Seu celular está te ouvindo e não é paranoia

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Investiguei o mistério das propagandas que coincidem com as suas conversas privadas.

Por Sam Nichols
Traduzido por Marina Schnoor

Alguns anos atrás, algo estranho começou a acontecer. Eu e um amigo estávamos no bar, com nossos iPhones no bolso, discutindo nossas viagens recentes para o Japão e que pensávamos em voltar. No dia seguinte, nós dois recebemos propagandas pop-up pelo Facebook sobre voos para Tóquio. Achamos que era só uma coincidência bizarra, mas parece que todo mundo tem uma história sobre seu celular ouvindo o que você diz. Seria só paranoia, ou nossos celulares estão mesmo nos vigiando?

Segundo o Dr. Peter Henway — consultor sênior da empresa de cybersegurança Asterix, e ex-professor e pesquisador da Edith Cowan University — a resposta curta é sim, mas talvez de um jeito não tão diabólico quanto parece.

Para seu celular realmente prestar atenção e registrar sua conversa, tem que haver um gatilho, como quando você diz “oi Siri” ou “OK Google”. Sem esses gatilhos, qualquer dado que você fornece só é processado dentro do seu celular. Pode não ser causa para alarme, mas qualquer inscrição de terceiros que você tem no seu celular — como o Facebook, por exemplo — ainda tem acesso a seus dados “sem gatilho”. E se eles vão usar esses dados ou não depende só deles.

“De tempos em tempos, trechos de áudio vão parar nos servidores [de outros aplicativos como o do Facebook], mas não sabemos oficialmente quais são os gatilhos para isso”, explica Peter. “Seja horário, localização ou uso de certas funções, com certeza os aplicativos estão pegando aquelas permissões de uso de microfone e as usando periodicamente. Esses dados são enviados em formato criptografado, então é muito difícil definir o gatilho exato.”

Ele continuou explicando que aplicativos como Facebook e Instagram podem ter milhares de gatilhos. Uma conversa normal com um amigo sobre precisar comprar calças poderia ser o suficiente para ativá-los. Mas a palavra-chave aqui é “poderia”, porque mesmo a tecnologia estando aqui, empresas como o Facebook negam veementemente ouvir nossas conversas.

“Como o Google diz fazer isso abertamente, acredito que outras empresas também fazem”, Peter me disse. “Não tem razão para não fazerem. Faz sentido de um ponto de vista de marketing, e seus acordos de uso e a lei permitem isso, então suponho que eles estão fazendo, mas não há como ter certeza.”

Com isso em mente, decidi fazer um experimento. Duas vezes por dia por cinco dias, tentei dizer algumas frases que poderiam teoricamente ser usadas como gatilhos. Frases tipo “Estou pensando em fazer outra faculdade” e “Preciso de camisas baratas pra trabalhar”. Depois monitorei atentamente as postagens patrocinadas no Facebook para ver se havia mudanças.

Eu nunca tinha visto essa propaganda de “roupas de qualidade” no meu Facebook até dizer pro meu celular que precisava de camisas.

As mudanças apareceram da noite para o dia. Do nada, comecei a receber informações sobre cursos começando no meio do ano em várias universidades, e como certas marcas estavam oferecendo roupas mais baratas. Uma conversa particular com um amigo sobre como eu estava gastando minha cota de dados muito rápido levou a propagandas de planos de dados de 20 GB. E apesar de algumas propostas até serem boas mesmo, essa experiência abriu meus olhos.

Peter me disse que apesar de nenhum dado estar oficialmente a salvo de perpetuidade, ele garante que em 2018 nenhuma companhia está vendendo seus dados diretamente para empresas de publicidade. Mas como sabemos muito bem, essas empresas não precisam diretamente dos nossos dados para vermos suas propagandas.

“Em vez de dizer ‘aqui temos uma lista das pessoas que seguem sua demografia’, eles dizem ‘Você me dá algum dinheiro e eu faço essa demografia ver o que você quer’. Se soltassem essa informação por aí, eles perderiam acesso exclusivo a isso, então estão tentando manter a coisa sob o maior sigilo possível.”

Peter disse que só porque as empresas de tecnologia valorizam nossos dados, elas não vão protegê-los de agências do governo. Como a maioria das empresas de tecnologia ficam nos EUA, o NSA e talvez a CIA podem ter acesso à sua informação, quer isso seja legal no seu país de origem ou não.

Sim, seu celular está te ouvindo e qualquer coisa que você disser perto dele pode ser usada contra você. Mas tem algumas pessoas que deveriam se preocupar mais do que outras.

Se você for jornalista, advogado ou tenha algum papel envolvendo informações importantes, o acesso aos seus dados pode não ir apenas pras mãos das empresas de publicidade. Mas mesmo que você seja uma pessoa comum, levando uma vida normal, e conversando com seu amigo sobre viajar pro Japão, é assustador imaginar que um bando de publiciotário sabe o assunto dos seus papos íntimos — o que é ainda pior do que a péssima prática do pessoal da publicidade de ver o seu histórico de navegação.

“É uma extensão do que a publicidade costumava fazer com a televisão”, disse o Peter. “Só que em vez de informações sobre o público do horário nobre, agora eles rastreiam seus hábitos de internet.” Apesar das palavras apocalípticas, Peter ainda vê o lado positivo da situação. “Não é o ideal, mas não acho que isso representa uma ameaça imediata pra maioria das pessoas.”

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Ele previu a crise de notícias falsas de 2016. Agora está preocupado com um apocalipse de informações

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“O que acontece quando qualquer um pode fazer com que pareça que qualquer coisa aconteceu, independente de ter acontecido ou não?”, pergunta o tecnólogo Aviv Ovadya.

Charlie Warzel
BuzzFeed News Reporter

m meados de 2016, Aviv Ovadya percebeu que havia algo fundamentalmente errado com a internet — tão errado que ele abandonou seu trabalho e soou um alarme. Algumas semanas antes das eleições de 2016, ele apresentou suas preocupações a tecnólogos na Área da Baía de São Francisco e advertiu sobre uma crise iminente de desinformação em uma apresentação que chamou de “Infocalypse”.

A web e o ecossistema de informação que se desenvolveu nela estavam doentios, argumentou Ovadya. Os incentivos que governavam suas principais plataformas foram ajustados para recompensar informações que eram enganosas e/ou polarizadas. Plataformas como Facebook, Twitter e Google priorizavam cliques, compartilhamentos, anúncios e dinheiro em detrimento da qualidade de informação, e Ovadya não pôde ignorar a sensação de que tudo isso estava tomando um caminho ruim — um tipo de limite crítico de desinformação viciante e tóxica. A apresentação foi praticamente ignorada pelos funcionários das plataformas das empresas Big Tech (como Google, Amazon, Facebook e Apple).

