Calda de fumo – Eficiente até demais

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Inconvenientes de utilizar fumo na horta orgânica

A calda de fumo é utilizada como pesticida por conta de sua nicotina, presente nas folhas do tabaco. É muito popular pela sua eficiência e acaba sendo utilizada mesmo no cultivo orgânico. Alguns países já proibiram o uso de pesticidas contendo nicotina em cultivos orgânicos, pois apresentam diversos inconvenientes que acabam sendo superiores aos benefícios. Vamos ver quais são eles?

Eficiente Pesticida, até demais

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O poder pesticida da aplicação do fumo é alto, porém ele afeta diversos insetos benéficos também. Além disso, existem alguns estudos (em inglês) propondo que, ao invés de repelir, plantas tratadas com algum pesticida que contenha nicotina atraem mais as abelhas. Essa nicotina faria com que elas se alimentassem menos, reproduzissem menos e se desenvolvessem mais lentamente. Nada bom em se tratando de um dos principais polinizadores, não acha?

Fumo não orgânico

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Se você só tem acesso ao fumo comprado, a chance dele não ser orgânico é grande. E fazer uma calda de uma planta que foi tratada com diversos agrotóxicos, não parece ser a melhor alternativa para aplicar em suas plantas tão cuidadosamente cultivadas, em um cultivo orgânico.

Fumo e a Saúde

A nicotina é extremamente tóxica e, de acordo com estudos (em inglês), ela é mais tóxica quando em contato com a pele do que quando ingerida. Alguns dos sintomas da nicotina no organismo: dor de cabeça, distúrbios do sono, tonturas, irritabilidade, aumento da tendência de coagulação do sangue, arritmias, dor nas juntas e etc. A lista é longa!

Aspectos sociais

Novamente, se você tem acesso ao fumo comprado, provavelmente será de alguma lavoura não orgânica (apesar do cultivo orgânico do tabaco estar aumentando). Esse cultivo é altamente prejudicial aos agricultores, pois além da possibilidade de intoxicação com a nicotina ao manejar as folhas, lida-se com muitos agrotóxicos. Basta uma pesquisa no Google com fumo e agrotóxico para ver a infinidade de links sobre isso. E há pesquisas que relatam o desconforto que é para agricultores trabalhar com fumo, com excessivas jornadas de trabalho, poucos equipamentos de proteção. Fontes não faltam, como por exemplo no G1, Agência Fiocruz, Zero Hora.

Bom, esses são os pontos negativos que me ocorreram e que são suficientemente grandes para que eu evite utilizar em minha horta. Se você cuida da saúde de seu solo e de suas plantas, a chance de sequer precisar de algum pesticida já cai bastante. Mas caso precise, busque por soluções alternativas mais saudáveis, como óleo de neem, calda de alho, sabão, pimenta, etc.

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Mercado de alimentação vegana é aposta em São Paulo

10.05.2011 ]

Juliana Colombo

Em 2008, após 16 anos de trabalho em uma empresa de energia elétrica, André Cantú, 50, largou o emprego e abriu um restaurante com uma particularidade: os produtos são elaborados sem alimentos de origem animal.

Localizado no bairro da Liberdade (centro de São Paulo), o Broto de Primavera é um dos quatro estabelecimentos veganos de São Paulo, de acordo com a ONG Sociedade Vegana.

Esse mercado, que dispensa artigos animais na elaboração dos produtos, está em ascensão em São Paulo, dizem especialistas.

Para Fabio de Azevedo, consultor de varejo do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), há muito potencial a ser explorado.

“Esse é um nicho de mercado especializado para atender a um consumidor preocupado não só com hábitos alimentares, mas com um estilo de vida diferenciado”, resume Azevedo.

Segundo estudo da empresa de pesquisa Euromonitor, o setor de alimentos e bebidas saudáveis (incluindo orgânicos, diet e light) deve faturar US$ 21,5 bilhões (R$ 34,6 bilhões) no país até 2014.

Cantú investiu R$ 70 mil na reforma do ponto. Quase três anos depois, com faturamento mensal de R$ 15 mil, o empresário planeja ampliação. “Só falta convencer a vizinha a vender o terreno.”

LEQUE MAIOR

O empresário George Guimarães, 37, também investiu na área. Com duas unidades do restaurante Vegethus, o empresário diz faturar R$ 60 mil na localizada na capital paulista e R$ 35 mil na situada em Santo André (SP).

Mas há quem amplie o leque de produtos para ganhar mercado, como Milena Signe, 47, dona do Apfel, restaurante vegetariano com opções veganas. “Posso atender a qualquer público.”

Laura Kin, que abriu e fechou uma padaria vegana em 2009, não credita a falência à falta de clientes. “Foi por não saber administrar o negócio. Público tinha”, diz.

Como os negócios que envolvem o veganismo não se restringem à alimentação, o webmaster Alex Fernandes, 38, criou em 2004, o portal Guia Vegano.

Ele conta que 70% do público do site são mulheres, na faixa de 15 a 30 anos, “preocupadas com saúde e impacto do seu consumo no planeta”.

Clélia Angelon, 62, dona da empresa de cosméticos Surya, também aproveitou o interesse em produtos veganos e teve crescimento de 30% de 2009 para 2010.

No ano passado, faturou R$ 26 milhões. “Pessoas ligadas aos seus animais de estimação e à saúde procuram meus produtos”, diz.

http://classificados.folha.com.br/negocios/912314-mercado-de-alimentacao-vegana-e-aposta-em-sao-paulo.shtml

Brasileiro come menos arroz e bebe mais ‘refri’

17.12.2010

Denise Menchen

Brasileiros de todas as faixas de renda estão trocando comida fresca por produtos industrializados e, com isso, piorando a qualidade de sua alimentação básica.

Ingredientes típicos do cardápio nacional, o feijão e o arroz são comprados em quantidades cada vez menores, enquanto o consumo per capita de açúcar – embutido em refrigerantes, massas prontas etc.- excede o nível nutricional recomendado.

É o que mostram as pesquisas divulgadas ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a quantidade e a qualidade dos alimentos comprados para consumo em casa.

No caso do arroz polido, por exemplo, a queda no consumo per capita foi de 40,5% de 2003 a 2009. No do feijão, de 26,4%.

Com isso, esses alimentos passaram a responder por apenas 16,2% e 5,4% das calorias ingeridas nos lares do país, ante 17,4% e 6,6% na pesquisa anterior.

Já comidas processadas, como pães, embutidos, biscoitos, refrigerantes e refeições prontas, ganharam importância e, juntos, já respondem por 18,4% das fontes de energia consumidas.

AÇÚCAR LIVRE

Os estudos revelam também o consumo excessivo de açúcar, que pode contribuir para o desenvolvimento de obesidade, diabetes e câncer.

Hoje, do total de calorias presentes na despensa dos brasileiros, 16,4% vêm dos chamados açúcares livres, que são aqueles adicionados aos alimentos no seu processamento ou no momento do consumo. A recomendação nutricional é que essa parcela não ultrapasse os 10%.

A presença do açúcar refinado nos carrinhos, porém, tem diminuído – em 2009, um brasileiro comprava, em média, 3,2 kg do produto por ano, quase a metade dos 6,1 kg registrados em 2003.

Isso significa que as pessoas estão consumindo mais alimentos que já têm açúcar na sua formulação.

“Caiu a quantidade de açúcar de mesa, não o açúcar da dieta. As pessoas não adoçam mais suco em casa, compram já adoçado”, diz Renata Levy, pesquisadora em medicina preventiva da USP.

http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/13727

Pragas controladas sem impacto ambiental

24.08.2010

A aplicação de inseticidas pode resolver a incidência de doenças em uma determinada lavoura, mas traz uma série de efeitos colaterais indesejáveis. Eliminar o inseto transmissor pode afetar a reprodução de outras espécies vegetais que dependem dele para a polinização. Além disso, resquícios dos químicos empregados aderem à planta e podem contaminar a alimentação humana, bem como rios e outros corpos d’água.

A preocupação com essas questões fez surgir o conceito de controle biorracional de pragas, uma maneira de controlar o desenvolvimento de insetos sem exterminá-los com o uso de produtos naturais e seus derivados, procurando minimizar os impactos ambientais.

No Brasil, oito unidades de pesquisa de cinco estados se uniram para formar o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Controle Biorracional de Insetos Pragas, com a proposta de desenvolver soluções de diversos problemas que atingem as plantações brasileiras.

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), campus de Rio Claro, e a Universidade de São Paulo (USP), com seus campi de Ribeirão Preto e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba, são as quatro unidades paulistas que integram o instituto e recebem apoio da FAPESP e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) por meio da modalidade Temático-INCT.

O INCT também é integrado pelas universidades federais do Paraná e de Sergipe e por duas unidades da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac): a Estação Experimental Sósthenes de Miranda, em São Sebastião do Passé (BA), e a Superintendência da Amazônia Oriental, em Belém (PA).

Uma das vantagens de utilizar compostos naturais no controle de pragas é retirar substâncias tóxicas dos processos ecológicos. “A probabilidade de uma substância natural apresentar toxicidade a um inseto é pequena. Ela pode inibir o desenvolvimento de um determinado inseto, por exemplo, e isso poupa de produtos tóxicos o animal, o meio ambiente e o próprio ser humano, que consumirá alimentos vindos daquela planta”, disse a coordenadora do INCT, Maria de Fátima das Graças Fernandes da Silva, professora do Departamento de Química da UFSCar, à Agência FAPESP.

