Evidências de que radiações eletromagnéticas afetam a saúde são incontestáveis, diz pesquisadora

piramidal.net | lojapiramidal.com

Doença misteriosa dos diplomatas

Recentemente chegaram à imprensa os relatos e sintomas de uma “doença misteriosa” que afligiu diplomatas norte-americanos e canadenses.

Os sintomas combinam fortemente com efeitos conhecidos da radiação eletromagnética pulsada e de micro-ondas, concluiu a equipe da professora Beatrice Golomb, da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, em um artigo publicado na revista científica Neural Computation.

Golomb afirma que as conclusões poderão ajudar no tratamento dos diplomatas e membros das suas famílias, mas, mais amplamente, chama a atenção para uma parte da população que é de fato afetada pela radiação eletromagnética, um fato que vem sendo apregoado como “mito” por muitos cientistas e especialistas ouvidos pela mídia.

“Eu olhei para o que é conhecido sobre radiações eletromagnéticas e de micro-ondas em relação às experiências dos diplomatas. Tudo bate. Os detalhes dos sons variados que os diplomatas relataram ouvir durante os episódios aparentemente ensejadores [das ocorrências], tais como chilrear, sinos e zumbido, batem nos detalhes com propriedades conhecidas da chamada ‘audição de micro-ondas’, também conhecida como o efeito de Frey,” disse Golomb.

Os pesquisadores também compararam os sintomas descritos pelos diplomatas e suas famílias com um estudo publicado em 2012 sobre sintomas relatados por pessoas afetadas pela radiação eletromagnética no Japão. No geral, os sintomas citados – dor de cabeça, problemas cognitivos, problemas de sono, irritabilidade, nervosismo ou ansiedade, tontura e zumbido nos ouvidos – ocorreram em taxas surpreendentemente semelhantes nos dois casos.

“E os sintomas que surgiram se encaixam, incluindo a predominância de problemas de sono, dores de cabeça e problemas cognitivos, bem como a proeminência distinta de sintomas auditivos. Mesmo resultados objetivos relatados em imagens cerebrais se encaixam com o que foi relatado para pessoas afetadas por radiação de radiofrequência pulsada e de micro-ondas,” disse Golomb.

Saúde e radiação eletromagnética

As consequências para a saúde da exposição às radiofrequências ainda estão em debate entre os especialistas. Algumas agências governamentais, como o Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental e o Instituto Nacional do Câncer, dos EUA, sustentam publicamente que as radiações não ionizantes de baixa a média frequência, como as de micro-ondas e radiofrequências, “são geralmente inofensivas”, citando estudos que não encontraram ligação conclusiva entre exposição e dano.

Golomb observa que muitos dos estudos citados pelas agências norte-americanas foram financiados por indústrias ligadas às emissões ou tiveram outros conflitos de interesse. Ela afirma que estudos independentes, ao longo de décadas, têm relatado efeitos biológicos e danos à saúde causados por radiação não ionizante, especificamente as radiofrequências pulsadas e as micro-ondas, inclusive por estresse oxidativo e mecanismos daí derivados, como inflamação, ativação autoimune e lesão mitocondrial.

Já a Agência Nacional de Segurança Sanitária (ANSES) da França, em comunicado mais restrito à telefonia celular, reconhece que celulares causam “efeitos biológicos” e a exposição deve ser controlada. A própria Organização Mundial da Saúde já admitiu que os telefones celulares podem causar câncer cerebral.

Golomb comparou a situação atual das pessoas com sensibilidade eletromagnética à de pessoas com alergia a amendoim: a maioria das pessoas não experimenta nenhum efeito adverso ao comer amendoim, mas, para um subgrupo vulnerável, a exposição produz consequências negativas, até mesmo com risco de vida.

https://www.diariodasaude.com.br

Médico dos EUA que lançou moda da vitamina D recebe dinheiro da indústria

piramidal.net | lojapiramidal.com

Estudos têm mostrado que a substância não traz os benefícios alardeados por Michael Holick

O entusiasmo de Michael Holick pela vitamina D pode ser descrito, com justiça, como extremo. O endocrinologista da Universidade de Boston talvez seja o maior responsável por criar o mercado de suplementos e testes de vitamina D, que movimenta US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4 bilhões) ao ano.

Ele eleva seu nível da substância usando suplementos e leite fortificado. Quando sai de bicicleta, não usa protetor solar nos braços e pernas. Holick já escreveu livros inteiros de elogio à vitamina D e alertou em numerosos artigos acadêmicos sobre “a pandemia da deficiência de vitamina D”, que explicaria o estado insatisfatório da saúde mundial e a forte incidência de doenças.

A fixação dele é tão intensa que se estende aos dinossauros. E se o verdadeiro problema do asteroide que se chocou com a Terra 65 milhões de anos atrás fosse não a escassez de comida que ele causou, mas os ossos fracos que resultam da falta de luz solar? “Eu às vezes imagino”, escreveu Holick, “se os dinossauros não morreram de raquitismo ou de osteomalacia”.

O papel de Holick na formulação das diretrizes nacionais dos Estados Unidos sobre as necessidades de vitamina D e a aceitação de sua mensagem por boa parte dos médicos e pelos gurus de wellness, ajudaram a elevar as vendas de suplementos vitamínicos a US$ 936 milhões (cerca de R$ 3,7 bilhões) em 2017.

Isso representa alta de 900% ante as vendas da categoria uma década antes. O número de testes de laboratório quanto a deficiência de vitamina D também disparou: os médicos americanos solicitaram mais de 10 milhões deles para pacientes do programa federal de saúde Medicare em 2016, ou 547% mais testes do que em 2007. O custo total desses testes atingiu os US$ 365 milhões (aproximadamente R$ 1,4 bilhão).