“Naquela época, parecia que estávamos em um carro fora de controle. O problema não era que todo mundo estava dizendo ‘estamos bem’ — é que eles nem mesmo estavam vendo o carro”, disse ele.

Ovadya estava dizendo o que muitos — incluindo legisladores, jornalistas e CEOs das Big Tech — não captariam até meses depois: o nosso mundo cheio de plataformas e otimizado por algoritmos é tão vulnerável — de propaganda, desinformação e anúncios direcionados a governos estrangeiros — que isso ameaça minar uma pedra fundamental do discurso humano : a credibilidade do fato.

Ainda assim, é o que ele vê se aproximando que realmente é assustador.

“O alarmismo pode ser bom — vocês deveriam ser alarmistas sobre essas coisas”, disse Ovadya em uma tarde de janeiro antes de delinear calmamente uma projeção profundamente perturbadora sobre as próximas duas décadas de notícias falsas, campanhas de desinformação assistidas por inteligência artificial e propaganda. “Isso é algo que está além do que muitos aqui imaginam”, disse ele. “Estávamos completamente fodidos um ano e meio atrás e estamos ainda mais fodidos agora. E, dependendo da distância que você vê no futuro, só piora.”

Esse futuro, de acordo com Ovadya, chegará com ferramentas muito ágeis e fáceis de se usar para manipular a percepção e falsificar a realidade. Ações que até já ganharam termos próprios, como “apatia com a realidade”, “phishing via laser automatizado” e “fantoches humanos”.

É por isso que Ovadya, tecnólogo formado pelo MIT que já trabalhou com engenharia em empresas de tecnologia como a Quora, largou tudo em 2016 para tentar evitar o que ele viu como uma crise de informação causada pelas empresas Big Tech. “Um dia, algo clicou na minha cabeça”, disse ele sobre seu despertar. Ficou claro para ele que, se alguém quisesse tirar vantagem da nossa economia de atenção e utilizar as plataformas que reforçam isso para distorcer a verdade, não haveria controle ou equilíbrio para parar tal ação. “Eu percebi que, se esses sistemas saíssem do controle, não haveria nada para controlá-los”, disse.

Hoje, Ovadya e um grupo de pesquisadores e acadêmicos estão se preparando para um futuro distópico. Eles estão projetando cenários de desastre a partir de tecnologias que começaram a surgir, e os resultados são bem desanimadores.

Para Ovadya — agora chefe-tecnólogo do Centro de Responsabilidade de Mídias Sociais da Universidade de Michigan e membro de inovação Knight News do Tow Center for Digital Journalism na Universidade Columbia —, o choque e a ansiedade contínua sobre os anúncios russos no Facebook e bots do Twitter são pouco se comparados à maior ameaça: tecnologias que podem ser usadas para distorcer o que é real estão evoluindo mais rapidamente do que nossa habilidade de compreendê-las e controlá-las ou mitigá-las.

As apostas são altas, e as possíveis consequências são mais desastrosas do que intromissões estrangeiras em uma eleição — uma impugnação ou reviravolta das instituições nucleares da civilização, um “infocalypse”. Ou seja, qualquer um poderia fazer com que “parecesse que qualquer coisa aconteceu, independente de ter acontecido ou não”.

E assim como as campanhas de desinformação patrocinadas por entidades estrangeiras não pareciam uma ameaça plausível de curto prazo até acontecerem, Ovadya avisa que as ferramentas impulsionadas pela inteligência artificial, pelo aprendizado de máquina e pela tecnologia de realidade aumentada podem ser sabotadas e utilizadas por pessoas ruins para imitar humanos e causar uma guerra de informação.

E estamos mais perto do que alguém pode pensar de um “Infocalypse”, segundo ele. Ferramentas já disponíveis de manipulação de áudio e vídeo já começam a aparecer. Em recantos sombrios da internet, pessoas começaram a utilizar algoritmos de aprendizado de máquina e software de código aberto para criar vídeos pornográficos que, com facilidade, sobrepõem realisticamente rostos de celebridades — aliás, de qualquer um — nos corpos dos atores pornô. Em instituições como a Stanford, tecnólogos desenvolveram programas que combinam e misturam gravações de vídeos com monitoramento facial em tempo real para manipular vídeos. Similarmente, na Universidade de Washington, cientistas da computação desenvolveram com sucesso um programa capaz de “transformar recortes de áudio em um vídeo realista com sincronização labial da pessoa que fala as palavras”. Como prova de conceito, ambas as equipes manipularam vídeos em que líderes mundiais pareciam dizer coisas que nunca disseram.

Conforme essas ferramentas se popularizam e são difundidas, criam-se as condições para cenários desestabilizantes.

Pode haver “manipulação de diplomacia”, segundo ele: um ator malicioso utiliza tecnologia avançada para “criar a crença de que um evento ocorreu” para influenciar a geopolítica. Imagine, por exemplo, um algoritmo de aprendizado de máquina (que analisa massas de dados para ensinar a si mesmo a realizar uma função em particular) alimentado com centenas de horas de gravações de Donald Trump ou do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un. A partir disso, seria possível criar um áudio ou vídeo quase perfeito — e virtualmente impossível de distinguir da realidade — de um dos líderes declarando uma guerra nuclear ou biológica. “Não precisa ser perfeito — só bom o bastante para fazer o inimigo achar que algo aconteceu para provocar uma resposta automática e imprudente de retaliação.”

Outro cenário, que Ovadya chama de “simulação de Estado”, é uma combinação distópica de botnets políticos e astroturfing, em que movimentos políticos são manipulados por campanhas falsas de base. Na previsão de Ovadya, bots impulsionados por IA progressivamente críveis poderão competir eficientemente com humanos reais pela atenção dos legisladores e reguladores porque será muito difícil distingui-los. Assim, as caixas de entrada dos senadores poderiam ser inundadas com mensagens de “eleitores” feitos, na verdade, de programas de aprendizado de máquina trabalhando juntos, como se fossem pontos em uma colcha de retalhos, na reprodução de conteúdo selecionado a partir de textos, áudios e perfis de mídias sociais.

Aí então, há o phishing via laser automatizado, uma tática sobre a qual Ovadya observa que os pesquisadores já estão discutindo. Essencialmente, ela utiliza IA para escanear coisas, como nossas presenças em redes sociais, e criar mensagens falsas, porém fidedignas, de pessoas que conhecemos. O elemento decisivo, segundo Ovadya, é que algo como o phishing por laser permitiria que atores visem qualquer um e criam uma imitação crível utilizando dados publicamente disponíveis.