Por serem mais familiares ao organismo, as substâncias naturais são metabolizadas mais facilmente, enquanto os produtos sintéticos podem acabar se acumulando. Isso ocorre porque os produtos de origem natural fazem parte de um processo de coevolução entre a planta e o inseto. No caso da aplicação de um inseticida sintético, a probabilidade dessa interação é bem menor.

As fontes de substâncias naturais não são somente as plantas, mas também fungos e bactérias, e o trabalho de pesquisa também envolve os mecanismos de interação entre insetos e plantas. “É preciso entender por que o inseto vai até a planta, por que ele carrega a bactéria e por que essa bactéria se desenvolve bem no vegetal, provocando doença”, disse Maria de Fátima.

Uma abordagem como essa foi feita para entender a propagação da Xylella fastidiosa, bactéria causadora da clorose variegada de citros, popularmente conhecida como praga do amarelinho, e cujo vetor são pequenas cigarras da família Cicadellidae.

“Ao entender a interação química entre bactéria e planta, podemos desenvolver um metabólito que iniba a proliferação do patógeno no vegetal ou ainda buscar uma substância que controle a proliferação do inseto vetor”, explicou Maria de Fátima.

O controle dos insetos é ambientalmente mais interessante do que a sua eliminação completa, de acordo com a pesquisadora, pois ele pode ser o vetor de uma doença para uma determinada planta e ao mesmo tempo o polinizador de outra. Portanto, eliminá-lo resultaria em perdas ambientais maiores na região em que o inseto desaparecesse.

Formigas famintas

Outro braço dessa pesquisa investiga a formiga-cortadeira (Atta sexdens rubropilosa), considerada praga de vários tipos de plantas. Para abordar o problema, a equipe da Unesp de Rio Claro estuda o comportamento social desses insetos e o grupo da UFSCar analisa os processos químicos envolvidos.

Uma das abordagens envolve um ataque indireto. Em vez de atingir as próprias formigas, uma substância desenvolvida no projeto elimina os fungos das quais elas se alimentam.

As formigas cortam as folhas das plantas e as levam para um compartimento do formigueiro. Nele, as folhas alimentam uma colônia de fungos que, por sua vez, alimenta toda a comunidade de insetos.

O produto desenvolvido na pesquisa pode ser aplicado sobre a planta ou sobre o solo e é absorvido pelo vegetal e se mistura à seiva, espalhando-se por toda a sua estrutura. O produto que fica nas folhas é recolhido pela formiga e, uma vez no formigueiro, inibe a proliferação do fungo.

Sem alimento suficiente, a colônia de insetos abandona a área deixando aquela plantação. “Eliminar completamente a formiga não seria interessante, pois elas realizam funções importantes como a aeração do solo”, explicou Maria de Fátima.

A pesquisadora conta que foram desenvolvidos no âmbito do INCT dois produtos para combater a Xylella fastidiosa e um para o controle da formiga-cortadeira, que já despertaram o interesse de duas empresas. Os produtos deverão ser patenteados e comercializados.

Algumas dessas sustâncias são envolvidas em cápsulas de escala nanométrica. Esse encapsulamento imprime uma estabilidade muito maior ao princípio ativo, que dura mais e tem sua eficácia aumentada. Isso permite que ele seja aplicado em uma quantidade menor, gerando economia ao produtor agrícola.

Resistência dos produtores

O INCT de Controle Biorracional de Insetos Pragas também está colaborando com a eliminação de uma doença que atinge o mogno africano (Khaya ivorensis). Essa espécie fornecedora de madeira foi importada com o intuito de substituir o mogno brasileiro (Swietenia macrophylla), alvo da lagarta da mariposa Hypsipyla grandela.

Entretanto, embora resistente à mariposa, o mogno africano começou a ser alvo de um fungo que atinge o seu tronco e o deforma, inutilizando a parte comercialmente mais valiosa da planta. O trabalho conjunto com a Ceplac do Pará objetiva encontrar uma solução para o problema.

A pesquisa foca ainda em diversos tipos de lagartas que atacam lavouras. Estão em testes substâncias naturais que inibem o desenvolvimento de suas larvas ou que produzam insetos incapazes de atingir uma plantação.

Embora ambientalmente mais saudável, o controle biorracional de pragas enfrenta um grande obstáculo para sua aplicação: a resistência dos produtores rurais.

“Esse é o maior obstáculo, não apenas no Brasil, mas em diversos outros países. Muitos produtores consideram mais fácil a aplicação de inseticidas e a eliminação completa do inseto causador do problema, ainda que ele seja importante para outras plantas e culturas”, lamentou Maria de Fátima.

INCT de Controle Biorracional de Insetos Pragas: http://www.cbip.ufscar.br

http://www.agencia.fapesp.br/materia/12671/pragas-controladas-sem-impacto-ambiental.htm

Controle biorracional de pragas elimina uso de agrotóxicos

[30.08.2010]

A aplicação de inseticidas pode resolver a incidência de doenças em uma determinada lavoura, mas traz uma série de efeitos colaterais indesejáveis.

Eliminar o inseto transmissor pode afetar a reprodução de outras espécies vegetais que dependem daquele animal para a polinização.

Além disso, resquícios dos químicos empregados aderem à planta e podem contaminar a alimentação humana, bem como rios e outros corpos d’água.

A preocupação com essas questões fez surgir o conceito de controle biorracional de pragas, uma maneira de controlar insetos e doenças com o uso de produtos naturais e seus derivados, procurando minimizar os impactos ambientais.

Uso de substâncias naturais

No Brasil, oito unidades de pesquisa de cinco estados se uniram para formar o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Controle Biorracional de Insetos Pragas, com a proposta de desenvolver soluções de diversos problemas que atingem as plantações brasileiras.

Uma das vantagens de utilizar compostos naturais no controle de pragas é retirar substâncias tóxicas dos processos ecológicos.

“A probabilidade de uma substância natural apresentar toxicidade a um inseto é pequena. Ela pode inibir o desenvolvimento de um determinado inseto, por exemplo, e isso poupa de produtos tóxicos o animal e o próprio ser humano, que consumirá alimentos vindos daquela planta”, disse a coordenadora do INCT, Maria de Fátima das Graças Fernandes da Silva, professora do Departamento de Química da UFSCar.

Por serem mais familiares ao organismo, as substâncias naturais são metabolizadas mais facilmente, enquanto os produtos sintéticos podem acabar se acumulando. Isso ocorre porque os produtos de origem natural fazem parte de um processo de coevolução entre a planta e o inseto. No caso da aplicação de um inseticida sintético, essa interação é nula.

Controle dos insetos

As fontes de substâncias naturais não são somente as plantas, mas também fungos e bactérias, e o trabalho de pesquisa também envolve os mecanismos de interação entre insetos e plantas. “É preciso entender por que o inseto vai até a planta, por que ele carrega a bactéria e por que essa bactéria se desenvolve bem no vegetal, provocando doença”, disse Maria de Fátima.

Uma abordagem como essa foi feita para entender a propagação da Xylella fastidiosa, bactéria causadora da clorose variegada de citros, popularmente conhecida como praga do amarelinho, e cujo vetor são pequenas cigarras da família Cicadellidae.

“Ao entender a interação química entre bactéria e planta podemos desenvolver um metabólito que iniba a proliferação do patógeno no vegetal ou ainda buscar uma substância que controle a proliferação do inseto vetor”, explicou Maria de Fátima.

O controle dos insetos é ambientalmente mais interessante do que a sua eliminação completa, de acordo com a pesquisadora, pois o animal pode ser o vetor de uma doença para uma determinada planta e ao mesmo tempo o polinizador de outra. Portanto, eliminá-lo resultaria em perdas ambientais maiores na região em que o inseto desaparecesse.

Formigas famintas

Outro braço dessa pesquisa investiga a formiga-cortadeira (Atta sexdens rubropilosa), considerada praga de vários tipos de plantas. Para abordar o problema, a equipe da Unesp de Rio Claro estuda o comportamento social desses insetos e o grupo da UFSCar analisa os processos químicos envolvidos.

Uma das abordagens envolve um ataque indireto. Em vez de atingir as próprias formigas, uma substância desenvolvida no projeto elimina os fungos das quais elas se alimentam.

As formigas cortam as folhas das plantas e as levam para um compartimento do formigueiro. Nele, as folhas alimentam uma colônia de fungos que, por sua vez, alimenta toda a comunidade de insetos.

O produto desenvolvido na pesquisa pode ser aplicado sobre a planta ou sobre o solo e é absorvido pelo vegetal e se mistura à seiva, espalhando-se por toda a sua estrutura. O produto que fica nas folhas é recolhido pela formiga e, uma vez no formigueiro, inibe a proliferação do fungo.

Sem alimento suficiente, a colônia de insetos abandona a área deixando aquela plantação. “Eliminar completamente a formiga não seria interessante, pois elas realizam funções importantes como a aeração do solo”, explicou Maria de Fátima.

A pesquisadora conta que foram desenvolvidos no âmbito do INCT dois produtos para combater a Xylella e um para o controle da formiga-cortadeira, que já despertaram o interesse de duas empresas. Os produtos deverão ser patenteados e comercializados.