Mas é improvável que muitos dos americanos que se deixaram arrastar pela mania da vitamina D saibam que o setor remunera Holick generosamente pelo seu esforço.

Uma investigação conduzida pela Kaiser Health News a pedido do The New York Times constatou que ele usa sua posição influente na comunidade médica a fim de promover práticas que beneficiam financeiramente empresas —fabricantes de medicamentos, salões de bronzeamento e um dos maiores laboratórios de testes médicos dos Estados Unidos — que lhe pagaram centenas de milhares de dólares em honorários.

Holick, 72, admitiu em entrevista que desde 1979 trabalha como consultor para o laboratório Quest Diagnostics, que realiza testes de vitamina D. Holick disse que as verbas que recebe do setor “não influenciam em termos de falar sobre os benefícios da vitamina D para a saúde”.

Não há questão de que a vitamina D é um hormônio importante. Se ela não estiver presente em nível suficiente, os ossos podem perder espessura e se tornar quebradiços, ou passar por deformações, causando uma condição conhecida como raquitismo, em crianças, ou osteomalacia, em adultos.

A questão está em qual o teor de vitamina D é saudável e qual aponta para deficiência de vitamina.

O papel crucial de Holick em orientar esse debate foi exercido em 2011. No final do ano anterior, a prestigiosa Academia Nacional de Medicina americana (então conhecida como Instituto de Medicina), que congrega especialistas científicos independentes, divulgou um relatório abrangente de 1.132 páginas sobre a deficiência de vitamina D.

O estudo concluiu que a vasta maioria dos americanos produzia quantidade suficiente do hormônio naturalmente e aconselhou os médicos a só testar os níveis de vitamina D nos pacientes em alto risco de certas enfermidades, como a osteoporose.

Poucos meses mais tarde, em junho de 2011, Holick supervisionou a publicação de um relatório que adotou posição radicalmente diferente.

O estudo, publicado na revista acadêmica Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, foi produzido a pedido da Sociedade de Endocrinologia, a mais famosa organização profissional do ramo, cujas diretrizes são usadas amplamente por hospitais, médicos e laboratórios clínicos dos EUA, como o Quest.

A organização adotou a posição de Holick, de que “a deficiência de vitamina D é muito comum em todas as faixas etárias”, e advogou uma grande expansão nos testes de vitamina D, que abarcaria mais de metade da população dos EUA, incluindo os negros, os hispânicos e os obesos —que tendem a ter nível de vitamina D inferior ao de outros grupos.

As recomendações propiciaram enormes benefícios financeiros para o setor de vitamina D. Ao advogar testes generalizados, a Sociedade de Endocrinologia direcionou mais negócios para o Quest e outros grandes laboratórios. Hoje, testes de vitamina D ocupam o quinto posto entre os testes de laboratório mais frequentes, nos exames cobertos pelo Medicare.

As diretrizes beneficiaram o setor de vitamina D de outra maneira importante. Ao contrário da Academia Nacional, que concluiu que os pacientes têm vitamina D suficiente quando apresentam teores superiores a 20 nanogramas por mililitro de sangue, a Sociedade de Endocrinologia optou por recomendar níveis de vitamina D muito mais altos, de pelo menos 30 nanogramas por mililitro. Muitos laboratórios comerciais, entre os quais o Quest e LabCop, adotaram esse padrão mais alto.

Mas não existem provas de que pessoas com o teor de 30 nanogramas por mililitro sejam mais saudáveis do que as pessoas que apresentam 20 nanogramas por mililitro, disse Clifford Rosen, cientista sênior do Instituto de Pesquisa do Centro Médico do Maine e coautor do relatório da Academia Nacional sobre a vitamina D.

O uso do padrão mais alto recomendado pela Sociedade de Endocrinologia cria a impressão de que existe uma epidemia, ele diz, porque aponta que 80% dos americanos têm níveis insuficientes de vitamina D. “É comum que pessoas sejam testadas e tratadas com informações imprecisas e otimismo infundado de que basta tomar um suplemento e sua saúde estará boa”, disse Rosen.

Pacientes com teor baixo de vitamina D no sangue costumam receber receitas para suplementos e são instruídos a fazer novos testes dentro de alguns meses, disse Alex Krist, clínico geral e vice-presidente da Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos, um painel de especialistas que oferece aconselhamento sobre saúde.

Muitos médicos passam a solicitar que o teste de vitamina D seja realizado pelo menos uma vez por ano. Krist diz que “é do interesse financeiro dos laboratórios” classificar o teor de vitamina D dos pacientes como insuficiente.

Em um livro lançado em 2010, “The Vitamin D Solution” (Vitamina D, A Solução, em tradução livre), Holick oferecia dicas aos leitores e os encorajava a fazer o teste. Para os leitores preocupados com o preço do teste —que varia de US$ 40 a US$ 225 (entre cerca de R$ 160 a R$ 900)—, ele mencionava os códigos de reembolso que os médicos devem citar para solicitar cobertura do custo por planos de saúde.

“Se eles usarem o código errado ao fazer o pedido de reembolso, o reembolso será negado e você terá de pagar pelo teste”, escreveu Holick.

Ele reconheceu ter laços financeiros com o Quest e outras empresas, em sua declaração quanto a conflitos de interesses publicada em companhia das diretrizes da Sociedade de Endocrinologia. Em entrevista, Holick disse que trabalha para o Quest há quatro décadas —recebendo US$ 1.000 (R$ 4.000) por mês—, mas que isso não afeta os conselhos médicos que dá.

“Não recebo mais dinheiro se eles venderem um bilhão de testes, em lugar de apenas um”, ele disse.