“Antigamente, precisaria haver um humano para imitar uma voz ou criar uma conversa falsa que parecesse autêntica — nessa versão, só se precisaria apertar um botão utilizando software de código aberto”, disse Ovadya. “É aí que vira uma confusão — quando qualquer um pode fazer, porque é trivial. Aí, é um jogo completamente diferente.”

Imagine, sugere ele, mensagens de phishing que não são só links confusos que você pode clicar, mas uma mensagem personalizada com contexto. “Não só um e-mail, mas um e-mail de um amigo que você estava ansiosamente esperando por um tempo”, diz ele. “E, por poder ser muito fácil criar coisas que são falsas, neste futuro distópico, você se sentiria oprimido. Se cada pedacinho de spam que você recebesse fosse idêntico aos e-mails de pessoas reais que você conhecesse, cada um com sua própria motivação tentando convencer você de algo, você acabaria dizendo: ‘OK, vou ignorar minha caixa de entrada’.”

Isso pode levar a algo que Ovadya chama de “apatia da realidade”: sitiadas por uma torrente de desinformação constante, as pessoas simplesmente começariam a desistir de se informarem. Ovadya é rápido em nos lembrar que isso é comum em áreas onde a informação é deficiente e, logo, considerada incorreta. A grande diferença, observa Ovadya, é a adoção de apatia por uma sociedade desenvolvida, como a nossa. O resultado, ele teme, não é bom. “As pessoas param de prestar atenção às notícias, e aquele nível fundamental de informação necessário para uma democracia funcional se torna instável.”

Ovadya (assim como outros pesquisadores) vê o phishing via laser como algo inevitável. “Obviamente é uma ameaça, mas, ainda pior, eu não acho que haja uma solução no momento”, disse ele. “Há coisas de infraestrutura na escala da internet que precisam ser desenvolvidas para parar isso, caso comece.”

Além disso tudo, há outros cenários de longo prazo que Ovadya descreve como “irrelevantes”, mas que ainda assim são assustadores. “Fantoches humanos”, por exemplo — uma versão de mercado negro de um mercado de redes sociais com pessoas em vez de bots. “É essencialmente um mercado sem fronteiras futurista para humanos manipuláveis”, disse ele.

As premonições de Ovadya são particularmente aterrorizantes dada a facilidade com que nossa democracia já foi manipulada pelas técnicas de desinformação mais rudimentares e grosseiras. As fraudes, farsas e ofuscações que estão surgindo não são nada de novo; só são mais sofisticadas, mais difíceis de serem detectadas e trabalham em conjunto com outras forças tecnológicas que não são só desconhecidas atualmente, como também são provavelmente imprevisíveis.

Para aqueles que prestam bastante atenção à evolução da inteligência artificial e do aprendizado de máquina, nada disso parece mais que um desafio. Um software atualmente em desenvolvimento pela fabricante de chips Nvidia já pode gerar convincentemente fotos hiper-realistas de objetos, pessoas e até algumas paisagens fazendo buscas rápidas por dezenas de milhares de imagens. A Adobe também lançou recentemente dois projetos — Voco e Cloak — o primeiro é um “Photoshop de áudio”, e o segundo é uma ferramenta que pode remover objetos (e pessoas!) perfeitamente de vídeos em questão de cliques.

Em alguns casos, a tecnologia é tão boa que assustou até seus criadores. Ian Goodfellow, um cientista pesquisador do Google Brain que ajudou a desenvolver a primeira “rede adversária gerativa” (GAN), que é uma rede neural capaz de aprender sem supervisão humana, acredita que a IA poderia regredir o consumo de notícias em uns 100 anos. Em uma conferência da MIT Technology Review, em novembro do ano passado, ele disse ao público que as GANs teriam “imaginação e introspecção” e “poderiam dizer se o gerador está indo bem sem se apoiar em feedback humano”. E isso, enquanto as possibilidades criativas das máquinas não têm fronteiras, a inovação, quando aplicada à forma com que consumimos informação, provavelmente “fecharia algumas das portas que nossa geração está acostumada a deixar abertas”.

À luz disso, cenários como a simulação de Estado de Ovadya parecem genuinamente plausíveis. No ano passado, mais de um milhão de contas falsas de bots inundaram o sistema aberto de comentários da FCC para ampliar o apelo de revogação das proteções de neutralidade da rede.” Os pesquisadores concluíram que comentários automáticos — alguns usando processamento de linguagem natural para parecerem reais — obscurecerem comentários legítimos, minando a autenticidade do sistema aberto de comentários inteiro. Ovadya concorda com o exemplo da FCC, e também com a recente campanha ampliada por bots #releasethememo como uma versão grosseira do que está por vir. “Pode ficar muito pior”, diz ele.

Comprovadamente, esse tipo de erosão de autenticidade e da integridade de declarações oficiais, juntas, são as mais sinistras e preocupantes dessas ameaças futuras. “Seja IA, truques de manipulação peculiares da Amazon ou ativismo político falso — essas escoras tecnológicas levam ao aumento da erosão da confiança”, disse Renee DiResta, pesquisadora de propaganda computacional, sobre a ameaça futura. “Isso torna possível lançar difamações sobre se um vídeo é real.” DiResta apontou a negação recente de Donald Trump de que era sua voz na infame fita do Access Hollywood, citando especialistas que disseram que era possível que sua voz tivesse sido digitalmente falsificada.

“Você não precisa criar o vídeo falso para essa tecnologia ter um impacto sério. Você só mostra o fato de que a tecnologia existe, e você pode minar a integridade das coisas que são reais.”

É por isso que pesquisadores e tecnólogos como DiResta — que passou anos de seu tempo livre aconselhando a administração Obama, e agora é membro do Comitê de Inteligência do Senado, contra campanhas de desinformação de trolls — e Ovadya (apesar de trabalharem separadamente) estão começando a conversar mais sobre as ameaças pairantes. Recentemente, o NYC Media Lab, que ajuda as empresas e acadêmicos da cidade a colaborarem, anunciou um plano para reunir tecnólogos e pesquisadores em junho a “explorarem os piores cenários de caso” do futuro das notícias e tecnologia. O evento, que eles chamaram de Fake News Horror Show, é listado como “uma feira científica de ferramentas aterrorizantes de propaganda — algumas reais, outras imaginadas, mas todas baseadas em tecnologias plausíveis”.

O primeiro passo para pesquisadores como Ovadya é difícil: convencer o grande público, assim como legisladores, tecnólogos de universidades e empresas de tecnologia, de que um apocalipse de informação que distorce a realidade não é só plausível, como também iminente.