Algumas dessas sustâncias são envolvidas em cápsulas de escala nanométrica. Esse encapsulamento imprime uma estabilidade muito maior ao princípio ativo, que dura mais e tem sua eficácia aumentada. Isso permite que ele seja aplicado em uma quantidade menor, gerando economia ao produtor agrícola.

Controle biorracional

O INCT de Controle Biorracional de Insetos Pragas também está colaborando com a eliminação de uma doença que atinge o mogno africano (Khaya ivorensis). Essa espécie fornecedora de madeira foi importada com o intuito de substituir o mogno brasileiro (Swietenia macrophylla), alvo da lagarta da mariposa Hypsipyla grandela.

Entretanto, embora resistente à mariposa, o mogno africano começou a ser alvo de um fungo que atinge o seu tronco e o deforma, inutilizando a parte comercialmente mais valiosa da planta. O trabalho conjunto com a Ceplac do Pará objetiva encontrar uma solução para o problema.

A pesquisa foca ainda em diversos tipos de lagartas que atacam lavouras. Estão em testes substâncias naturais que inibem o desenvolvimento de suas larvas ou que produzam animais incapazes de atingir uma plantação.

Embora ambientalmente mais saudável, o controle biorracional de pragas enfrenta um grande obstáculo para sua aplicação: a resistência dos produtores rurais.

“Esse é o maior obstáculo, não apenas no Brasil, mas em diversos outros países. Muitos produtores consideram mais fácil a aplicação de venenos e a eliminação completa do inseto causador do problema, ainda que ele seja importante para outras plantas e culturas”, lamentou Maria de Fátima.

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=controle-biorracional-pragas-uso-agrotoxicos&id=010125100830&ebol=sim

Slow food no Brasil valoriza culinária tradicional e preserva sabores ameaçados, 29-06-2010

Rachel Botelho
Julliane Silveira

Parece utopia: retomar rituais antigos de preparo da comida, resgatar o contato com a terra, ter na ponta da língua a história de cada alimento que se põe à mesa.

Mas há mais chefs oferecendo esse tipo de experiência a seus clientes, inspirados no movimento “slow food”, que segue os preceitos acima. Um contraponto e tanto às facilidades das metrópoles e à toda comida rápida de cada esquina.

Entre os paulistanos, estão Amadeus, Zym, Brasil a Gosto, Tordesilhas e o novo Casa da Lica. No Rio, Navegador e Eça se renderam aos outros que já seguem a filosofia.

O movimento, que surgiu como resposta ao fast food, para revalorizar a culinária regional, cresceu. Agora, prega também cultivo sustentável e remuneração melhor ao pequeno produtor.

“Antes, quando você comia um prato maravilhoso, não pensava no que estava por trás. Não tinha preocupação com o produtor e o ambiente, era o prazer do momento”, diz Margarida Nogueira, uma das fundadoras do slow food no Brasil.

Na Casa da Lica, em Embu das Artes (a 30 km de SP), são recebidas até 40 pessoas por vez para vivenciarem o que é chamado de “experiência gastronômica”: quatro horas, da entrada à sobremesa.

A maioria dos ingredientes sai dos arredores da casa: shiitake, mel, folhas, flores, galinha e ovos caipiras.

“A comida é feita sem pressa e sem congelamentos. Tudo é fresco. O objetivo é resgatar o prazer em torno da comida e valorizar os alimentos e seus sabores”, descreve o chef, Eduardo Duó.

Enriquecer o paladar também é importante. Já foram incluídos nos cardápios frutas regionais, como o cambuci e o pequi, e resgatados alguns ingredientes esquecidos pela alta gastronomia, como a mandioca.

Um grupo de restaurantes de São Paulo planeja, também, criar um roteiro de casas como essa, onde se provam pratos à moda lenta.

OBSTÁCULOS

Os interessados em aderir ao slow food esbarram na dificuldade de comprar alguns produtos regionais. Os problemas são os custos mais elevados e as dificuldades de transporte: alguns alimentos chegam pelo correio.

Cinco chefs paulistanos tiveram de se reunir para “importar” o arroz vermelho do vale do Piancó, na Paraíba.

Esse esforço é interpretado por críticos como um entrave na disseminação do movimento. “Comer conforme o slow food é mais caro e menos conveniente para muita gente”, disse à Folha o cientista político Robert Paarlberg, de Harvard.

Paarlberg compara os preceitos do movimento à forma africana de produzir comida: “Na África, a produção é totalmente slow food. A preparação consome a maior parte do dia das mulheres africanas. Elas trabalham duro e produzem muito pouco. Por isso, têm baixíssima renda e uma em cada três tem chances de ficar desnutrida.”

Mas, do ponto de vista dos chefs, o esforço é parte do processo. “Para quem quer fazer comida direito, o slow food só contribui e dá aval”, defende Mara Salles, dona do Tordesilhas.

A seguir, conheça melhor fundamentos e projetos do movimento.

ARCA DO GOSTO

É um catálogo criado pelo movimento slow food com alimentos ou produtos considerados especiais pela comunidade e que correm risco de desaparecer – seja pela devastação do seu território de cultivo ou pela perda da receita tradicional. Já são mais de 750 itens no mundo, e 21 deles são do Brasil, como a marmelada de Santa Luzia, o pequi e o palmito juçara. A ligação com uma região geográfica e a produção artesanal e sustentável são critérios de inclusão na Arca. “A maioria dos produtos é nativa, mas alguns têm uma história longa no seu território, como o arroz vermelho”, diz Roberta Sá, da comissão brasileira. Em São Paulo, é possível encontrar alguns produtos da lista como umbu, licuri e baru.

TERRA MADRE

É um encontro mundial de produtores, representantes de comunidades locais, cozinheiros e acadêmicos, que acontece a cada dois anos, desde 2004. O primeiro Terra Madre foi realizado em Turim, na Itália, e reuniu 5. 000 produtores de várias artes do mundo. Nesses eventos, são discutidos temas como biodinâmica e engenharia genética.

FORTALEZAS

São projetos criados para viabilizar a produção e a comercialização de alimentos selecionados da Arcado Gosto. Participam das iniciativas pequenos produtores, técnicos e entidades locais. No Brasil, há nove desses projetos, sendo o do umbu o mais antigo. “As pessoas coletavam a fruta e tinham dificuldade de transportá-la para ser processada. Foram construídas minifábricas nas comunidades e, agora, as mulheres fazem o doce ao lado de casa”, diz Roberta Sá. As fortalezas do aratu (crustáceo de Sergipe) e do pinhão da serra catarinense, foram criadas em 2008.

OFICINAS DO GOSTO

São encontros curtos, com degustações e palestras informais de produtores e especialistas, voltados à educação do paladar. Há degustação e comparações entre produtos da safra e os demais. No Rio, 3.000 crianças já participaram de oficinas sobre mandioca e tapioca.

PIQUENIQUES

Alguns adeptos do movimento transformaram os piqueniques tradicionais em curtas viagens gastronômicas. O chef Sauro Scarabotta,do restaurante paulistano Friccó, organiza reuniões do tipo desde o ano passado. Os grupos liderados por ele já visitaram pequenos produtores de cogumelos shiitake, em Mogi das Cruzes,e uma criação de javalis, em Araçariguama, no interior de São Paulo. “A ideia é aproximar produtores de alta qualidade e consumidores atentos”, diz Scarabotta. Produtores explicam as propriedades do alimento e o modo de cultivo. Depois, as pessoas podem colher e comprar, tudo seguido de um almoço com comida local.

BOM, LIMPO E JUSTO

De acordo com os fundamentos do slow food, o alimento deve ser saboroso, artesanal e cultivado sem causar mal à saúde, ao ambiente ou aos animais. Seus produtores devem receber um “valor justo” pelo trabalho. O ideal é que a produção seja agroecológica -em pequena escala e independente das pressões do mercado.

CONVIVIUM

São grupos locais em que se organizamos 100 mil associados ao slow food em todo o mundo, para fazer degustações e palestras. No Brasil, há grupos em 20 cidades. Cenia Salles, líder do Convivium de São Paulo, já programou visitas a um assentamento agrícola que segue os preceitos do movimento. “É o resgate do prazer, da convivência.”

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/759080-slow-food-no-brasil-valoriza-culinaria-tradicional-e-preserva-sabores-ameacados.shtml

Pó de lago africano extinto fertiliza floresta amazônica

Pó de um lago africano seco que no passado possuía o tamanho da Califórnia está alimentando florestas na Amazônia e algas no Atlântico, informa uma estudo do periódico “Geophysical Research Letters”

Estudos anteriores de modelagem matemática estimaram que a depressão Bodélé, no Chade, que se formou quando o maior lago da África secou há cerca de mil anos, é responsável por 56% da poeira da África que chega à Amazônia, o que equivale a milhões de toneladas por ano.

Agora pesquisadores estimaram quanto de elementos fertilizantes, na forma de ferro e fósforo, estão presentes na poeira. Embora a depressão de Bodélé esteja perto da zona de guerra em Darfur, no Sudão, Charlie Bristow, do Birkbeck College, em Londres, e sua equipe conseguiram coletar e analisar 28 amostras durante uma expedição em 2005.