Wendy Bost, porta-voz do Quest, disse que a empresa recorre a diversos consultores pagos. “Temos a convicção de que trabalhar com os maiores especialistas de um dado campo, seja a vitamina D ou outra área, se traduz em melhor qualidade e melhor informação, tanto para os nossos pacientes quanto para os médicos”, ela afirmou.

De 2011 para cá, os conselhos de Holick foram adotados pelo setor de wellness. O Goop, site de Gwyneth Paltrow, cita os escritos do médico. O cirurgião Mehmet Oz, apresentador de um reality show, descreve a vitamina D como “a coisa de que você sempre precisa mais”, e diz à sua audiência que a vitamina pode ajudar a evitar doenças cardíacas, depressão, ganho de peso, perda de memória e câncer.

E o site de Oprah Winfrey diz aos leitores que “saber seu nível de vitamina D pode salvar sua vida”. Há médicos renomados que recomendam uso maior do hormônio, como Walter Willett, um professor muito respeitado da escola de medicina da Universidade Harvard.

Hoje, sete anos depois que os relatórios com constatações díspares foram publicados, os responsáveis pelo relatório da Academia Nacional lutam para se fazerem ouvir acima do clamor por mais e mais pílulas ensolaradas. “Não há uma ‘pandemia'”, disse A. Catharine Ross, professora de ciência da nutrição na Universidade Estadual da Pensilvânia e presidente do comitê que redigiu o relatório da Academia Nacional, em entrevista. “Não existe um problema generalizado.”

Em “The Vitamin D Solution”, Holick descreve sua defesa da vitamina D como uma cruzada solitária. “Os fabricantes de remédios podem vender o medo”, ele afirma, “mas não podem vender o sol, e por isso não há promoção sobre os benefícios do sol para a saúde”.

Mas Holick também tem laços firmes com o setor farmacêutico. Recebeu quase US$ 163 mil (aproximadamente R$ 652 mil) de companhias farmacêuticas, entre 2013 e 2017, por trabalhos de consultoria e outros serviços, de acordo com o banco de dados de pagamentos do Medicare, que acompanha pagamentos de fabricantes de remédios e equipamentos médicos a profissionais de saúde.

As empresas das quais ele recebeu pagamentos incluem a Sanofi-Aventis, que fabrica suplementos de vitamina D; a Shire, que produz remédios para distúrbios hormonais que são aplicados em companhia de vitamina D; a Amgen, produtora de um tratamento contra osteoporose; e a Roche Diagnostics e a Quidel, ambas fabricantes de testes de vitamina D.

O banco de dados só inclui pagamentos feitos desde 2013, mas o histórico de remuneração de Holick por empresas farmacêuticas é muito mais longo. Em seu livro de 2010, ele descreve uma visita à África do Sul para “fazer palestras organizadas por uma companhia farmacêutica”, cujo presidente-executivo e presidente do conselho estavam na plateia do evento.

As conexões entre Holick e os salões de bronzeamento artificial também atraíram atenção. Ainda que Holick diga não recomendar bronzeamento, ele descreveu o bronzeamento artificial como “fonte recomendada” de vitamina D, “se usado com moderação”.

Holick admitiu ter aceitado verbas de pesquisa da UV Foundation, uma organização sem fins lucrativos ligada à Associação de Bronzeamento Artificial, que encerrou suas atividades posteriormente. A fundação doou US$ 150 mil (cerca de R$ 600 mil) à Universidade de Boston entre 2004 e 2006, e destinou as verbas às pesquisas de Holick. A Agência Internacional de Pesquisa do Câncer classificou os leitos de bronzeamento artificial como carcinogênicos em 2009.

Em 2004, as conexões que Holick mantinha com setor de bronzeamento artificial levaram Barbara Gilchrest, então diretora do departamento de dermatologia da Universidade de Boston, a pedir que o médico deixasse seu posto no departamento.

Ele o fez, mas continua a ser professor no departamento de endocrinologia, diabetes, nutrição e controle de peso da universidade. Em “The Vitamin D Solution”, Holick escreveu que foi “forçado” a deixar seu posto por conta de seu “apoio firme a uma exposição sensata à luz solar”.

Ele acrescentou: “Que vergonha eu ter ousado desafiar um dos dogmas da dermatologia”. Ainda que o site de Holick o defina como membro da Academia Americana de Dermatologia, uma porta-voz da instituição, Amanda Jacobs, afirmou que ele não é integrante.

Christopher McCartney, presidente do subcomitê de diretrizes clínicas da Sociedade de Endocrinologia, disse que a organização adotou normas mais severas quanto a conflitos de interesse, depois da divulgação de suas diretrizes para a vitamina D. As atuais normas da organização não permitem que os presidentes de comitês de recomendação de regras tenham conflitos de interesse financeiros.

O entusiasmo pela vitamina D diminuiu um pouco entre os especialistas médicos, nos últimos anos, porque testes clínicos rigorosos não conseguiram confirmar os benefícios sugeridos em estudos preliminares.

Sociedades médicas brasileiras adotam o limite de 20 ng/ml para adultos saudáveis e de 30 ng/ml para pessoas com doenças como osteoporose, gestantes e para quem fez cirurgia bariátrica, por exemplo.

Por aqui já houve uma grande discussão entre médicos para definir qual é a melhor maneira de obter o hormônio – via de regra, a maior parte é obtida via solar, mas a exposição com protetor impediria a chegada de raios ultravioleta do tipo B, importantes para a produção na pele. Como obter vitamina D sem aumentar a chance de câncer de pele?

Um estudo conduzido por membros da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), porém, pode por fim na celeuma. Foram medidos níveis da vitamina D em três grupos: um ficou confinado; outros dois foram expostos ao sol, um com filtro solar e outro sem. Houve diferença significativa na produção de vitamina D dos grupos expostos ao sol em relação ao confinado. E, o mais importante: o uso do protetor solar não interferiu de forma significativa na produção de vitamina D.