Um funcionário do governo americano encarregado de investigar sobre a guerra de informações disse ao BuzzFeed News que não sabe quantas agências públicas estão se preparando contra cenários como os que Ovadya e outros descrevem.

“Estamos menos com o pé atrás do que estávamos há um ano”, disse ele, antes de observar que isso não é bom o bastante. “Eu penso nisso no sentido de iluminação — que tudo se tratava da busca pela verdade”, disse o funcionário ao BuzzFeed News. “Eu acho que o que você está vendo agora é um ataque à iluminação — e documentos iluminados como a Constituição — realizado por adversários tentando criar uma sociedade da pós-verdade. E isso é uma ameaça direta às fundações da nossa civilização atual.”

Esse é um pensamento aterrorizante — mais porque prever esse tipo de coisa é complicado. A propaganda computacional é muito mais qualitativa do que quantitativa — um cientista climático pode apontar dados explícitos mostrando temperaturas em elevação, enquanto que é virtualmente impossível desenvolver um modelo de previsão confiável mapeando o impacto futuro da tecnologia que ainda está por ser aperfeiçoada.

Para tecnólogos como o funcionário federal, o único caminho viável em frente é recomendar atenção, avaliar as implicações morais e éticas das ferramentas que estão sendo desenvolvidas e, fazendo isso, evitar o momento frankensteiniano de quando a criatura se volta contra você e pergunta: “Você considerou as consequências das suas ações?”.

“Eu sou da cultura livre e de código aberto — o objetivo não é parar a tecnologia, mas garantir que haja um equilíbrio que seja positivo para as pessoas. Então, não estou apenas gritando “isso vai acontecer”, mas, sim, dizendo: ‘Considere com seriedade, examine as implicações'”, disse Ovadya ao BuzzFeed News. “O que eu digo é: ‘acredite que isso não vai acontecer’.”

Dificilmente é um pronunciamento animador. Dito isso, Ovadya admite um pouco de otimismo. Há mais interesse no espaço da propaganda computacional do que antes, e aqueles que foram anteriormente lentos em levar ameaças a sério agora estão mais receptivos aos avisos. “No começo, era tudo árido — poucos ouviam”, disse ele. “Mas nos últimos meses, vem sendo promissor.” Da mesma forma, há soluções a serem encontradas — como verificação criptográfica ou imagens e áudio, que poderiam ajudar a distinguir o que é real e o que é manipulado.

Ovadya e outros avisam que os próximos anos podem ser instáveis. Apesar de alguns pedidos de reforma, ele sente que as plataformas ainda são governadas pelos incentivos errados e sensacionalistas, onde o conteúdo caça-cliques e de baixa qualidade é recompensado com mais atenção. “No geral, é uma noz difícil de quebrar, e quando você combina isso com um sistema como o Facebook, que é um acelerador de conteúdo, se torna muito perigoso.”

A distância que estamos desse perigo ainda há de ser vista. Questionado sobre os sinais de alerta aos quais está atento, Ovadya pausou. “Eu não sei mesmo. Infelizmente, muitos dos sinais de alerta já aconteceram.” ?

Este post foi traduzido do inglês.

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A ‘Robin Hood da ciência’ contra o império editorial

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Jovem programadora do Cazajistão resiste com Sci-Hub, site pirata de artigos científicos, a processos sem precedentes das editoras de grandes revistas

“Se consegui ver mais longe, foi porque subi nos ombros de gigantes”, escrevia Isaac Newton,em uma carta ao seu rival, o físico britânico Robert Hooke, em 1675. Hoje em dia, os cientistas podem subir apenas metaforicamente nos ombros de pesquisadores, cujos estudos entram no pacote de inscrição das suas universidades. Dado o incrível custo para centros de pesquisa manterem cada revista científica, as instituições não podem proporcionar a seus empregados acesso livre a toda a literatura acadêmica que necessitam para trabalhar. É ainda pior para os estudantes ou cientistas não filiados a uma boa biblioteca: o preço médio de um paper ronda os 25 euros (96 reais) para um particular. E isso apesar de muitos estudos se financiarem com dinheiro público.

Insatisfeita com o modelo de publicação, a programadora do Cazajistão Alexandra Elbakyan fundou, em 2011, quando tinha só 23 anos, o site Sci-Hub, que proporciona aos internautas livre acesso a milhões de publicações científicas que, legalmente, deveriam ser pagas. “Quando eu era estudante na universidade do Cazaquistão, não tive acesso a nenhum documento de pesquisa, documentos que precisava para meu projeto. É loucura pagar 32 dólares [por estudo] quando você precisa ler ou navegar por centenas de documentos para fazer uma pesquisa”, declarava, em uma carta aberta, no tribunal de Nova York, em 2015.

O motivo pelo qual Elbakyan escrevia a um juiz de Nova York era que Reed-Elsevier, a editora que mais gera renda com publicações acadêmicas, processou o Sci-Hub e sua criadora por infração de direitos autorais. Ela argumentou que sua página proporciona um serviço público que não é comparável com a pirataria de música ou de filmes, já que os cientistas não cobram direitos autorais pelas vendas de seus artigos. Neste mesmo ano, um juiz ordenou o fechamento do domínio sci-hub.org, cujo registrador — a empresa que aluga o domínio .org — está baseado nos Estados Unidos. Ainda assim, a página permaneceu ativa sob outros nomes registrados no exterior, que Elbakyan anunciou em seu Facebook. O pleito da Elsevier só foi concluído em junho de 2017, quando o juiz ordenou uma indenização de 15 milhões de dólares (49 milhões de reais) a favor da editora. Elbakyan não compareceu ao julgamento.

Golpe legal sem precedentes

Até semana passada, era possível acessar o portal pirata por meio do sci-hub.cc, sci-hub.io, sci-hub.ac e sci-hub.bz. Agora, apenas o último endereço, registrado em Belize, está ativo. O motivo é um novo litígio, apresentado pela American Chemical Society (ACS), em um tribunal no estado da Virgínia. Esta editora é menor que a Elsevier, mas seu processo resultou em maiores consequências. De início, o juiz também havia concedido uma indenização aos requerentes, desta vez de 4,8 milhões de dólares (15 milhões de reais). No entanto, além disso, a última sentença — divulgada em novembro — é excepcional ao ordenar o fim da cooperação dos serviços de internet com o Sci-Hub, o que, neste caso, inclui não apenas as empresas que registram os domínios, mas também provedores de conexão de internet e sites de busca. Essas são entidades jurídicas alheias à organização do Sci-Hub e não estavam envolvidas no julgamento.