A análise sugere que a depressão é a fonte de 6,5 milhões de toneladas de ferro e 120 mil toneladas de fósforo por ano, com cerca de 20% chegando à Amazônia, metade caindo no Atlântico e o resto ficando no oeste da África. “Era uma peça que faltava no quebra-cabeças: o que está presente quimicamente na poeira”, diz Richard Washington, da Universidade de Oxford, que estuda nuvens de poeira do Saara.

Bristow espera organizar uma nova expedição à depressão para determinar a grossura do sedimento e estimar quando do fertilizante natural permanece na depressão.

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/760831-po-de-lago-africano-extinto-fertiliza-floresta-amazonica.shtml

Flúor: Remédio ou Veneno?

O fluor é um gás amarelo, venenoso e altamente corrosivo. É utilizado industrialmente para matar micróbios, mas também mata nossas células. O fluor é altamente reativo, por isso nunca se encontra puro na natureza, mas sempre combinado com outros elementos. Ele é tão reativo que pode corroer até o vidro, aço, ferro e alumínio. Juntamente com o mercúrio, o fluor encontra-se na lista das substéncias mais venenosas do planeta.

O fluor, quando combinado a certos elementos químicos, é utilizado em várias áreas da atividade humana. O ácido fluorídrico (fluor e hidrogênio em água) é utilizado na indústria. Já o fluoreto de sódio encontra-se, em alta concentração, em venenos de rato e pesticidas; ao passo que em concentração mais baixa, ele é adicionado à sua pasta de dente. Outro composto de fluor, denominado hexafluorosilicato de sódio é adicionado à nossa água potável. Os especialistas afirmam, categoricamente, que a substéncia não é apenas segura, mas também previne cáries e melhora a saúde dos dentes. Por isso, a sua adição à água se tornou compulsória no Brasil!

Os especialistas mencionam estudos comparando os índices de cáries em áreas fluoretadas versus não-fluoretadas, e que alegam demonstrar reduções dramáticas nas cáries em crianças, com diferenças de até 60%.

Se isso fosse verdadeiro e se o fluor fosse, de fato, um composto seguro, estaríamos diante de uma substância milagrosa. Mas ainda assim, não se justificaria acrescentá-la compulsoriamente à água que bebemos. Nós estamos todos sendo medicados, sem o menor direito de opção. E como veremos a seguir, os indícios de que o fluor na água realmente diminui as cáries não são tão confiáveis. Além disso, diversos estudos demonstram, convincentemente, que a incidência de cáries é mais alta em regiões fluoretadas.

No início do século 20, constatou-se, nos Estados Unidos, que crianças que habitavam certas regiões possuíam índices mais elevados de problema de manchas no esmalte dos dentes, que mais tarde passou a se chamar fluorose dentária. Estudos posteriores revelaram que a fluorose dentária era causada por altas concentrações de fluor que ocorriam naturalmente em alguns sistemas hídricos. Tais descobertas fizeram com que, em 1930, a Sociedade Odontológica norte-Americana (American Dental Society) e o Departamento de Saúde Pública dos Estados Unidos, na pessoa do epidemiologista e dentista responsável, Dr. Trendley Dean, agissem em conjunto no sentido de retirar o fluor daquelas águas.

Naquela mesma década, um outro personagem, o químico Gerald Cox, que trabalhava no Instituto Mellon (a família Mellon era proprietária da Aluminum Company of America, ALCOA), empunhou a bandeira de que uma pequena dose de fluor poderia não apenas evitar a fluorose dentária, mas também as cáries. Ele fez essas afirmações sem o embasamento de nenhum estudo sério – nem sequer em animais – e sugeriu que o suplemento de fluor poderia ser seguro e eficaz.

Coincidentemente, um dos maiores dejetos da indústria de alumínio é o fluor. Devido à sua característica extremamente corrosiva e tóxica, a destinação do fluor era, na época, uma atividade perigosa e controversa, que custava milhões de dólares.

Coincidentemente – mais uma vez – o fundador da ALCOA, Andrew Mellon, era também o Secretário do Tesouro dos Estados Unidos (equivalente a algo como ministro da fazenda no Brasil) no início da década de 1930.

E na época, o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos era controlado pela Secretaria do Tesouro.

Na segunda metade da mesma década de 1930, o Dr. Trendley Dean, aquele que retirou o fluor das águas contaminadas, acabou apoiando a adição de uma parte por milhão de fluor à água, como sendo um método eficaz de redução de cáries.

Em 18 de setembro de 1943, a Associação Médica norte-Americana (American Medical Association) advertiu que o fluor era um veneno poderoso, e que seu acúmulo na natureza poderia gerar conseqôências tóxicas, caso a água viesse a ser fluoretada.

Em 1o. de outubro de 1944, o Journal of the American Dental Association também advertiu que “os potenciais danos pesavam mais que os potenciais benefícios”. Naquele mesmo artigo, a Associação Odontológica norte-Americana reconheceu que até mesmo concentrações de 1,2 a 3 ppm de fluor na água potável, poderiam estar associadas a “distúrbios do desenvolvimento dos ossos, como osteoesclerose, espondilose e osteoporose”.

Apesar de todas essas advertências, o Dr. Gerald Cox convenceu um dentista do estado de Wisconsin, Dr. J. J. Frisch, a promover ativamente a fluoretação da água potável, chegando a escrever um livro intitulado “A Luta Pela Fluoretação”. Segundo os historiadores, o dentista levou a bandeira adiante com um fanatismo religioso, transformando a questão em uma cruzada política.

Segundo os registros das Audiências do Comitê Norte-Americano de Comércio Interestadual e Estrangeiro ocorridas entre 25 e 27 de maio de 1954, a ALCOA contratou, em 1944, um grande advogado, Oscar Ewing, por um mega-salário anual de 750 mil dólares, apesar da empresa não estar enfrentando, à época, grandes processos judiciais. Em 1947, por mais uma dessas coincidências, o advogado deixou empresa para aceitar o cargo de Administrador da Agência Federal de Segurança Norte-Americana. Uma das subsidiárias dessa agência era o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos, que na década de 1930 se encontrara sob o controle direto de Andrew Mellon da ALCOA. O advogado fez grande alarde sobre sua saída altruísta de um emprego tão bem pago, para servir o povo em um cargo público. E lançou, ao mesmo tempo, uma campanha nacional vigorosa no sentido de promover a fluoretação de todo o fornecimento de água dos Estados Unidos.

A campanha de fluoretação era um desafio gigantesco, de modo que Oscar Ewing contratou o maior mestre em relações públicas dos Estados Unidos: Edward L. Bernays. Ele é conhecido, até hoje, como o “Pai das Relações Públicas”. Viveu 104 anos, de 1891 a 1995. Austríaco de nascimento, ele era, entre outras coisas, sobrinho de Sigmund Freud, o pai da psicanálise. No seu mais importante livro, intitulado “Propaganda”, Bernays afirma: “A manipulação consciente e inteligente da opinião e dos hábitos das massas é um elemento importante na sociedade democrática. Seus manipuladores constituem um governo invisível dono do verdadeiro poder de comando sobre o país. Nós somos governados, nossas mentes são moldadas, nossos gostos são formados, nossas idéias são sugeridas, na maioria das vezes, por pessoas que nunca ouvimos falar. (…) Em quase todos os momentos da nossa vida, quer na política, quer nos negócios, quer no nosso comportamento social ou pensamento ético, nós somos dominados pelo número relativamente pequeno de pessoas (…) que compreendem os processos mentais e padrões sociais das massas. São essas pessoas quem manipulam os botões que controlam a mente pública.” Além de seu trabalho na campanha da fluoretação para o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos, ele trabalhou para um presidente dos Estados Unidos, para a Procter & Gamble, a CBS, a General Electric e a Companhia norte-Americana de Tabaco, entre outros. A rota que ele visualizou para o sucesso da campanha de fluoretação envolvia, necessariamente, a aprovação da área médica e odontológica. Uma vez conquistada tal aprovação, a opinião pública se tornaria favorável.

Utilizando todo o seu poder e influência, a equipe de fluoretação do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos convenceu a prefeitura da cidade de Grand Rapids, em Michigan, a permitir que se fluoretasse o seu suprimento de água. Uma outra cidade, chamada Muskegon, não fluoretada, serviria de controle para comparar o experimento. O projeto teve início às 4 horas da tarde do dia 25 de janeiro de 1945 (apenas 3 meses após a publicação das advertências no Journal of the American Dental Association) e assim, Grand Rapids seria a primeira cidade da história a adicionar fluor à água potável. É importante observar que o projeto foi levado a cabo na ausência de quaisquer estudos publicados sobre a segurança em se adicionar fluor ao suprimento hídrico daquela cidade. Os seus habitantes se tornaram cobaias involuntárias.

Os opositores da fluoretação foram rapidamente rotulados pelos mestres em relações públicas como sendo radicais, extremistas e paranóicos. De repente, a American Dental Association e o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos começaram a apoiar a fluoretação indiscriminada, até mesmo antes de um único estudo do experimento de Michigan haver sido completado, demonstrando a segurança do procedimento ou a redução da incidência de cáries. Certamente que havia uma ótima razão para não se esperar pelos resultados finais: os resultados iniciais já demonstravam claramente que a incidência de cáries de Muskegon (não fluoretada) caira tanto quanto a de Grand Rapids (fluoretada). Aliás, as estatísticas mundiais demonstram que as cáries já estavam diminuindo em todos os países industrializados, muito antes da fluoretação, devido às melhores condições de nutrição e higiene.