“Mesmo com a exposição solar, porém, algumas pessoas tem deficiência do hormônio”, alerta Francisco Bandeira, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Para o médico, é importante “não cair no erro de negligenciar o hormônio, que, em bons níveis, tem muitos efeitos benéficos no organismo”.

A médica Clívia Carneiro, da SBD e uma das autoras do estudo, diz que uma recomendação prática é nunca ficar no sol até a pele ficar avermelhada — nesse estágio há degradação, em vez de síntese, de vitamina D.

Diversos testes clínicos não constataram sinais de que a vitamina D reduza o risco de câncer, doenças cardíacas ou quedas, entre os idosos. E a maioria dos cientistas diz que as provas são insuficientes para determinar se a vitamina D poderia prevenir doenças crônicas não relacionadas aos ossos.

Ainda que o volume de vitamina D em um suplemento diário típico seja considerada seguro, existe a possibilidade de consumo excessivo. Em 2015, um artigo do American Journal of Medicine vinculava teores de vitamina D da ordem de 50 nanogramas por mililitro de sangue a risco ampliado de morte. Esse nível é considerado saudável pela Sociedade de Endocrinologia, que define “suficiência” de vitamina D como um nível de entre 30 e 100 nanogramas por mililitro, disse Rosen.

Alguns pesquisadores dizem que a vitamina D talvez jamais tenha sido a pílula milagrosa que parecia ser. Pessoas doentes que saem pouco de casa tendem a ter níveis baixos de vitamina D; sua saúde precária é a causa provável de sua insuficiência de vitamina D, e não o contrário, disse JoAnn Manson, diretora de medicina preventiva do Brigham and Women’s Hospital, em Boston.

Apenas estudos realmente rigorosos, que designem pacientes aleatoriamente para usar vitamina D e outros produtos, e placebos, poderão oferecer respostas rigorosas quanto ao efeito da vitamina D sobre a saúde. Manson comanda um desses estudos, envolvendo 26 mil adultos. Os resultados devem sair em novembro.

Diversas operadoras de planos de saúde e especialistas em saúde começaram a ver como desnecessário e dispendioso o uso generalizado de testes de vitamina D.

Em 2014, a Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos afirmou que não havia provas suficientes para recomendar ou rejeitar testes rotineiros de vitamina D. Em abril, a organização explicitamente recomendou que adultos mais velhos que não vivam em casas de repouso parem de tomar suplementos de vitamina D com o objetivo de prevenir quedas.

Em 2015, a Excellus BlueCross BlueShield, operadora de planos de saúde de Rochester, Nova York, publicou uma análise que destaca o uso exagerado de testes de vitamina D. “É uma quantidade astronômica de dinheiro”, disse Richard Lockwood, vice-presidente e diretor geral de medicina da Excellus. Mais de 40% dos pacientes da Excellus que passaram por testes de vitamina D não tinham motivo médico para o exame.

Apesar dos esforços da Excellus para reduzir a aplicação dos testes, o uso da vitamina D continua em alta, disse Lockwood. “É difícil promover uma mudança de hábitos”, ele disse, acrescentando que “a comunidade médica não é diferente do resto do mundo, e nós também aderimos a modas”.

The New York Times

Superbactéria: Sem lucro com antibióticos, farmacêuticas largam pesquisas

piramidal.net | lojapiramidal.com

Uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo jogou a toalha, gerando um novo revés na luta contra infecções possivelmente fatais. A Novartis é a última grande empresa farmacêutica a encerrar pesquisas antibacterianas e antivirais, seguindo o exemplo de AstraZeneca, Sanofi, Allergan e Medicines. A GlaxoSmithKline colocou alguns ativos do ramo de antibióticos em análise.

O revés reacende a preocupação a respeito de um mundo no qual infecções de rotina voltam a se tornar letais pelo fato de as bactérias desenvolverem resistências aos medicamentos existentes. As vendas de novos antibióticos são pequenas demais para que as grandes empresas farmacêuticas recuperem os investimentos e as medidas públicas para incentivar uma atividade maior não estão dando resultado.

“O mercado está quebrado”, disse David Shlaes, consultor e ex-executivo do setor farmacêutico. “Estamos agora em um ponto no qual a resistência avança muito mais rapidamente do que nossa capacidade de fornecer novos antibióticos. Esta é mais uma má notícia em meio a uma longa série de notícias bem ruins.”

O novo recuo se dá após um breve período em que as empresas líderes do setor pareciam dispostas a assumir riscos nesse campo. A Merck & Co. investiu US$ 8,4 bilhões na líder do ramo de antibióticos Cubist em 2014. A Novartis, a Glaxo e outras empresas prometeram no Fórum Econômico Mundial, em 2016, combater a ameaça das bactérias resistentes a medicamentos. O governo dos EUA ofereceu proteção de patentes mais longas às empresas dispostas a investir, além de subsídios que poderiam chegar a centenas de milhões de dólares.

Não vendem

Mas os novos antibióticos simplesmente não foram vendidos. Apenas cinco dos 16 medicamentos antimicrobianos de marca aprovados de 2000 até o ano passado foram capazes de vender mais de US$ 100 milhões por ano, segundo um estudo do Centro de Políticas de Saúde Margolis da Universidade Duke. O valor é baixíssimo se comparado aos bilhões de dólares obtidos pelos novos tratamentos contra o câncer.

O problema das empresas farmacêuticas é que os novos antibióticos normalmente são mantidos em reserva e sem uso a menos que sejam necessários, quando os pacientes desenvolvem resistência a um medicamento mais antigo. Até mesmo os antibióticos mais caros, que custam cerca de US$ 1.000 por dia, são baratos se comparados com um medicamento contra o câncer, que é aplicado por meses e não apenas por alguns dias ou semanas.