“Não sabemos como podem tentar cumpri-la”, afirma o estudante de doutorado Stephen McLaughlin, especialista em estudos da informação na Universidade do Texas, que acompanhou de perto o caso do Sci-Hub. “Acredito que a tentativa aparente da ACS de conseguir bloquear sites de busca e provedores de serviços de internet provavelmente não seja legal sob o modelo norte-americano”, acrescenta.

O diretor de comunicações da American Chemical Society, Glenn Ruskin, confirmou ao EL PAÍS que a ACS enviou uma ordem judicial a vários provedores de internet e registradores de domínios do Sci-Hub, para que acatassem a decisão. Isso explica a queda repentina de três domínios de internet na quarta-feira da semana passada (um deles registrado nos Estados Unidos, os outros dois no Reino Unido). “A ACS continuará seu esforço para impor o cumprimento da ordem judicial”, afirma Ruskin.

Da sua parte, Elbakyan não pagou um centavo, já que opera o site da Rússia, fora da jurisdição norte-americana. O tribunal da Virgínia também não tem o poder de confiscar os servidores do Sci-Hub. Eles devem conter 70 terabytes de documentos, segundo Daniel Himmelstein, cientista de dados da Universidade da Pensilvânia, que publicou uma análise do conteúdo do Sci-Hub.

“As empresas de tecnologia não estão muito contentes com a ordem judicial. Consideram-se fornecedoras de um serviço neutro e que não são responsáveis pelo que fazem os seus usuários. Têm um interesse muito forte em parar essas ordens judiciais tão amplas e sem precedentes”, explica.

O futuro das publicações científicas

Apesar da novidade do caso, e do zelo das editoras por defender seus negócios, os usuários do Sci-Hub não esperam que a sentença mude muita coisa; a demanda por acesso livre ao conhecimento científico é grande demais e será difícil impor leis regionais em uma internet descentralizada. O mais provável é que se fechar um site, aparecerá outro

Mesmo fechando todos os domínios do Sci-Hub, seria difícil para as editoras bloquearem completamente o acesso à página. O portal pirata conta com uma direção alternativa na internet profunda Tor, formada por um grupo de servidores que criptografam o tráfego para ocultar sua origem. “Esta rede é imune a qualquer tipo de censura, salvo a apreensão física dos servidores”, afirma Himmelstein.

O entusiasmo gerado pelo caso do Sci-Hub mostra a insatisfação profunda com o modelo de publicação cientifica que envolve pesquisadores de todas as disciplinas. Existem revistas de reputação que não cobram assinaturas, mas taxas de publicação. Himmelstein tem uma visão para o modelo ideal: “Eu quero que toda a literatura acadêmica financiada com dinheiro público seja de livre acesso e leitura. Não apenas grátis, mas também livre de barreiras de permissão, ou seja, com uma licença pública que permita a mineração de dados e textos. Muita gente compartilha dessa visão, a do movimento open acess”.

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Antivírus AVG grava a sua navegação na internet e vende a terceiros

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Por Bruno Garattoni

A notícia caiu como uma bomba. Os criadores do antivírus AVG, que é gratuito e usado por mais de 200 milhões de pessoas (inclusive muitas no Brasil), revelaram que ele grava os sites que você acessou, bem como as suas pesquisas no Google – e compartilha (vende) essa informação para terceiros. O monitoramento é feito de forma semianônima, ou seja, o seu nome não é fornecido junto com os dados. Mas a lista completa deles, sim – o que é bastante invasivo.

A revelação faz parte da nova política de privacidade do AVG, que começa a valer no dia 15/outubro. Ela dá a entender que os dados são coletados mesmo se você optar por não ativar o Web TuneUp (um recurso de proteção da navegação, que o AVG tem há alguns anos). Tem gente que não vê nenhum problema nisso, aceita ter a navegação gravada em troca de um software grátis.

Outros podem achar errado e incômodo – em especial porque se trata de um antivírus, que deveria zelar pela sua privacidade. Eu pretendo desinstalar o AVG e substituí-lo por outro antivírus – e sugiro que você faça o mesmo.

http://super.abril.com.br

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Mídias sociais podem induzir preconceitos e distorções nas pesquisas científicas

12.12.2014 ]

RedesSociais

Sites de relacionamentos

Os sites de relacionamento tornaram-se a Meca dos psicólogos e cientistas sociais, que passaram a ver as chamadas mídias sociais, ou sites de relacionamentos, como um meio rápido e barato de estudar o comportamento humano.

Contudo, essa prática está repleta de preconceitos e distorções, alerta uma equipe das universidades McGill (Canadá) e Carnegie Mellon (EUA).

Nos últimos anos, um número crescente de estudos científicos tem reivindicado a capacidade de prever tudo, de sucessos de bilheteria no cinema a flutuações no mercado de ações, anunciando “descobertas” sobre o comportamento humano online e offline.

Mas as evidências de falhas em muitos desses estudos destacam a necessidade de que os cientistas sejam cautelosos devido a uma série de armadilhas que surgem quando se trabalha com grandes conjuntos de dados de mídia social.

Esses resultados errados podem ter enormes implicações: milhares de trabalhos de pesquisa a cada ano agora são baseados em dados recolhidos nos sites de relacionamento. “Muitos desses artigos científicos são usados para dar suporte e justificar decisões e investimentos entre o público, a indústria e o governo”, alerta o professor Derek Ruths, membro da equipe.

Em um artigo publicado na revista Science, a equipe destaca várias questões envolvendo a utilização desses dados de mídia social – juntamente com algumas estratégias para enfrentá-los.

Extratos de população

Para começar, os pesquisadores alertam que os dados disponibilizados pelos sites de relacionamento nem sempre fornecem uma representação precisa dos dados globais da plataforma – e os pesquisadores estão geralmente no escuro sobre quando e como os provedores de mídia social filtram seus fluxos de dados.

Além disso, o próprio projeto de cada plataforma de mídia social pode ditar a forma como os usuários se comportam e, portanto, criar desvios em qualquer medição de comportamento.

Por exemplo, apontam eles, no Facebook a ausência de um botão “Não Gostei” faz com que as respostas negativas ao conteúdo sejam muito mais difíceis de detectar do que as respostas positivas, que dispõem do botão “Curtir”.

Além disso, cada site de relacionamento atrai usuários diferentes. O Pinterest, por exemplo, é dominado por mulheres com idades entre 25 e 34 anos. O Instagram tem apelo especial entre adultos com idades entre 18 e 29 anos, principalmente mulheres, pessoas de renda mais baixa e etnias definidas como latinos e afro-americanos, – enquanto o Pinterest é dominado por usuários entre 25 e 34 anos com renda média acima de US$100.0000.

