diz que as provas são insuficientes para determinar se a vitamina D poderia prevenir doenças crônicas não relacionadas aos ossos.

Ainda que o volume de vitamina D em um suplemento diário típico seja considerada seguro, existe a possibilidade de consumo excessivo. Em 2015, um artigo do American Journal of Medicine vinculava teores de vitamina D da ordem de 50 nanogramas por mililitro de sangue a risco ampliado de morte. Esse nível é considerado saudável pela Sociedade de Endocrinologia, que define “suficiência” de vitamina D como um nível de entre 30 e 100 nanogramas por mililitro, disse Rosen.

Alguns pesquisadores dizem que a vitamina D talvez jamais tenha sido a pílula milagrosa que parecia ser. Pessoas doentes que saem pouco de casa tendem a ter níveis baixos de vitamina D; sua saúde precária é a causa provável de sua insuficiência de vitamina D, e não o contrário, disse JoAnn Manson, diretora de medicina preventiva do Brigham and Women’s Hospital, em Boston.

Apenas estudos realmente rigorosos, que designem pacientes aleatoriamente para usar vitamina D e outros produtos, e placebos, poderão oferecer respostas rigorosas quanto ao efeito da vitamina D sobre a saúde. Manson comanda um desses estudos, envolvendo 26 mil adultos. Os resultados devem sair em novembro.

Diversas operadoras de planos de saúde e especialistas em saúde começaram a ver como desnecessário e dispendioso o uso generalizado de testes de vitamina D.

Em 2014, a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos afirmou que não havia provas suficientes para recomendar ou rejeitar testes rotineiros de vitamina D. Em abril, a organização explicitamente recomendou que adultos mais velhos que não vivam em casas de repouso parem de tomar suplementos de vitamina D com o objetivo de prevenir quedas.

Em 2015, a Excellus BlueCross BlueShield, operadora de planos de saúde de Rochester, Nova York, publicou uma análise que destaca o uso exagerado de testes de vitamina D. “É uma quantidade astronômica de dinheiro”, disse Richard Lockwood, vice-presidente e diretor geral de medicina da Excellus. Mais de 40% dos pacientes da Excellus que passaram por testes de vitamina D não tinham motivo médico para o exame.

Apesar dos esforços da Excellus para reduzir a aplicação dos testes, o uso da vitamina D continua em alta, disse Lockwood. “É difícil promover uma mudança de hábitos”, ele disse, acrescentando que “a comunidade médica não é diferente do resto do mundo, e nós também aderimos a modas”.

The New York Times

Superbactéria: Sem lucro com antibióticos, farmacêuticas largam pesquisas

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Uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo jogou a toalha, gerando um novo revés na luta contra infecções possivelmente fatais. A Novartis é a última grande empresa farmacêutica a encerrar pesquisas antibacterianas e antivirais, seguindo o exemplo de AstraZeneca, Sanofi, Allergan e Medicines. A GlaxoSmithKline colocou alguns ativos do ramo de antibióticos em análise.

O revés reacende a preocupação a respeito de um mundo no qual infecções de rotina voltam a se tornar letais pelo fato de as bactérias desenvolverem resistências aos medicamentos existentes. As vendas de novos antibióticos são pequenas demais para que as grandes empresas farmacêuticas recuperem os investimentos e as medidas públicas para incentivar uma atividade maior não estão dando resultado.

“O mercado está quebrado”, disse David Shlaes, consultor e ex-executivo do setor farmacêutico. “Estamos agora em um ponto no qual a resistência avança muito mais rapidamente do que nossa capacidade de fornecer novos antibióticos. Esta é mais uma má notícia em meio a uma longa série de notícias bem ruins.”

O novo recuo se dá após um breve período em que as empresas líderes do setor pareciam dispostas a assumir riscos nesse campo. A Merck & Co. investiu US$ 8,4 bilhões na líder do ramo de antibióticos Cubist em 2014. A Novartis, a Glaxo e outras empresas prometeram no Fórum Econômico Mundial, em 2016, combater a ameaça das bactérias resistentes a medicamentos. O governo dos EUA ofereceu proteção de patentes mais longas às empresas dispostas a investir, além de subsídios que poderiam chegar a centenas de milhões de dólares.

Não vendem

Mas os novos antibióticos simplesmente não foram vendidos. Apenas cinco dos 16 medicamentos antimicrobianos de marca aprovados de 2000 até o ano passado foram capazes de vender mais de US$ 100 milhões por ano, segundo um estudo do Centro de Políticas de Saúde Margolis da Universidade Duke. O valor é baixíssimo se comparado aos bilhões de dólares obtidos pelos novos tratamentos contra o câncer.