Enquanto isso, o desenvolvimento de novos antibióticos está se tornando mais caro, disse Gabrielle Breugelmans, diretora de pesquisa da Access to Medicine Foundation. Os cerca de 275 projetos de pesquisa em andamento no mundo podem render dois ou três medicamentos, disse.

“A retirada da Novartis nos deixa um pouco preocupados porque eles tinham uma linha relativamente grande de desenvolvimento” de novos antibióticos, disse Breugelmans. “Agora não se sabe ao certo o que vai acontecer.”

A Novartis, que anunciou na quarta-feira que abandonará a pesquisa de antibióticos, afirmou que buscará parceiros para seus medicamentos experimentais. Se seguir os precedentes recentes, a empresa pode acabar entregando seus ativos a outra empresa de menor porte. Ao deixarem os antibióticos de lado, outras farmacêuticas transferiram seus ativos para empresas de biotecnologia dispostas a assumir um risco maior. A empresa Medicines vendeu sua carteira à Melinta Therapeutics e a AstraZeneca repassou suas pesquisas para uma firma independente chamada Entasis Therapeutics antes de negociar o restante de sua unidade de antibióticos com a Pfizer. Empresas de biotecnologia como Achaogen e Paratek Pharmaceuticals também estão trabalhando em novos antibióticos próprios.

Radiação de celulares afeta memória de adolescentes

piramidal.net | lojapiramidal.com

Celulares e o cérebro dos adolescentes

Campos eletromagnéticos de radiofrequência podem ter efeitos adversos no desenvolvimento da memória em regiões específicas do cérebro expostas ao uso de telefones celulares.

Esta é a conclusão de um estudo envolvendo cerca de 700 adolescentes, realizado pelo Instituto Suíço de Saúde Pública e Tropical, e publicado na revista Environmental Health Perspectives.

O assunto ainda é tema de preconceitos e controvérsias, e geralmente desperta furor entre os próprios cientistas, mas vários estudos vêm confirmando que, em alguns casos, há um risco real da radiação dos celulares para a saúde.

A rápida evolução das tecnologias da informação e comunicação aumentou nossa exposição a campos eletromagnéticos de radiofrequência em geral, despertando em algumas pessoas o que hoje se conhece como sensibilidade eletromagnética.

Mas a fonte de exposição mais relevante para o cérebro é o uso de um telefone celular próximo à cabeça (Para outras áreas específicas do corpo, veja o artigo Celular no bolso da calça reduz fertilidade masculina).

Os celulares e o cérebro dos adolescentes

Martin Roosli e seus colegas analisaram a relação entre a exposição à radiofrequência dos telefones celulares durante chamadas de voz e o desempenho da memória em adolescentes.

Este é o primeiro estudo epidemiológico no mundo a estimar a dose cerebral cumulativa de emissões eletromagnéticas de rádio (EEM-RF) em adolescentes. “Uma característica única deste estudo é o uso de dados de usuários de celular coletados objetivamente das operadoras de telefonia móvel,” disse Roosli.

Os resultados mostraram que a exposição cerebral cumulativa à EEM-RF pelo uso de telefones celulares ao longo de um ano pode ter um efeito negativo sobre o desenvolvimento da memória figurativa, confirmando resultados anteriores da própria equipe, publicados em 2015.

A memória figurativa localiza-se principalmente no hemisfério direito do cérebro, e a associação com o EEM-RF foi mais pronunciada em adolescentes usando o telefone celular no lado direito da cabeça.

Outros aspectos do uso da comunicação sem fio, como o envio de mensagens de texto, jogos ou navegação na internet, causam apenas uma exposição marginal do cérebro à radiofrequência e não se mostraram associados ao desenvolvimento ou ao desempenho da memória.

Mas o pesquisador enfatiza que mais pesquisas são necessárias para descartar a influência de outros fatores. “Por exemplo, os resultados do estudo podem ter sido afetados pela puberdade, o que afeta tanto o uso do celular quanto o estado cognitivo e comportamental do participante,” disse Roosli.

https://www.diariodasaude.com.br

Descoberta falha em técnica de tratamento de água

piramidal.net | lojapiramidal.com

compartilhar

Limpeza que gera mais sujeira

Compostos químicos potencialmente tóxicos presentes na água potável das cidades podem ser criados, ironicamente, durante o próprio processo de tratamento da água.

Para limpar a água de compostos que já sabemos que são tóxicos, as estações de tratamento de água usam métodos para oxidar esses compostos, transformando-os em outras substâncias químicas, supostamente menos nocivas, chamadas de “produtos de transformação”.

“Normalmente, consideramos esses produtos de transformação como sendo menos tóxicos, mas nosso estudo mostra que isso nem sempre acontece,” explicou Carsten Prasse, da Universidade Johns Hopkins, nos EUA. “Nossos resultados destacam que isso é apenas metade da história e que os produtos de transformação podem ter um papel muito importante quando pensamos na qualidade da água tratada.”

Fenóis na água

Prasse optou por estudar os fenóis, uma classe de produtos químicos orgânicos que estão entre os mais comuns no abastecimento de água, uma vez que estão presentes em quase tudo, de corantes a produtos de higiene pessoal, produtos farmacêuticos, pesticidas e produtos químicos que ocorrem naturalmente na água.

O problema é que os fenóis, durante o tratamento da água, são convertidos em produtos que incluem o 2-buteno-1,4-dial, um composto conhecido por seus efeitos negativos sobre as células humanas, incluindo danos ao DNA. Curiosamente, o furano, um composto tóxico presente na fumaça dos cigarros e na exaustão dos carros, também é convertido em 2-buteno-1,4-dial no nosso corpo, e pode ser essa conversão a responsável pela sua toxicidade.