Contudo, os cientistas raramente corrigem seus dados para eliminar a distorção que essas populações podem produzir nos resultados.

Consciência científica

Exemplificando os desvios, a equipe destaca que esforços para inferir a orientação política dos usuários do Twitter mal atingiram uma precisão de 65% para usuários típicos – embora “estudos científicos” com dados da plataforma, com foco em usuários politicamente ativos, reivindiquem 90% de precisão.

Além disso, um grande número de geradores de spam e softwares automatizados, que se disfarçam de usuários normais nos sites de relacionamento, são erroneamente incorporados em muitas medições e previsões do comportamento humano.

“O traço comum em todas estas questões é a necessidade de que os cientistas sejam mais conscientes de o que estão realmente analisando ao trabalhar com dados de mídias sociais”, resume o professor Ruths.

http://www.diariodasaude.com.br

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A Terceira Revolução Industrial

04.02.2014 ]

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By Gustavo Canto

Como a Internet, Energia Verde e Impressão 3-D estão inaugurando
uma era sustentável de Capitalismo Distribuído
(tradução livre a partir do original em inglês em ZeitNews.org)

As grandes revoluções econômicas da História ocorrem quando novas tecnologias de comunicação convergem com novos sistemas de energia. Uma revolução energética torna possível um intercâmbio comercial mais expansivo e integrado. A revolução nas comunicações, que a acompanha, permite gerenciar essas novas e complexas atividades comerciais, tornadas possíveis pelos novos fluxos de energia.

Atualmente, as tecnologias da Internet e das fontes de energia renováveis estão começando a convergir para criar uma nova infra-estrutura para uma Terceira Revolução Industrial (TRI) que irá mudar a forma como o poder se distribui no século 21. Na era que se aproxima, centenas de milhões de pessoas produzirão sua própria energia renovável em suas casas, escritórios e fábricas e compartilharão energia verde entre si em uma “Internet Energética”, da mesma forma que hoje nós geramos e compartilhamos informação on-line. A formação de um sistema de energia renovável, carregado a partir de casas e edifícios, parcialmente armazenado na forma de hidrogênio, distribuído através de uma rede de energia verde, e conectado a sistemas de transporte de emissão zero, abre as portas para a Terceira Revolução Industrial.

Enquanto a economia da TRI possibilita que milhões de pessoas produzam sua própria informação virtual e energia, uma nova revolução digital da manufatura levanta agora a possibilidade de produção própria de bens duráveis. Nessa nova era, qualquer um pode vir a ser seu próprio fabricante de bens, da mesma forma que terá seu próprio site e será sua própria companhia de energia. O processo chama-se Impressão 3-D; e ainda que soe como ficção científica, já está no ar e promete mudar completamente a forma como pensamos a produção industrial.

Pense em apertar o botão de imprimir em seu computador e enviar um arquivo digital a uma impressora jato-de-tinta, exceto que, com uma impressão 3-D, a máquina gera um produto tridimensional. Utilizando recursos de CAD, o software orienta a impressora a gerar sucessivas camadas do objeto com o uso de plásticos, pós ou metais para materializar as formas. A impressora 3-D pode produzir múltiplas cópias exatamente como uma máquina fotocopiadora. Todo tipo de bens, de jóias a celulares, peças de automóvel ou de aviões, próteses médicas e baterias estão sendo impressas no que está sendo chamado de “manufatura aditiva”, a qual distingue-se da “manufatura subtrativa”, que envolve corte e partição dos materiais para montá-los.

Empreendedores 3-D são particularmente otimistas sobre a manufatura aditiva, pois o processo requer tão somente 10% da matéria prima usada na manufatura tradicional e usa menos energia que uma fábrica convencional, reduzindo assim drasticamente os custos.

Da mesma forma que a Internet reduziu radicalmente custos de geração e disseminação de informações, dando origem a novos negócios como Google e Facebook, a manufatura aditiva tem o potencial de reduzir drasticamente os custos de produção de bens duráveis, tornando os custos suficientemente baixos para encorajar centenas de milhares de miniprodutores – empresas de pequeno e médio porte – a desafiar e potencialmente superar os gigantes da indústria que estavam no centro das economias da Primeira e Segunda Revoluções Industriais.

Companhias start-up já estão entrando no mercado de impressão 3-D com nomes como Within Technologies, Digital Forming, Shape Ways, Rapid Quality Manufacturing, Stratasys, Bespoke Innovations, 3D Systems, MakerBot Industries, Freedom of Creation, LGM e Contour Crafting, e estão determinadas a reinventar a própria idéia de manufatura na terceira era industrial.

A energia poupada a cada etapa do processo de manufatura digital, desde a redução na quantidade de material utilizado até o menor dispêndio de energia na fabricação do produto, se aplicada através de toda economia global, leva a um ganho de qualidade em eficiência energética além de qualquer coisa imaginável na primeira e segunda revoluções industriais. Quando a energia usada para alimentar o processo de produção é renovável e ainda gerada on-site, o impacto total dessa revolução torna-se fortemente notável. Considerando que aproximadamente 84% dos ganhos de produtividade na produção industrial e na indústria de serviços são atribuídos a ganhos de eficiência termodinâmica – apenas 14% dos ganhos de produtividade são resultado de capital investido em força de trabalho – nós começamos a captar o significado do enorme ganho de produtividade que acompanhará a Terceira Revolução Industrial e o que isso significará para a sociedade.

A democratização da produção está sendo acompanhada pela queda dos custos de marketing. A Internet transformou o marketing de uma despesa significativa em um custo negligenciável, permitindo que start-ups e empresas de pequeno e médio porte comercializem seus produtos e serviços em sites, como o Etsy, que estendem-se através do espaço virtual e possibilitam competir e mesmo superar muitas das gigantes empresariais do século 21.

À medida que a nova tecnologia 3-D se propaga, a fabricação de produtos personalizados just-in-time e on-site também reduzirá os custos logísticos, com a possibilidade de grande economia de energia. O custo de transporte de produtos irá despencar nas próximas décadas devido a uma crescente lista de produtos que serão produzidos localmente em milhares de microfábricas e transportados regionalmente por caminhões abastecidos por energia verde e hidrogênio gerado on-site.

A escala horizontalizada da Terceira Revolução Industrial faz pequenas e médias empresas florescerem. Ainda assim, companhias globais não desaparecerão. Em vez disso, elas irão cada vez mais se metamorfosear de produtores primários e distribuidores em agregadores. Na nova era da economia, seu papel será de coordenar e gerenciar as múltiplas redes que movem o comércio e negócios através da cadeia produtiva.