As contradições acima foram reconhecidas e documentadas em 1952 por um Deputado Federal do estado de Nebraska, Arthur Lewis Miller, que também era presidente do Comitê Especial de Substéncias Químicas nos Alimentos. Ele registrou a estranheza pelo amplo apoio da alta hierarquia do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos à fluoretação, apenas 3 meses após a publicação de advertências recomendando extrema cautela. Ele também comentou a posição extremamente conveniente de Oscar Ewing como Administrador da Segurança Federal e advogado da ALCOA, empresa ansiosa por se livrar do lixo tóxico que é o fluor.

No livro que escreveu sobre esse assunto (Fluoride: The Aging Factor), o Dr. John Yiamouyannis (Ph.D. em bioquímica, membro da International Society of Fluoride Research, ex-membro do corpo editorial da revista Fluoride e descobridor da relação entre fluor e câncer) conta que os dentistas dissidentes recebiam censuras ou até chegavam a perder o seu registro pela Associação norte-Americana de Odontologia. Conta também que os cientistas da área eram controlados pelas verbas de pesquisa do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos, e todos aqueles que criticavam a fluoretação viam suas verbas secarem. Essa tática, por sinal muito eficiente, ainda é utilizada em muitas outras áreas da ciência totalmente politizada dos dias de hoje.

Na década de 1960, o Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos contratou um especialista em fluoretação chamado John Small, cujo trabalho era cortar pela raíz toda e qualquer crítica com relação à fluoretação, nem que para isso precisasse perturbar a vida, intimidar e até destruir a carreira profissional de qualquer um que falasse publicamente sobre os perigos da fluoretação. O próprio Dr. John Yamouyannis, à época editor do maior serviço mundial de informações químicas, o Chemical Abstracts Service, conta em seu livro que, após escrever revisões científicas contendo críticas à fluoretação, o Dr. John Small entrou em contato com o seu superior, que por sua vez o advertiu que estaria ameaçada uma verba federal de 1 milhão e cem mil dólares, caso ele não cessasse suas críticas à fluoretação. Após diversas advertências, e não tendo diminuído a divulgação da verdade sobre os perigos da fluoretação, o Dr. Yamouyannis foi forçado a pedir demissão. Em 1978, seus testemunhos perante os tribunais do estado da Pensilvénia convenceram o juiz a proibir a fluoretação de todo o suprimento de água da região.

Imediatamente em seguida, em 1979, a Associação norte-Americana de Odontologia publicou um artigo, conhecido como “White Paper on Fluoridation”, uma espécie de bíblia que estabeleceu os parâmetros sobre como lidar com inimigos da fluoretação dali por diante. Os opositores seriam oficialmente rotulados como não qualificados para opinar sobre o assunto. Diz o artigo: “Os dentistas, individualmente, devem se convencer de que não precisam estar a par dos relatos científicos sobre fluoretação, para que se tornem participantes ativos da mesma; sendo que a não-participação configura flagrante negligência”. Em outras palavras, feche os olhos para o que diz a ciência e faça como nós mandamos. O artigo sugere aos dentistas que convençam seus pacientes que atuam na política, durante as consultas, a respeito das virtudes e eficácia da fluoretação. E sugere que a Agência de Proteção Ambiental, o Centro de Controle de Doenças, os Centros Nacionais de Estatísticas de Saúde, o Instituto Nacional de Pesquisas Odontológicas e as sociedades odontológicas estaduais norte-americanas trabalhem em conjunto na implementação da fluoretação.

O mesmo artigo contém até uma sugestão de como traçar o perfil de comportamento dos opositores, de modo a lidar melhor com eles. Os debates públicos sobre a segurança da fluoretação deveriam ficar a cargo do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos e dos departamentos de saúde dos estados, os quais assegurariam ao público que não existem estudos indicando problemas com a adição de pequenas quantidades de fluor à água. Obviamente, isso não é verdade. Desde a década de 1960, há estudos científicos mostrando que a substância pode ser tóxica até mesmo dentro das baixas concentrações propostas.

Em 1974, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos estipulou a concentração máxima permissível de fluor como sendo de 1,4 ppm para regiões de clima mais quente e 2,4 ppm para regiões mais frias. A razão da disparidade se deve ao acúmulo da substância tóxica, a qual permanece no organismo por muito tempo após a ingestão. No caso do fluor, a preocupação é com acúmulos nos ossos. Pessoas que moram em regiões mais quentes bebem mais água e, portanto, ingerem e armazenam quantidades maiores de fluor, em comparação aos habitantes de regiões mais frias.

A Associação Odontológica norte-Americana (American Dental Association) não se conformou com o fato da Agência de Proteção Ambiental considerar como sendo quase tóxicos os níveis de fluor adicionados à água potável, e pediu a ela que elevasse os critérios de concentração tóxica para 8 ppm, a fim de diminuir eventuais temores com relação ao programa de fluoretação. Em resposta, a Agência de Proteção Ambiental instaurou uma comissão de inquérito, convidando representantes da Associação Odontológica para depor. Durante as audiências, foi exibida a foto de uma criança com os dentes horrivelmente quebrados e repletos de erosões causadas pela fluorose, após exposição a 4 ppm de fluor proveniente de uma fonte natural. A representante da Associação Odontológica, Dra. Lisa Watson, em seu depoimento, declarou que tal caso não se tratava de um problema de saúde significativo, mas apenas de um problema meramente cosmético. O inquérito colheu, também, um relatório do governo norte-americano afirmando que a fluorose dentária jamais ocorria com níveis de fluor abaixo de 2 ppm – o que não é verdade.

Ao final do inquérito, a Agência de Proteção ambiental não se convenceu e recusou-se, por 10 votos a 2, a elevar os limites tóxicos para 8 ppm, mantendo os limites em 1,4 a 2,4. Porém, mais tarde, graças a influências da indústria e do governo, e sem o conhecimento nem o consentimento da comissão de inquérito, acabou-se por elevar o limite de toxicidade para 4 ppm.

Na segunda parte deste artigo, você conhecerá outro aspecto surpreendente da história da fluoretação – a conexão do fluor com o programa nuclear dos Estados Unidos. Um aspecto que ilustra muito bem a maneira pela qual interesses industriais e governamentais podem manipular a verdade. Uma verdade que somente emergiu no ano de 1997, após ter sido mantida em sigilo absoluto por 50 anos.

[ Parte dois ]

Conforme explicado na primeira parte, iniciou-se, cerca de 60 anos atrás, um grande movimento, por parte das autoridades norte-americanas, no sentido de se adicionar o fluor à água potável de toda a população. O Brasil acabou aderindo a esse movimento. Hoje, a adição do fluor à água é obrigatória.

No entanto, uma série de documentos que foram mantidos em sigilo por mais de 50 anos pelo governo dos Estados Unidos, sob a alegação de “segurança nacional”, foram liberados, descobertos e levados ao conhecimento publico em 1998 pelos jornalistas norte-americanos Joel Griffiths (especializado em assuntos médicos, radicado em Nova York, autor de trabalhos sobre os primeiros experimentos com radiação em seres humanos) e Chris Brighton (detentor de mestrado em jornalismo e repórter independente para uma série de emissoras, como o canal publico de televisão de Nova York, a ABC-TV e a rádio BBC). Como veremos abaixo, tais documentos trazem um novo enfoque às origens das medidas até hoje controversas, no sentido de fluoretar compulsoriamente a água da população. Ao mesmo tempo, revelam a conexão entre a fluoretação e o início da era nuclear. As alegações de que a fluoretação é segura e, principalmente, a obrigatoriedade da mesma, precisam ser revistas em função de documentos do Projeto Manhattan – programa militar ultra-secreto dos Estados Unidos, da época da 2a Guerra Mundial, e que resultou na fabricação da primeira bomba atômica. Segundo essa documentação, cientistas envolvidos no programa nuclear dirigiram e moldaram, secretamente, os primeiros experimentos de fluoretação.

De acordo com tais documentos, o fluor era um componente-chave para a produção da Bomba. Quantidades imensas da substância, da ordem de milhões de toneladas, eram e continuaram sendo necessárias para a fabricação de urânio e plutônio, durante todo o período da guerra fria.

O fluor, substância entre as mais tóxicas conhecidas pelo homem, acabou despontando, na época, como sendo a principal ameaça à saude em consequência do programa da bomba atômica, tanto para as pessoas envolvidas em sua fabricação, quanto para as populações vizinhas.

Coincidentemente, os documentos revelam que a maioria das “provas” de que o fluor seria seguro em baixas doses, foi gerada por cientistas envolvidos no Projeto Manhattan, e que receberam, secretamente, ordens para providenciar “evidências úteis em caso de litígio” da população contra empresas emissoras de fluor na atmosfera. Por incrível que pareça, segundo tais documentos, os primeiros processos judiciais contra o programa nuclear norte-americano não foram por causa da radiação, mas sim do fluor!

Era preciso que se realizassem estudos em seres humanos. Os pesquisadores do programa nuclear lideraram a implementação do mais extenso de todos os estudos sobre os efeitos da fluoretação da água potável, na cidade de Newburgh, estado de Nova York, entre 1945 e 1955. Em uma operação ultra-secreta que recebeu o codinome “Programa F”, eles analizaram, secretamente, o sangue dos habitantes, com a cooperação da Secretaria Estadual da Saude de Nova York. A versão original (e que foi mantida sigilosa por 50 anos) de um estudo realizado por esses cientistas e publicado na edição de agosto de 1948 do Journal of the American Dental Association (vol. 37, no. 2, págs. 131-140), revela que a divulgação dos efeitos adversos do fluor foram censurados pela Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos por razões de “segurança nacional”.