“Os próximos passos serão investigar como esse método pode ser aplicado a amostras mais complexas e estudar outros contaminantes que provavelmente resultarão na formação de produtos transformacionais reativos semelhantes,” diz Prasse. “Aqui nós olhamos para os fenóis. Mas nós usamos produtos domésticos que contêm cerca de 80.000 compostos químicos diferentes, e muitos deles vão parar nas águas residuais. Precisamos ser capazes de rastrear vários produtos químicos de uma só vez. Esse é o objetivo maior.”

Novas técnicas de tratamento de água

A purificação da água é um processo extraordinariamente desafiador, uma vez que os contaminantes vêm de inúmeras fontes diferentes – bactérias, plantas, agricultura, águas residuais etc – e nem sempre fica claro o que está sendo gerado no processo de retirada de cada contaminante identificado.

Além disso, embora subprodutos de processos de tratamento de água como a cloração venham sendo analisados há anos, não se sabe muito sobre os produtos formados durante alguns dos processos mais modernos, como a oxidação com peróxido de hidrogênio e a luz ultravioleta (UV), que são especialmente relevantes nas tecnologias de reúso da água mais recentes.

http://www.inovacaotecnologica.com.br

Piramidal no Facebook
.
●●● Gostou? Então curta nossa página no Facebook.
.
Autor
●●●
 Seja amigo do autor do site no Facebook e esteja sempre antenado em assuntos interessantes.

Estarrecedor: Expansão da indústria farmacêutica piora saúde pública

piramidal.net | lojapiramidal.com

compartilhar

Efeito negativo

Dados de 30 países ao longo de mais de 27 anos, mostraram que a expansão da Medicina em geral melhorou a saúde da população – com uma grande e notável exceção.

Tanto o aumento dos gastos com cuidados de saúde pelos governos, quanto os aumentos no atendimento especializado mostraram-se diretamente associados a uma maior expectativa de vida e menor mortalidade nos países estudados.

Contudo, a expansão da indústria farmacêutica mostrou-se associada a efeitos negativos na saúde da população.

“Este estudo não é o primeiro a sugerir que as receitas de medicamentos podem representar um risco para a saúde. Mas é o primeiro a revelar que o crescimento da própria indústria farmacêutica pode estar associado a uma saúde pior do que melhor. As descobertas foram surpreendentes para nós,” disseram Hui Zheng (Universidade Estadual de Ohio) e Linda George (Universidade Duke).

Benefícios para a saúde pública

Os dados mostram que a indústria farmacêutica e médica sofreu uma expansão maciça em todo o mundo ocidental desde meados do século 20.

Para verificar se essa expansão beneficiou a saúde pública em geral, os pesquisadores usaram dados de 30 países membros da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o que inclui a maioria das democracias mais ricas do mundo.

Zheng e George analisaram como diferentes tipos de expansão médica se relacionaram à saúde da população entre 1981 e 2007. Especificamente, eles relacionaram a expansão da indústria e dos cuidados médicos à expectativa de vida ao nascer, à expectativa de vida de homens e mulheres aos 65 anos, e da mortalidade por todas as causas.

Foram levados em conta uma variedade de variáveis sociais, econômicas e demográficas que também poderiam explicar as relações entre a expansão médica e a saúde.

O investimento em medicina, a expansão da indústria farmacêutica e a especialização médica aumentaram ao longo do período em praticamente todos os 30 países, embora em níveis variados. Todos esses três tipos de expansão médica mostraram-se associados positivamente a dois ou mais indicadores de saúde da população.

O aumento do investimento em saúde e o aumento da especialização médica mostraram-se relacionados ao crescimento em todas as três medidas de expectativa de vida e a uma diminuição na mortalidade geral.

Indústria farmacêutica faz mais mal que bem?

A surpresa veio quando se verificou que duas medidas de expansão da indústria farmacêutica – aumento nas vendas e mais recursos gastos em pesquisa e desenvolvimento pela própria indústria – mostraram-se diretamente associados a uma menor expectativa de vida entre as mulheres de 65 anos ou mais, e com o aumento das taxas de mortalidade em geral da população – os dados da indústria farmacêutica não mostraram associação com nenhuma das demais questões de saúde estudadas.

Os pesquisadores fizeram testes para confirmar se não seria o contrário – que a expectativa de vida mais baixa e o aumento da mortalidade estavam causando uma expansão da indústria farmacêutica. Mas não é esse o caso.

E esta não foi a única descoberta negativa sobre a próspera indústria farmacêutica.

“Nós descobrimos que, à medida que a indústria farmacêutica se expande, há uma diminuição no impacto benéfico da especialização médica na saúde da população,” disse Zheng.

Como o resultado foi uma surpresa, o estudo não havia sido projetado para responder por que a expansão da indústria farmacêutica está levando a efeitos negativos sobre a saúde da população.

“Pode ser devido aos efeitos colaterais tóxicos dos medicamentos, às práticas de prescrição dos médicos, ao uso indevido pelos pacientes dos medicamentos prescritos, a razões relacionadas às estratégias de marketing da indústria farmacêutica ou a uma combinação desses fatores,” disse Zheng, ressaltando que planeja estudar essa questão a seguir.

O estudo foi publicado no Journal of Health and Social Behavior.

http://www.diariodasaude.com.br

Piramidal no Facebook
.
●●● Gostou? Então curta nossa página no Facebook.
.
Autor
●●●
 Seja amigo do autor do site no Facebook e esteja sempre antenado em assuntos interessantes.