O rápido declínio nos custos das transações provocado pela Terceira Revolução Industrial está conduzindo à democratização da informação, energia, produção, marketing e logística, e ao prenúncio de uma nova era de capitalismo distribuído que é como mudar a própria maneira com que pensamos a vida econômica no século 21.

Para um olhar mais detalhado sobre como a impressão 3-D na Terceira Revolução Industrial irá transformar a economia global, leia o material de Jeremy Rifkin no zeitnews.org.

Jeremy Rifkin é autor do best seller “The Third Industrial Revolution, How Lateral Power is Transforming Energy, the Economy, and the World”. É consultor da União Européia e de chefes de Estado ao redor do mundo. É instrutor senior no Wharton School’s Executive Education Program na Universidade da Pennsylvania e presidente da Foundation on Economic Trends, em Washington.

http://blog.movimentozeitgeist.com.br

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Facebook deixa você triste? Depende de como você o usa

17.06.2014 ]

caras-de-cão

Não têm faltado pesquisas científicas sobre o Facebook, algumas concluindo que ele faz bem, outras afirmando que as redes sociais tornam as pessoas menos felizes e até alertas de que o Facebook está criando uma geração de “auto-assessores” de imagem.

Quem será que está certo nessa multiplicidade de conclusões, algumas diametralmente opostas? Afinal, como as redes sociais realmente afetam o humor e as emoções das pessoas?

A equipe do Dr. Ethan Kross, da Universidade de Michigan (EUA) acredita ter encontrado a explicação para interpretações tão diversas sobre o uso do Facebook.

Segundo as novas conclusões, os efeitos que o uso do Facebook induzem sobre as pessoas dependem da forma como cada uma usa a rede social.

Por exemplo, ficar apenas lendo o que acontece nas “vidas idealizadas” de outras pessoas pode tornar a própria realidade dolorosa, gerando tristeza.

Formas de usar o Facebook

Em 2013, a mesma equipe concluíra que o Facebook torna as pessoas mais tristes depois de analisar o comportamento dos usuários cinco vezes por dia, durante 2 semanas.

Mas os resultados não deram nenhuma pista sobre o que exatamente gera esse efeito negativo.

Agora, em vez de apenas estudar o bem-estar das pessoas e seu uso do Facebook ao longo do tempo, os pesquisadores realizaram uma “intervenção”, com os voluntários indo várias vezes ao laboratório e utilizando as suas contas pessoais de maneiras específicas.

Afinal, a interação pelas redes sociais consiste em um conjunto diverso de atividades, como olhar fotos, “gostar” dos perfis dos outros ou interagir diretamente com os amigos através de mensagens e comentários.

Uso ativo e passivo do Facebook

Os resultados sugerem que o uso do Facebook não gera nenhum efeito sobre o bem-estar das pessoas quando elas usam o site “ativamente”.

Quando postam atualizações de status, compartilham conteúdo e trocam mensagens com os outros, o estado de espírito das pessoas permanece o mesmo ao longo do dia.

Mas quando as pessoas usam o Facebook “passivamente”, apenas navegando por fotografias de momentos felizes de outras pessoas, lendo as conversas dessas pessoas, isso tem um efeito danoso sobre suas emoções.

“Usar o Facebook em si não é ruim para o bem-estar, mas ‘peruar’ pelo seu conteúdo é,” concluiu Kross.

A possível razão para isso, sugerida pela equipe, é que as pessoas publicam versões idealizadas de si mesmas no Facebook.

Quando outros navegam por essas “vidas idealizadas”, e as comparam com a sua própria vida no mundo real, isso gera emoções negativas, deixando as pessoas tristes e deprimidas.

http://www.diariodasaude.com.br

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O Twitter realmente molda a opinião pública?

21.03.2014 ]

Como exatamente o Twitter, com seus 241 milhões de usuários, tuitando 500 milhões de mensagens por dia, moldam a opinião pública?

Ou, antes, será que essa enxurrada de mensagens realmente molda a opinião pública, ou representa mais uma espécie de pesquisa de opinião quase instantânea?

Estas questões foram abordadas por um grupo de pesquisadores chineses, que investigaram como as opiniões evoluem no Twitter.

Estabilização rápida

Depois de analisar 6 milhões de mensagens tuitadas ao longo de um período de seis meses, os pesquisadores verificaram que os pontos de vista dominantes e majoritários no Twitter emergem muito rapidamente.

E, uma vez estabilizados, eles dificilmente vão mudar.

A opinião pública expressa no Twitter frequentemente evolui rapidamente e nivela em um estado ordenado no qual uma opinião permanece dominante.

O Twitter realmente molda a opinião pública

Este “consenso” é impulsionado pelos endossos de grupos cada vez maiores, com uma opinião alcançando hegemonia.

Se é um efeito “pesquisa de opinião” ou “maria vai com as outras”, os pesquisadores chineses não conseguiram ainda elucidar.

Mas o trabalho também revelou que, mesmo quando as opiniões dominantes emergem, elas não atingem o consenso total.

Na verdade, quando os usuários do Twitter que detêm posições minoritárias são confrontados com a oposição esmagadora, eles ainda assim não se mostram susceptíveis a alterar as suas opiniões.

Efeito manada

Fei Xiong e Liu Yun, da Universidade Jiaotong, em Pequim, afirmam que essas constatações podem moldar a forma como candidatos políticos executam suas campanhas de mídia social ou influenciar a forma como as empresas comercializam os seus produtos e serviços.

Como os níveis de opinião pública nivelam e evoluem para um estado ordenado em um curto espaço de tempo, as pequenas vantagens de uma opinião nos estágios iniciais podem se transformar em uma vantagem maior durante a disseminação da mensagem, disse Xiong.

Se perder o bonde, então não haverá jeito: “Uma vez que a opinião pública se estabiliza, é difícil mudá-la,” acrescentou ele.

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É o Facebook do futuro, e ele nem mesmo precisa de você

06.03.2013 ]

reputation_look-286x300No começo, tratava-se de organizar e vender dados e conteúdo gerado pelos usuários, mas agora parece que “eles” nem mesmo precisam de você.

E se houvesse uma empresa que vasculhasse a web e mapeasse suas conexões, mostrando a quantos “graus de separação” você se encontra de outros participantes importantes da sua indústria? E dos tomadores de decisão? E dos políticos?

Diferentemente do Facebook e do Linkedin, ela não requer que você se cadastre ou forneça qualquer tipo de informação – todos os seus dados já estão disponíveis na rede.