O problema das empresas farmacêuticas é que os novos antibióticos normalmente são mantidos em reserva e sem uso a menos que sejam necessários, quando os pacientes desenvolvem resistência a um medicamento mais antigo. Até mesmo os antibióticos mais caros, que custam cerca de US$ 1.000 por dia, são baratos se comparados com um medicamento contra o câncer, que é aplicado por meses e não apenas por alguns dias ou semanas.

Enquanto isso, o desenvolvimento de novos antibióticos está se tornando mais caro, disse Gabrielle Breugelmans, diretora de pesquisa da Access to Medicine Foundation. Os cerca de 275 projetos de pesquisa em andamento no mundo podem render dois ou três medicamentos, disse.

“A retirada da Novartis nos deixa um pouco preocupados porque eles tinham uma linha relativamente grande de desenvolvimento” de novos antibióticos, disse Breugelmans. “Agora não se sabe ao certo o que vai acontecer.”

A Novartis, que anunciou na quarta-feira que abandonará a pesquisa de antibióticos, afirmou que buscará parceiros para seus medicamentos experimentais. Se seguir os precedentes recentes, a empresa pode acabar entregando seus ativos a outra empresa de menor porte. Ao deixarem os antibióticos de lado, outras farmacêuticas transferiram seus ativos para empresas de biotecnologia dispostas a assumir um risco maior. A empresa Medicines vendeu sua carteira à Melinta Therapeutics e a AstraZeneca repassou suas pesquisas para uma firma independente chamada Entasis Therapeutics antes de negociar o restante de sua unidade de antibióticos com a Pfizer. Empresas de biotecnologia como Achaogen e Paratek Pharmaceuticals também estão trabalhando em novos antibióticos próprios.

Radiação de celulares afeta memória de adolescentes

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Celulares e o cérebro dos adolescentes

Campos eletromagnéticos de radiofrequência podem ter efeitos adversos no desenvolvimento da memória em regiões específicas do cérebro expostas ao uso de telefones celulares.

Esta é a conclusão de um estudo envolvendo cerca de 700 adolescentes, realizado pelo Instituto Suíço de Saúde Pública e Tropical, e publicado na revista Environmental Health Perspectives.

O assunto ainda é tema de preconceitos e controvérsias, e geralmente desperta furor entre os próprios cientistas, mas vários estudos vêm confirmando que, em alguns casos, há um risco real da radiação dos celulares para a saúde.

A rápida evolução das tecnologias da informação e comunicação aumentou nossa exposição a campos eletromagnéticos de radiofrequência em geral, despertando em algumas pessoas o que hoje se conhece como sensibilidade eletromagnética.

Mas a fonte de exposição mais relevante para o cérebro é o uso de um telefone celular próximo à cabeça (Para outras áreas específicas do corpo, veja o artigo Celular no bolso da calça reduz fertilidade masculina).

Os celulares e o cérebro dos adolescentes

Martin Roosli e seus colegas analisaram a relação entre a exposição à radiofrequência dos telefones celulares durante chamadas de voz e o desempenho da memória em adolescentes.

Este é o primeiro estudo epidemiológico no mundo a estimar a dose cerebral cumulativa de emissões eletromagnéticas de rádio (EEM-RF) em adolescentes. “Uma característica única deste estudo é o uso de dados de usuários de celular coletados objetivamente das operadoras de telefonia móvel,” disse Roosli.

Os resultados mostraram que a exposição cerebral cumulativa à EEM-RF pelo uso de telefones celulares ao longo de um ano pode ter um efeito negativo sobre o desenvolvimento da memória figurativa, confirmando resultados anteriores da própria equipe, publicados em 2015.

A memória figurativa localiza-se principalmente no hemisfério direito do cérebro, e a associação com o EEM-RF foi mais pronunciada em adolescentes usando o telefone celular no lado direito da cabeça.

Outros aspectos do uso da comunicação sem fio, como o envio de mensagens de texto, jogos ou navegação na internet, causam apenas uma exposição marginal do cérebro à radiofrequência e não se mostraram associados ao desenvolvimento ou ao desempenho da memória.

Mas o pesquisador enfatiza que mais pesquisas são necessárias para descartar a influência de outros fatores. “Por exemplo, os resultados do estudo podem ter sido afetados pela puberdade, o que afeta tanto o uso do celular quanto o estado cognitivo e comportamental do participante,” disse Roosli.

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