Preço de remédios contra câncer sobe mais que sua qualidade

piramidal.net | lojapiramidal.com

compartilhar

Preço sobe mais que a qualidade

A Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), organização dedicada à pesquisa e tratamento do câncer, emitiu uma nota dando apoio e externando suas preocupações com relação a um artigo científico que mostrou o aumento desenfreado dos custos dos medicamentos contra o câncer.

Ronak Saluja e seus colegas da Universidade de Toronto (Canadá) usaram dados e métricas tanto da ESMO quanto da Sociedade Norte-Americana de Oncologia Clínica (ASCO) para avaliar se os benefícios clínicos das novas drogas anticâncer aumentaram ao longo do tempo no mesmo nível do aumento dos seus preços.

Os dados, publicados no Journal of Oncology Practice mostram que, embora os custos dos novos medicamentos contra o câncer tenham subido fortemente na última década, os benefícios clínicos que eles trazem não melhoraram proporcionalmente a esse aumento de preços.

A ESMO afirma que o acesso a medicamentos antineoplásicos é um componente importante dos tratamentos de câncer de alta qualidade, portanto, a acessibilidade é crucial para garantir o tratamento ideal e o melhor atendimento a cada paciente – e a acessibilidade refere-se ao custo do medicamento, que está fora do alcance econômico da maioria dos pacientes.

No entanto, destaca a entidade, existem muitos fatores críticos adicionais para o paciente além do uso de medicamentos de custo elevado, mais ainda quando esses medicamentos não cumprem as expectativas de médicos e pacientes.

“Outras considerações importantes incluem a disponibilidade de oncologistas altamente treinados, diagnósticos rápidos, o financiamento e as estruturas necessárias para pesquisas, uma abordagem holística para o tratamento do câncer, incorporando cuidados paliativos e de apoio, e uma abordagem multidisciplinar para melhor gerenciar e tratar os nossos pacientes,” disse o Dr. Josep Tabernero, presidente da ESMO.

http://www.diariodasaude.com.br

Piramidal no Facebook
.
●●● Gostou? Então curta nossa página no Facebook.
.
Autor
●●●
 Seja amigo do autor do site no Facebook e esteja sempre antenado em assuntos interessantes.

Vacina da gripe de 2018 deverá ter apenas 20% de eficácia

piramidal.net | lojapiramidal.com

compartilhar

Ineficácia da vacina da gripe

Pesquisadores da Universidade de Rice (EUA) estão prevendo que a vacina contra a gripe que está sendo oferecida neste outono no Hemisfério Norte deverá ter a mesma baixa eficácia contra a cepa dominante da gripe A que as vacinas aplicadas em 2016 e 2017 devido a mutações virais relacionadas à produção da vacina em ovos.

Essa vacina de outono é praticamente a mesma que está sendo ofertada no Brasil a partir desta semana, que contém um vírus similar ao vírus influenza A/Michigan/45/2015 (H1N1)pdm09, um vírus similar ao vírus influenza A/Singapore/INFIMH-16-0019/2016 (H3N2) e um vírus similar ao vírus influenza B/Phuket/3073/2013. A vacina norte-americana tem ainda um vírus similar ao vírus influenza B/Colorado/06/2017.

A vacina contra a gripe que está sendo oferecida agora é diferente da que foi ofertada no inverno (verão no Hemisfério Sul) e apresenta uma nova formulação do H3N2 pela primeira vez desde 2015, dizem os autores em seu artigo publicado na revista Clinical Infectious Diseases.

Melia Bonomo e Michael Deem fizeram sua previsão usando uma técnica conhecida como pEpitope, desenvolvida como uma alternativa mais rápida e barata do que o uso de animais para avaliar a eficácia das formulações propostas de vacinas contra a gripe. É um método computacional que mede diferenças críticas nas sequências genéticas das cepas de gripe. O método pEpitope cobre 77% dos fatores que afetam a eficácia da vacina em seres humanos, tendo sido validado depois de prever com precisão a eficácia das vacinas contra a gripe ofertadas nos últimos 40 anos.

“A vacina foi alterada para 2018-19, mas infelizmente ainda contém duas mutações críticas que surgem do processo de produção de vacinas baseadas em ovos,” disse Michael Deem. “Nosso estudo descobriu que essas mesmas mutações reduziram pela metade a eficácia das vacinas contra a gripe nas duas últimas temporadas, e nossa expectativa é que elas reduzam a eficácia da próxima vacina de maneira semelhante”.

Eficácia da vacina

Os dados completos de eficácia para a temporada de gripe 2017-2018 ainda estão sendo compilados, mas o pEpitope previu que deverá estar em torno de 19% contra o H3N2, o tipo de influenza A que mais infectou pessoas nos EUA nos últimos dois anos, causando quase 50 mil morte neste último inverno.

E é justamente o H3N2 que tem posto em xeque a eficácia da vacina contra a gripe.

A FDA (Food and Drug Administration) escolheu a mesma formulação de vacina em 2017 e 2016 em parte porque a cepa circulante dominante permaneceu a mesma. Em 2016, a vacina teve uma eficácia de 20%, quase idêntica à eficácia de 19% prevista pela equipe.

A eficácia é a medida de quão eficaz uma vacina é para proteger a população em geral. Uma eficácia de 20% significa que, em uma população, apenas 20% menos pessoas vacinadas contrairão a gripe em comparação com as pessoas não vacinadas.

http://www.diariodasaude.com.br

Piramidal no Facebook
.
●●● Gostou? Então curta nossa página no Facebook.
.
Autor
●●●
 Seja amigo do autor do site no Facebook e esteja sempre antenado em assuntos interessantes.

Quando remédios e tratamentos fazem mais mal do que bem

piramidal.net | lojapiramidal.com

compartilhar

Quando o remédio traz doença

O aumento dos preços dos medicamentos tem recebido muita atenção ultimamente, mas o custo real dos remédios quando você avia uma receita vai além dos reais e centavos da conta da farmácia.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia estimaram que as doenças e as mortes resultantes de terapias com medicamentos não otimizados custam US$ 528,4 bilhões por ano, o equivalente a 16% do total de gastos com assistência médica nos EUA em 2016.