Os estudos da segurança do fluor foram conduzidos na Faculdade de Medicina da Universidade de Rochester – a mesma onde ocorreu um dos mais notórios experimentos de radiação do período da Guerra Fria, no qual pacientes receberam, sem seu conhecimento, injeções de plutônio radioativo – com os mesmos padrões éticos, em que prevalecia a “segurança nacional”.

O conflito de interesses do governo dos Estados Unidos, bem como a sua motivação no sentido de comprovar a segurança do fluor em meio ao furioso debate sobre o assunto, iniciado na década de 1950, somente veio à tona há pouco tempo. O conteudo dos documentos, liberados do sigilo, começa a se tornar conhecido por profissionais de saude, pela mídia e pela população mundial, gerando grandes duvidas a respeito dos efeitos do fluor no ambiente.

A ingestão do fluor vem aumentando nas ultimas décadas, não apenas por causa da água e das pastas de dentes fluoretadas, mas também pela poluição industrial. O impacto pode ser visto nos sorrisos das pessoas. De acordo com dados do Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, a fluorose dentária, cujo primeiro sinal visível são manchas ou listras esbranquiçadas nos dentes da frente, chega a atingir 80% das crianças em algumas cidades. Um problema menos divulgado é que o fluor também se acumula nos ossos. Ortopedistas pediátricos vêm manifestando preocupação quanto ao aumento das chamadas fraturas de stress em crianças e adolescentes nos Estados Unidos. Fraturas de stress são aquelas que os ossos se quebram expontaneamente, pelo simples ato de pular ou correr.

A Dra. Phyllis Mullenix, ex-chefe de toxicologia do Forsyth Dental Center em Boston, realizou pesquisas com animais e concluiu, no início da década de 1990, que o fluor poderia possuir um efeito muito tóxico para o sistema nervoso central e interferir na função do cérebro, mesmo quando administrado em baixas dosagens. Seu estudo, intitulado “Neurotoxicidade do Fluoreto de Sódio em Ratos”, foi publicado em uma revista científica (Neurotoxicology and Teratology, vol. 17, no. 2, págs. 169-177). Espantada com a incrível escassez de estudos científicos sobre esse assunto, a pesquisadora solicitou verbas dos Institutos Nacionais de Saude (National Institutes of Health) no sentido de dar continuidade às suas pesquisas. Qual foi a surpresa dela, quando seu pedido foi recusado, sob a alegação de que “o fluor não possui efeitos negativos no sistema nervoso central”.

Os documentos desarquivados do Projeto Manhattan mostram o contrário. Lê-se, em um memorando carimbado com a palavra “SECRETO”, datado de 29 de abril de 1944: “Evidências clínicas sugerem que o hexafluoreto de urânio pode ter um efeito marcante no sistema nervoso central (…) Parece mais provável que o fator causador de tais efeitos seja o componente F [símbolo do fluor]”. O memorando foi escrito por um capitão do corpo médico, para o chefe da área médica do Projeto Manhattan, Coronel Stafford Warren.

Lê-se, também, no memorando, um pedido para que seja aprovada uma certa proposta, em anexo, para pesquisa em animais. Tal proposta, anexada ao memorando, fora feita pelo chefe dos estudos de toxicologia do fluor da universidade de Rochester, Dr. Harold C. Hodge. A proposta em si não se encontra à disposição do publico, portanto deve estar sendo mantida em sigilo até hoje. Diz o memorando, referindo-se a ela: “Sendo essencial o manuseio desses compostos químicos, torna-se necessário conhecer, de antemão, os possíveis efeitos mentais após a exposição (…) Isso se aplica não apenas para proteger um dado indivíduo, mas também para evitar que um operário com sintomas de confusão mental venha a causar danos a outros, graças ao cumprimento inadequado de suas funções”.

No mesmo dia, a proposta foi aprovada. O ano era 1944. A 2a. Guerra Mundial estava no auge e os esforços para a construção da bomba atômica eram totais. Para que fossem aprovadas, naquele momento, pesquisas sobre os efeitos do fluor no sistema nervoso, o que quer que estivesse escrito naquela proposta deveria ter sido muito convincente. Porém, apenas o memorando, e não a proposta, se tornou publico.

Interessante observar que a Dra. Mullenix teve sua proposta de pesquisa recusada em 1995 por um órgão governamental que tinha posse de tais documentos, e ainda assim alegou a ausência de efeitos do fluor no sistema nervoso central.

Meio século após o memorando, a Dra. Mullenix foi apresentada a um cientista que serviria de consultor para suas pesquisas com o fluor. O nome dele era Harold C. Hodge. Declara a Dra. Mullenix em sua entrevista aos jornalistas Joel Griffiths e Cris Bryson: “Embora devesse estar me ajudando, ele jamais mencionou a pesquisa realizada por ele mesmo para o Projeto Manhattan”.

Em 1944, uma emissão particularmente severa de vapores de fluor ocorreu próximo a uma industria química (E. I. DuPont de Nemours), que estava produzindo toneladas da substância para o projeto Manhattan, na cidade de Deepwater, em Nova Jersey. As fazendas das proximidades, conhecidas pela boa qualidade de seus produtos, começaram a ter sérios problemas: seus pêssegos e tomates queimaram. Seus frangos morreram após um temporal. Seus cavalos adoeceram e se tornaram enrijecidos. Suas vacas não tinham forças sequer para se levantar.

Um memorando datado de 27 de agosto de 1945, assinado pelo chefe do Projeto Manhattan, o general Leslie R. Groves, e endereçado ao Comando Geral do Exército no Pentágono, trata sobre a investigação de danos às plantações em uma cidade de Nova Jersey, e diz: “Mediante à solicitação do Secretário de Guerra, o Departamento de Agricultura [equivalente ao nosso Ministério da Agricultura] concordou em cooperar na investigação de queixas de danos às plantações atribuídas (…) a gases emitidos por uma fábrica que opera em conexão com o Projeto Manhattan”.

Após o fim da guerra, o Dr. Harold Hodge, chefe das pesquisas de toxicologia do fluor do Projeto Manhattan, escreveu um memorando secreto (que somente veio ao conhecimento publico na metade da década de 1990), datado de 1o. de março de 1946, para seu superior, o Coronel Stafford L. Warren, a respeito de “problemas associados à questão da contaminação da atmosfera pelo fluor, em uma certa região de Nova Jersey”. “Parecem existir quatro problemas distintos, embora relacionados entre si: 1. A questão dos danos à safra de pêssegos de 1944; 2. Um relato de concentrações extraordinariamente altas de fluor nos vegetais cultivados nessa região; 3. Um relato de altas concentrações de fluor no sangue de seres humanos residentes dessa região; 4. Um relato sobre sério envenenamento de cavalos e gado nessa região.”

Os fazendeiros de Nova Jersey, por sua vez, começaram a processar a DuPont e o Projeto Manhattan, após o fim da Guerra, pelas perdas e danos causados pelo fluor. Estes são, documentadamente, os primeiros processos contra o programa nuclear dos Estados Unidos.

Embora aparentemente triviais, estes processos causaram grande preocupação na esfera governamental – pelo menos é assim que revelam os documentos que permaneceram secretos até os anos 1990: uma série de reuniões secretas aconteceram em Washington entre o chefe do Projeto Manhattan, General Leslie R. Groves e cientistas, representantes do Departamento de Guerra dos Estados Unidos, do Projeto Manhattan, do FDA (Food and Drug Administration, órgão regulamentador dos alimentos e remédios), dos ministérios da Agricultura e da Justiça, do Serviço de Guerras Químicas, do Arsenal Edgewood e também advogados da DuPont. Os memorandos dessas reuniõess, revelam uma mobilização ampla e secreta de toda uma força governamental no sentido de ganhar os processos abertos pelos fazendeiros de Nova Jersey.

Em um memorando datado de 2 de maio de 1946, lê-se que as agências governamentais “estão realizando investigações científicas a fim de obter indícios que possam ser utilizados para proteger os interesses do governo no julgamento dos processos gerados pelos proprietários de plantações de pêssegos em Nova Jersey”.

No tocante aos mesmos processos, o general Leslie R. Groves escreveu um memorando datado de 28 de maio de 1946, ao Comitê Especial de Energia Atômica do Senado dos Estados Unidos, declarando que “o Ministério da Justiça está cooperando na defesa desses processos”.

Qual a causa de tamanho rebuliço sobre alguns poucos processos abertos por meia duzia de fazendeiros de Nova Jersey?