E, se você quiser ver suas conexões, só precisará pagar US$3.000 por ano.

Você poderá digitar o nome de qualquer figurão da indústria, e o motor de busca vai procurar por pessoas que você conhece e que também conhecem o figurão, mapeando as conexões secundárias ou terciárias.

Ele então lhe dirá como você está conectado, talvez através de amigos ou fóruns ou organizações, e até mesmo o grau de qualidade das conexões (forte, médio ou fraco).

Não, isso não é um exercício de futurologia.

Esse projeto já é realidade, segundo um artigo publicado no New York Times pelo jornalista Andrew Ross Sorkin.

Parece que esta é outra tecnologia que logo estará em jogo no que ele chama de “economia da reputação”.

Neil Goldman é o fundador do start-up Relationship Science (ciência do relacionamento), que (por enquanto) está se concentrando em mapear a elite corporativa dos Estados Unidos.

“Vivemos em uma economia de serviços… construir relacionamentos é a parte mais importante para vender e crescer,” comenta ele no artigo do NYT.

No entanto, há limites, reconhece Goldman. Embora a tecnologia forneça o mapa, você ainda precisará da “arte” de construir relacionamentos.

A forma como essa tecnologia fornece um mapa das ligações das redes sociais – as reais – tem a ver com as ideias sociológicas clássicas sobre redes, ideias que são cada vez mais importantes de se articular na educação para o empreendedorismo.

Além das noções amplamente divulgadas dos seis graus de separação, o sociólogo Mark Granovetter cunhou a frase já clássica “a força dos laços fracos”.

Ele se refere ao valor oriundo do acesso e das conexões com grupos de pessoas muito diferentes.

Estes laços, embora fracos ou casuais, são indispensáveis para os empreendedores na identificação de oportunidades, reunindo conhecimento em múltiplas indústrias ou múltiplos níveis de uma organização, criando e reconhecendo tendências de mercado e, eventualmente, posicionando você mesmo como um intermediário entre esses grupos tão diversos.

O mercado dirá se as pessoas concordam com isso, o que poderá ser auferido pelo sucesso ou fracasso do Relationship Science.

De acordo com Sir Tim Berners-Lee, o armazenamento de dados desse tipo é o equivalente digital da dinamite.

Embora inicialmente possa parecer novidade criar medidas de reputação e de pedi-las a candidatos a emprego, os dados que podem ser acumulados – por uma série de interessados – coloca a economia da reputação no centro de questões como a identidade, privacidade, segurança e, em última análise, a liberdade (de mudar).

Esteja alerta, e possivelmente alarmado, com o que será necessário para ser bem-sucedido na (digital e historicamente arquivada) economia da reputação.

Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br

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Conheça a Red October, rede de ciberespionagem que passou cinco anos sem ser descoberta

15 jan, 2013 ]

Por – Eric Limer

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Há várias armas cibernéticas por aí, como o Stuxnet, o Flame e mais um bando. Agora, a Kaspersky anunciou a descoberta de uma operação de ciberespionagem chamda de “Red October”, que é tão ameaçadora quanto as já citadas. Mas ela não parece ser patrocinada por um país. É um trabalho freelance, e bem profissional.

Apesar de só ter sido descoberta recentemente, a Red October está trabalhando por baixo dos panos há um bom tempo. De acordo com os nomes de domínio e vários detalhes escavados do código executável, ela está por aí desde 2007, se não antes. E o que ela faz? Coleta grandes quantidades de informações qualificadas, retiradas de alvos importantes por todo o mundo — incluindo os EUA, mas a maioria deles no Leste Europeu e na Ásia Central.

A Red October infecta seus alvos por meio de vulnerabilidades no Word e no Excel. Uma vez invadidos, os dispositivos se conectam a servidores de comando e recebem pacotes customizados de malware, assinados com códigos de vinte dígitos específicos para cada vítima. A partir daí, coletam dados de instituições governamentais, embaixadas, empresas de pesquisa, instalações militares e fornecedoras de energia, incluindo nuclear. Em meia década, a Red October foi capaz de se aprofundar em locais estratégicos usando seu estoque sempre crescente de credenciais e logins furtados para inteligentemente driblar a segurança.

Parte do motivo de ser tão perigosa está no fato de que ela não apenas infecta, rouba e faz keylogging em computadores. O malware também tem a capacidade de entrar em celulares (iOS, Windows Mobile e Nokia) quando eles se conectam às máquinas infectadas e copiar contatos, ligações, mensagens e histórico de navegação. Ele também pode varrer equipamentos de rede e discos removíveis, copiar bancos de dados de e-mail do Outlook e outros servidores POP/IMAP e mesmo pegar arquivos deletados de pendrives usando seu próprio mecanismo de recuperação. A Red October não está aqui para brincadeira.

Se está claro como funciona, ainda não se sabe quem está por trás de tudo isso. De acordo com a Kaspersky, os golpes tiveram origem provavelmente na China, e gírias e termos russos em algumas partes do código indicam que os operadores falam russo. Ou eles querem que pensemos isso e a rede é muito mais longa e profunda. A maioria dos servidores de controle e comando e domínios podem ser localizados na Rússia e na Alemanha, mas uma cadeia de proxies pode muito bem estar mascarando o QG real da operação. E, mesmo tendo tamanho e complexidade dignos de operações bancadas por governos, não há dados que os liguem a eles de alguma forma. A Red October é uma colecionadora solitária, sentada sozinha numa cibersala, rodeada de pilhas de informações confidenciais.

Da mesma forma, a intenção da rede de espionagem ainda é desconhecida. Não há evidências que sugiram a participação de estados ou governos, mas é muita informação agrupada para ser só isso. As infecções são mais proeminentes na Rússia (35), mas Afeganistão (10), Irã (7), EUA (6) e até mesmo a Suíça (5) também estão no mapa. Mas não há como dizer o que foi feito com as informações. Elas podem ter sido vendidas de alguma forma dissimulada ou estão apenas guardadas, esperando o momento certo para… alguma coisa.

Não é difícil imaginar um homem sentado atrás de uma mesa enorme, sua face oculta nas sombras, batucando com os dedos na mesa e rindo sozinho de maneira sinistra, observando seu próprio estoque de informações secretas crescer diante de seus olhos enquanto ele pensa no que fazer com tudo aquilo. E talvez isto não esteja tão distante da verdade. Não parece ser coisa de governos, e sim de um agente solo, tão competente quanto os grandalhões.

http://www.gizmodo.com.br/conheca-a-red-october-rede-de-ciberespionagem-que-passou-cinco-anos-sem-ser-descoberta/

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