“Em termos ideais, quando você está doente, um profissional de saúde lhe prescreve um medicamento, você o toma como indicado e melhora.

“Mas o que acontece uma grande parte das vezes é que o regime de medicação não é otimizado. Em outras palavras, a receita pode não ser exatamente apropriada para sua indicação – não é exatamente a medicação ou a dose correta – ou você simplesmente não toma a medicação por qualquer razão, não toma como indicado, ou o medicamento causa um evento adverso ou um novo problema de saúde,” afirmam Jonathan Watanabe e Jan Hirsch.

Ou seja, o problema não é apenas a falta de adesão do paciente – não tomar a medicação, ou não tomar como indicado. A terapia medicamentosa não otimizada também inclui casos em que um medicamento contribui para um novo problema de saúde. Por exemplo, o inibidor da enzima de conversão da angiotensina que você está tomando para baixar a pressão arterial faz com que você tussa, então você toma um remédio contra tosse e resfriado que também inclui um ingrediente que aumenta a pressão sanguínea e aumenta o risco de sonolência e queda, explicou Watanabe.

“Nesse caso, o tratamento com medicamentos está funcionando como uma nova doença,” acrescentou Hirsch.

Medicações não otimizadas

A equipe acrescenta que não é possível mensurar com exatidão todos os efeitos porque ainda não há sistemas de rastreamento de medicamentos e dos tratamentos e de codificação das doenças e efeitos colaterais que permitam um monitoramento mais preciso. Mas tudo isso tem que ser criado e implantado com vistas à melhoria da saúde global, defendem.

Estas medicações não otimizadas podem ajudar a explicar, por exemplo, porque a expansão da indústria farmacêutica piora a saúde pública.

“A terapia medicamentosa não otimizada é um enorme custo evitável. Se os medicamentos fossem prescritos, monitorados e tomados adequadamente, não enfrentaríamos esse custo, e os pacientes seriam mais saudáveis,” disse Hirsch.

O estudo foi publicado na revista médica Annals of Pharmacotherapy.

http://www.diariodasaude.com.br

Piramidal no Facebook
.
●●● Gostou? Então curta nossa página no Facebook.
.
Autor
●●●
 Seja amigo do autor do site no Facebook e esteja sempre antenado em assuntos interessantes.

Analgésicos comuns podem influenciar pensamentos e emoções

piramidal.net | lojapiramidal.com

compartilhar

Efeitos psicológicos dos analgésicos

Medicamentos contra dores vendidos legalmente sem exigência de receita médica, como o ibuprofeno e o acetaminofeno, podem influenciar a forma como as pessoas processam informações, como elas experienciam sentimentos de perda e como reagem a imagens emocionalmente evocativas.

Essa conexão inesperada entre analgésicos e comportamentos negativos e efeitos psicológicos foi revelada por Kyle Ratner, Amanda Kaczmarek e Youngki Hong, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (EUA), e está descrita em um artigo publicado na revista científica Policy Insights das Behavioral and Brain Sciences.

A conclusão veio depois que a equipe revisou todas as pesquisas anteriores sobre o assunto. Os dados sugerem que os analgésicos podem influenciar os indivíduos de várias maneiras.

Aumento da sensibilidade a experiências emocionalmente dolorosas

Em comparação com aquelas que tomaram placebos, mulheres que tomaram uma dose de ibuprofeno relataram menos sentimentos de dor emocional ante experiências emocionalmente dolorosas, como serem excluídas de um jogo ou quando escreviam sobre um episódio passado em que foram traídas. Os homens mostraram o padrão oposto.

Capacidade de simpatizar com a dor dos outros

Em comparação com aqueles que tomaram placebos, indivíduos que tomaram uma dose de acetaminofeno ficaram menos emocionados quando leram sobre uma pessoa com dor física ou emocional, e relataram menos consideração pela pessoa em sofrimento.

Capacidade de processar informações

Em comparação com aqueles que tomaram placebos, indivíduos que tomaram uma dose de acetaminofeno cometeram mais erros de omissão em um jogo no qual deviam, em várias ocasiões, realizar ou não realizar uma tarefa. O aumento no número de erros cometidos também foi verificado com o paracetamol.

Reações a objetos emocionais

Indivíduos que tomaram uma dose de acetaminofeno avaliaram fotografias agradáveis e desagradáveis de forma menos extrema do que aqueles que tomaram placebos.

Desconforto de se separar de bens materiais

Quando solicitados a definir um preço de venda de um objeto que possuíam, indivíduos que tomaram uma dose de acetaminofeno colocaram preços que eram mais baratos do que os preços estabelecidos por indivíduos que tomaram placebos.

Resultados alarmantes

“De muitas maneiras, os resultados revisados são alarmantes,” escreveu a equipe. “Os consumidores assumem que, quando tomam uma medicação para dor sem exigência de receita médica, aliviarão seus sintomas físicos, mas não preveem efeitos psicológicos mais amplos”.

A equipe também afirma que, embora esses medicamentos possam ter um novo potencial para ajudar as pessoas a lidar com sentimentos feridos, é necessário realizar mais pesquisas para examinar a eficácia e determinar se haveria efeitos negativos quando combinados com outros medicamentos ou para pessoas com depressão e que têm dificuldade em sentir prazer.

http://www.diariodasaude.com.br

Piramidal no Facebook
.
●●● Gostou? Então curta nossa página no Facebook.
.
Autor
●●●
 Seja amigo do autor do site no Facebook e esteja sempre antenado em assuntos interessantes.