Em 1946, os Estados Unidos iniciaram a produção em larga escala de bombas atômicas, e os processos envolvendo o fluor constituíam um sério bloqueio à sua estratégia. De acordo com o livro Day of Trinity, sobre a história do Projeto Manhattan, escrito por Lansing Lamont, “A ameaça de um numero infinito de processos pairava como uma assombração sobre o exército”. Em outras palavras, se os fazendeiros ganhassem, o caminho estaria aberto para muitos outros processos, que poderiam acabar por impedir a utilização do fluor pelo programa de energia nuclear. Além das enormes indenizações, haveria um sério problema de relações publicas. Nesse aspecto, de acordo com um memorando de 1o. de março de 1946, a DuPont encontrava-se particularmente preocupada com “possíveis reações psicológicas” do incidente de Nova Jersey: temendo um embargo do FDA (Food and Drug Administration) à safra daquela região devido ao “alto conteudo de fluor”, a DuPont enviou seu advogado aos escritórios do FDA em Washington, para uma reunião. De acordo com um memorando datado do dia seguinte (2 de março), o advogado da DuPont argumentou que “em vista dos processos pendentes (…) qualquer ação por parte do FDA (…) poderia acarretar sérios efeitos sobre a DuPont e criar uma situação ruim de relações publicas”. Após essa reunião, o Capitão John Davies, do Projeto Manhattan, abordou o chefe da divisão de alimentos do FDA e comunicou o “substancial interesse que o governo possui em reclamações que possam surgir como resultado de uma possível ação por parte do FDA”.

Não houve embargo. Ao invés disso, de acordo com um memorando de 27 de agosto de 1946 assinado pelo General Leslie R. Groves, novos testes seriam realizados com o fluor na região de Nova Jersey, não pelo Departamento de Agricultura, mas pelo Serviço de Guerra Química do exército dos Estados Unidos (CWS: Chemical Warfare Service), pois “o trabalho realizado pelo CWS traria provas de maior peso, caso (…) processos fossem iniciados pelos reclamantes”.

No entanto, o problema de relações publicas permanecia, pelo menos com relação aos fazendeiros e cidadãos das áreas acometidas de Nova Jersey.

O portador da solução mais ampla para esse problema foi o toxicologista-chefe do Projeto Manhattan, Dr. Harold C. Hodge. Em um memorando para o chefe do setor médico, Coronel Stafford Warren, datado de 1o. de maio de 1946, ele escreve: “Haveria alguma utilidade em se tentar contra-atacar o medo do fluor por parte dos moradores de Salem e Gloucester, através de palestras sobre a toxicologia do fluor, e quem sabe a utilidade do fluor na saude dos dentes?”

Tais palestras de fato ocorreram, não apenas em Nova Jersey, mas em todos os Estados Unidos, durante todo o período de duração da Guerra Fria. Enquanto isso, os processos foram bloqueados pela recusa do governo em revelar a informação-chave, de quanto fluor teria sido despejado na atmosfera durante a Segunda Grande Guerra. De acordo com um memorando datado de 24 de setembro de 1945 e escrito pelo Major C. A. Taney Jr., do Projeto Manhattan, “Tal revelação seria prejudicial à segurança militar dos Estados Unidos”. Os fazendeiros acabaram concordando em fazer acordos financeiros, e as queixas foram esquecidas.

Um memorando de 2 de maio de 1946, do General Leslie R. Groves, diz: “Devido às queixas de danos causados pelos vapores de fluoreto de hidrogênio a seres humanos e animais na região de Nova Jersey, (…) a Universidade de Rochester está conduzindo experimentos para determinar o efeito tóxico do fluor”. Muitas das “comprovações” alegando a segurança do fluor em baixas doses, saíram dos experimentos realizados pela Universidade de Rochester no período pós-Guerra.

O envolvimento de universidades particulares em pesquisas de larga escala patrocinadas pelo governo federal dos Estados Unidos, data da 2a Guerra Mundial. Naquela época, o New York College abrigou uma divisão do Projeto Manhattan, que estudou os efeitos de “materiais especiais”, como urânio, plutônio, berílio e fluor, utilizados na fabricação da bomba atômica. Essas pesquisas continuaram no pós-Guerra, sob os auspícios da Comissão de Energia Atômica, sucessora do Projeto Manhattan. De acordo com o livro The Cold War and the University, de Noam Chomsky, entre o final da década de 1940 e da década de 1950, até 90% de todas as verbas federais para pesquisas em universidades partiram ou do Departamento de Defesa, ou da Comissão de Energia Atômica.

A Faculdade de Medicina da Universidade de Rochester passou, durante essa época, a ser freqôentada por um grande numero de cientistas do programa nuclear. Faziam parte do corpo docente o Dr. Stafford Warren, principal oficial médico do Projeto Manhattan, e o Dr. Harold C. Hodge, toxicologista e chefe das pesquisas com o fluor do programa da bomba atômica.

Os estudos secretos do fluor realizados pela Universidade de Rochester, que receberam o nome-código de Programa F, iniciaram-se durante a Guerra e continuaram até o início dos anos 1950. Esses experimentos foram conduzidos no mesmo local (Strong Memorial Hospital) em que ocorrera um dos mais notórios experimentos de radiação em seres humanos de toda a Guerra Fria. Naquele insuspeito hospital, pacientes receberam, sem seu conhecimento, injeções de plutônio radioativo. A revelação desses experimentos em uma série de matérias publicadas em um minusculo jornal do Colorado (tiragem de 35 mil exemplares) rendeu à jornalista Eileen Welsome o Prêmio Pulitzer em 1994, além de uma indenização multimilionária às famílias das vítimas.

O objetivo do Programa F não era a saude dos dentes das crianças, mas sim fornecer munição científica para uso do governo e empresas particulares envolvidas no programa nuclear, em casos de processos relacionados ao fluor. Tal objetivo encontra-se explícito em um relatório de 1948: “O fornecimento de evidências úteis nos litígios gerados pelos alegados danos a plantações de frutas há vários anos, deixou uma série de problemas em aberto. Dado que níveis excessivos de fluor foram relatados em seres humanos, moradores da mesma região, nosso principal esforço tem sido de descrever a relação da concentração sanguínea do fluor com os seus efeitos tóxicos”. O problema é que as pesquisas estavam sendo realizadas por uma parte envolvida: os acusados! O conflito de interesses é muito claro!

Infelizmente, muitos dos estudos comprovando a segurança do fluor resultaram de pesquisas realizadas por cientistas do Programa F, na Universidade de Rochester. O próprio diretor do Programa F era ninguém menos que o Dr. Harold C. Hodge, aquele mesmo que havia levado a cabo as investigações do Projeto Manhattan sobre a toxicidade do fluor na região de Nova Jersey. A Universidade de Rochester emergiu, no período pós-Guerra, como a instituição acadêmica líder na pesquisa da segurança do fluor, bem como da sua eficácia contra as cáries. O Dr. Harold C. Hodge tornou-se, ao mesmo tempo, um dos principais proponentes da fluoretação da água.

Da mesma forma que o programa da bomba atômica requereu experiências com plutônio em seres humanos, ele também requereu estudos com o fluor. A adição dessa substéncia à água potável forneceria justamente uma oportunidade neste sentido.

Os cientistas do programa nuclear exerceram um papel fundamental no primeiro experimento de fluoretação da água ocorrido na cidade de Newburgh, estado de Nova York. O assim chamado Projeto-Demonstração de Newburgh é considerado o estudo mais abrangente sobre os efeitos da fluoretação na saude, e fornece muitas das provas originais da segurança da utilização de baixas doses da substância, para os ossos, assim como sua eficácia dentária. O planejamento do Projeto iniciou-se em 1943, com a nomeação de um Comitê Especial da Secretaria da Saude do Estado de Nova York, cuja missão era a de estudar o quão prudente seria a adição do fluor à água potável daquela cidade. Detalhe: o chefe do comitê era ele – de novo – o Dr. Harold C. Hodge. Entre os demais membros do Comitê, estavam o médico e Capitão Henry L. Barnett, da divisão médica do Projeto Manhattan, e John W. Fertig, que em 1944 pertenceu ao Office of Scientific Research and Development, criado em 1940 e precursor do Projeto Manhattan. As ligações destes indivíduos com as forças armadas foram mantidas em sigilo. O Dr. Harold C. Hodge era “farmacologista”, e o Dr. Henry L. Barnett, “pediatra”. Por fim, o Comitê – como seria de se esperar – recomendou que a água da cidade de Newburgh fosse fluoretada, selecionou os tipos de estudos médicos que seriam realizados, e forneceu a “orientação de peritos no assunto” durante toda a duração dos estudos.

O chefe do Projeto-Demonstração de Newburgh era o Dr. David B. Ast, dentista-chefe da Secretaria de Saude de Nova York. De acordo com memorandos que deixaram de ser secretos após 50 anos, o Dr. Ast participou de uma conferência secreta do Projeto Manhattan sobre o fluor em janeiro de 1944, e mais tarde trabalhou lado a lado com o Dr. Harold C. Hodge nas investigações do incidente de Nova Jersey.

A questão principal a ser respondida pelo Projeto-Demonstração de Newburgh era: “Existem quaisquer efeitos cumulativos, benéficos ou não, nos órgãos e tecidos que não os dentes, advindos da exposição continuada e a longo prazo ao fluor em baixas concentrações?” Essa também era a questão de interesse fundamental para o programa de energia nuclear, uma vez que a fabricação da bomba atômica requeria uma exposição longa e continuada não apenas de trabalhadores, mas também de comunidades próximas a locais de emissão de fluor, durante toda a Guerra Fria.

Em maio de 1945 a água de Newburgh foi fluoretada, e durante os 10 anos seguintes, seus habitantes foram estudados pela Secretaria da Saude do Estado de Nova York, e também – secretamente – pelo Programa F. Os estudos enfocavam a quantidade de fluor retida no sangue e tecidos. Amostras de sangue e placenta foram coletadas pelo Dr. David B. Overton, e enviados pela equipe do Programa F à Universidade de Rochester.

O relatório final do Projeto-Demonstração de Newburgh foi publicado em março do ano de 1956, no Journal of the American Dental Association, volume 52 (Hodge, HC: Fluoride metabolism: its significance in water fluoridation, em Newburgh-Kingston caries-fluorine study: final report). A conclusão: Em “baixas concentrações”, o fluor é seguro à população. A comprovação biológica, “baseada nos trabalhos realizados (…) na Universidade de Rochester”, foi fornecida pelo Dr. Harold C. Hodge.

Teriam os estudos de Newburgh, assim como outros estudos de larga escala que se sucederam, com a participação de cientistas envolvidos no programa nuclear durante todo o período da Guerra Fria, suprimido resultados de efeitos adversos à saude?

Todos os estudos patrocinados pela Comissão de Energia Atômica tiveram de receber versões liberadas do sigilo antes de serem publicados em revistas científicas civis. Onde se encontram as versões originais sigilosas?

Os anais de uma das mais secretas conferências científicas do período da 2a Grande Guerra, sobre o “metabolismo do fluor”, encontram-se ausentes, até hoje, dos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos. Alguns dos participantes desta conferência, datada de janeiro de 1944, foram personagens importantes na promoção da fluoretação da água e da segurança do uso do fluor: Harold C. Hodge, David B. Ast, e o dentista Trendley Dean, mais conhecido como o “pai da fluoretação”.

Encontra-se indisponível, também, um relatório sobre fluoretação do Projeto Manhattan, datado de 25 de julho de 1944. Os quatro documentos numericamente consecutivos a este também se encontram ausentes, de acordo com a pesquisa dos jornalistas Joel Griffiths e Chris Bryson, que desvendaram a conexão entre o fluor e o programa da bomba atômica dos Estados Unidos.

Sete páginas foram suprimidas de um livro de anotações do programa nuclear, em Rochester, denominado “Litígio DuPont”.

Os jornalistas acima descobriram a versão original, sigilosa, de um artigo que fora publicado em agosto de 1948 no Journal of the American Dental Association. A comparação dessa versão com a versão publicada indicou que a Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos censurou uma série de informações sobre danos causados pelo fluor, de um modo que seria cômico se não fosse trágico. O estudo era sobre a saúde geral e dos dentes de trabalhadores de uma fábrica de fluor para o programa da bomba atômica, e a conclusão da versão publicada foi que tais indivíduos apresentaram menos cáries. No entanto, a versão sigilosa relata que eles haviam perdido os dentes. Menos dentes, menos cáries! A versão sigilosa diz que os trabalhadores tinham de utilizar botas de borracha na fábrica, pois caso calçassem sapatos, tinham as unhas de seus pés desintegradas pelo vapor do fluor. A versão publicada não menciona tal fato. A versão secreta conclui que o fluor pode ter exercido ação semelhante sobre os dentes, contribuindo para que esses trabalhadores se tornassem desdentados. A versão publicada omite tal observação, e conclui que “os homens se encontravam excepcionalmente saudáveis, a julgar pelo ponto de vista médico e dentário”.

Em breve, na Parte 3, você conhecerá os possíveis efeitos negativos do fluor à saude. Aguarde.

http://www.enxaqueca.com.br

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Fertilizante ecológico pode substituir seu equivalente sintético

Um fertilizante que utiliza urina e cinzas de madeira foi considerado por cientistas como uma opção mais ecológica e econômica do que fertilizantes sintéticos. O novo fertilizante foi utilizado com sucesso em plantações de tomate, e não tem nenhum risco de passar doenças para consumidores.

A urina é uma grande fonte de nitrogênio, composto utilizado em fertilizantes sintéticos, e já foi utilizada com sucesso em plantações de pepino, milho, repolho e várias outras. Porém, este é um dos primeiros estudos que investigou a junção da urina ao uso das cinzas de madeira, ricas em minerais e eficiente para diminuir a acidez do solo.

O estudo mostrou que as plantas fertilizadas com este composto produziram quatro vezes mais tomates que as plantas não fertilizadas, e a mesma quantia que aquelas fertilizadas com compostos sintéticos. Os pesquisadores afirmam no relatório da experiência que a urina com ou sem a madeira pode ser usada como um substituto para fertilizantes minerais, “Sem ter nenhum risco microbial ou químico”, afirmam.

Fonte de pesquisa: Science Daily.

http://www.paisagismobrasil.com.br/index.php?system=news&news_id=1367&action=read

Alerta para o lodo, 14-09-2009

Por Fábio de Castro

As estações de tratamento de esgoto produzem grandes quantidades de lodo como resíduos dos processos ali utilizados. Para que a destinação desse material deixe de ser um problema ambiental de grande escala e se torne uma solução agrícola, uma das alternativas mais promissoras é o uso do lodo de esgoto – rico em matéria orgânica, fósforo e nitrogênio – como adubo de plantas cultivadas.

Mas um novo estudo feito por um grupo da Embrapa Meio Ambiente, em Jaguariúna (SP), mostrou que o uso de lodo de esgoto em uma cultura de milho pode resultar, a médio e longo prazo, em contaminação do solo com hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs).

HPAs são compostos orgânicos hidrofóbicos, não polares, formados por dois ou mais anéis benzênicos e constituídos exclusivamente por átomos de carbono e hidrogênio. As propriedades físico-químicas dos HPAs – como solubilidade em água, peso molecular e pressão de vapor – são, em grande parte, determinadas pelas ligações duplas conjugadas que variam com o número de anéis.

Os HPAs, de acordo com Lourival Costa Paraíba, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente que coordenou o estudo, são compostos químicos geralmente formados a partir da queima incompleta de material orgânico, cuja presença foi observada em amostras de lodos.

“Essas substâncias, poluentes orgânicos de grande persistência no meio ambiente, são nocivas a diversos organismos aquáticos e terrestres. Alguns deles são carcinogênicos ou mutagênicos”, disse Paraíba à Agência FAPESP.

Segundo ele, os resultados do projeto são importantes porque fornecem subsídios e orientação para decisões técnicas e políticas no sentido de cultivar ou não plantas utilizando lodo de esgotos. A pesquisa “Bioconcentração de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) em grãos de milho cultivados em solos com lodo de esgoto” tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular.

“Embora saibamos que o lodo tem vários nutrientes, ele também possui poluentes. O estudo mostrou que o seu uso deve ser feito com muito critério e muita pesquisa. E, principalmente, que a sociedade precisa saber quando estiver consumindo um produto cultivado com lodo de esgoto”, afirmou.

De acordo com o estudo, os níveis de HPAs encontrados no milho não chegaram a afetar sua segurança para consumo. Mas os níveis encontrados no solo podem comprometê-lo a médio e longo prazo, com o uso contínuo do lodo.

“Além dos HPAs, certos lodos de esgoto podem contaminar cultivos agrícolas, solos, águas superficiais e subterrâneas com nitratos, metais pesados, patógenos, além de outros compostos orgânicos persistentes”, acrescentou Paraíba, que é matemático e ingressou na Embrapa em 1989.

Níveis de hidrocarbonetos

Além de Paraíba, que foi responsável pela modelagem matemática, a equipe de pesquisa contou com outros pesquisadores da área de química, além de pessoal de apoio no laboratório e campo experimental.

“O objetivo foi avaliar a segurança do uso de lodo de esgoto como adubo de plantas cultivadas. Para isso, investigamos a absorção de algumas substâncias orgânicas presentes no lodo por plantas de milho. Pela primeira vez no Brasil observamos os níveis de HPAs em grãos de milho cultivados em áreas com histórico de aplicações de lodo de esgoto”, disse.

Os pesquisadores mediram os níveis de resíduos de 16 diferentes HPAs em amostras de solos e de grãos de milho cultivados na estação experimental da Embrapa Meio Ambiente. A área foi utilizada durante seis anos consecutivos para o cultivo de milho com lodo.

De acordo com Paraíba, o estudo teve dois focos em relação à medição de níveis de HPAs: verificar a presença desses compostos no solo e verificar se eles se deslocam do solo para a planta.

“Os níveis de HPAs nas amostras de solo da estação experimental foram de cerca de 290 microgramas por quilo – considerada baixa contaminação para os padrões internacionais. Pudemos comparar os resultados cuja medição foi feita em solos onde não se utilizou lodo de esgoto, nos quais os níveis estiveram em cerca de 105 microgramas por quilo”, disse.

Segundo Paraíba, modelos matemáticos foram utilizados para indicar se os HPAs têm chance de chegar na parte superior da planta. Para confirmar esses dados e validar o modelo, análises do solo e dos grãos de milho foram realizadas utilizando a técnica de cromatografia gasosa com detector seletivo de massas. Essa parte da pesquisa foi coordenada por Sonia Queiroz, responsável pelo Laboratório de Resíduos e Contaminantes da Embrapa Meio Ambiente.

“Os HPAs detectados em grãos de milho tinham de dois a quatro anéis aromáticos com mediana afinidade a lipídio e baixa solubilidade em água”, disse o pesquisador.

http://www.agencia.fapesp.br/materia/11056/alerta-para-o-lodo.htm