Prática de exercícios respiratórios tem impacto positivo na saúde

Estudos de importantes centros de pesquisa em todo o mundo começam a medir o que já se sabia empiricamente: a prática cotidiana de exercícios respiratórios tem impacto positivo na saúde e no bem-estar, além de auxiliar no tratamento de diversas doenças

Silvia Rogar

O cardiologista italiano Luciano Bernardi coordenou, há oito anos, um curioso estudo na Universidade de Pavia. O tema: a influência da ave-maria sobre o sistema cardiovascular. Pesquisas anteriores já haviam demonstrado que a oração em latim, lida em voz alta, tinha efeito calmante sobre os fiéis. O que Bernardi e seus pares constataram foi que isso não tinha relação com a fé, e sim com o ritmo da respiração exigido pela métrica da oração. Para dizer cada frase inteira e respeitar os intervalos, é preciso baixar o número de inspirações e expirações para seis por minuto, um terço do ritmo normal. Esse ritmo respiratório mais lento reduz a frequência cardíaca e baixa a pressão arterial. Daí a sensação de calma. Data também do início dos anos 2000 uma série de outros estudos que procuram explicar e medir o efeito do controle da respiração sobre a saúde. Essa relação é conhecida empiricamente há milênios pela medicina oriental, mas só recentemente começou a ganhar status de assunto sério nos principais centros de pesquisa do mundo. Os resultados são animadores. A respiração controlada, em diversas modalidades, revela-se coadjuvante eficiente no tratamento de transtornos de ansiedade, de hipertensão e até de dores crônicas, em alguns casos permitindo reduzir expressivamente as doses de remédio.

O grande mérito dos estudos recentes sobre respiração é dimensionar seu poder de interferir no funcionamento do sistema nervoso autônomo. Esse sistema é dividido em dois: o simpático e o parassimpático. O primeiro prepara o corpo para enfrentar situações de perigo. Ao receberem um sinal de alerta, motivado por situação real ou imaginária, diversas áreas do cérebro entram em ação, desencadeando reações destinadas a enfrentar essa ameaça. Substâncias que contraem os vasos sanguíneos (como a adrenalina) são liberadas, provocando aceleração dos batimentos cardíacos e elevação da pressão arterial. Quando a ameaça sai de cena, o sistema parassimpático conduz o corpo de volta a seu estado normal. A respiração pode interferir nesse processo porque é a única das funções regidas pelo sistema nervoso autônomo que se pode controlar. Não é possível baixar ou elevar voluntariamente a temperatura corporal ou alterar a velocidade da circulação do sangue. Mas é perfeitamente possível alterar o ritmo da respiração. O que os médicos constataram é que, quando se respira lenta e profundamente, se envia ao cérebro uma mensagem tranquilizadora que ajuda a desarmar os sistemas de defesa. A respiração mais eficaz para isso é a diafragmática, semelhante à respiração dos bebês, que expandem o abdômen ao inspirar. Estudos do Laboratório de Pânico e Respiração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostram que 70% dos pacientes que sofrem de distúrbios de ansiedade conseguem diminuir em até 60% a dose de antidepressivos e ansiolíticos depois de seis meses. “Para quem sofre de pânico, o treinamento da respiração diafragmática é o primeiro passo para a resolução do problema sem medicamentos”, diz o psiquiatra Geraldo Possendoro, professor de medicina comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Na esteira dessas constatações, nasceram e se multiplicaram os cursos de respiração. Eles atraem principalmente a turma que sempre aderiu alegremente a qualquer novidade na área do bem-estar. Mas têm incorporado também gente que nunca levou muita fé em nada que cheirasse a terapia alternativa. Foi por pura curiosidade que o empresário Robson Gouvêa, de 51 anos, procurou a Fundação Arte de Viver, uma das primeiras a oferecer esse tipo de curso. Isso foi em 2007. Gouvêa, que comanda a rede de magazines Leader, do Rio de Janeiro, gostou do resultado. Diz que sua grande conquista foi aprender a respirar fundo antes de tomar decisões importantes. Ele trabalha cerca de dez horas por dia. Para administrar o stress, joga tênis e pratica corrida. “A respiração passou a fazer parte da minha rotina de bem-estar”, diz. A atriz Juliana Paes aderiu no ano passado, quando estava se preparando para viver a Maya de Caminho das Índias. “Eu estava muito ansiosa. Ia começar a novela e sabia que a pressão seria enorme. Aprender a respirar foi fundamental para enfrentar a empreitada com mais tranquilidade”, diz Juliana, que, assim como a atriz Priscila Fantin, vê na qualidade do sono o maior benefício obtido com a prática. Em geral, quem faz regularmente exercícios respiratórios relata ter conquistado um precioso aliado para enfrentar o stress e a correria do dia a dia. A medicina confirma. “Vejo o controle respiratório como parte de uma estratégia de vida saudável, ao lado da alimentação balanceada e da atividade física regular”, diz Bernardi.

Executiva de recursos humanos, a carioca Cristiane Edelman, hoje com 45 anos, não tem dúvida dos ganhos que obteve desde que incorporou o condicionamento respiratório ao seu cotidiano. Submetida à puxada rotina das consultorias internacionais, ela vivia entre voos e reuniões Brasil afora. Passou a sofrer os reflexos do stress e da ansiedade no corpo. Por duas vezes, chegou a parar no pronto-socorro. “Tinha formigamentos no rosto, achava que estava infartando, vivia com insônia, azia, e tinha rinite alérgica”, conta. Cristiane só conseguiu dar um basta nesse mal-estar quando procurou uma terapeuta, cinco anos atrás, que lhe ensinou técnicas de respiração. “Minha qualidade de vida teve uma sensível melhora”, diz.

Outra vertente em que as pesquisas constatam bons resultados do condicionamento respiratório é o controle da pressão arterial. Em 2002, o Food and Drug Administration (FDA), a agência norte-americana que regula a venda de medicamentos, liberou um dispositivo chamado Resperate, uma espécie de walkman criado por médicos israelenses com o propósito de ditar o ritmo das inspirações e expirações. A prática de quinze minutos diários mostrou efeito significativo em estudos que abrangeram 507 hipertensos, todos sob orientação médica (veja o quadro). Após oito semanas, a redução média de pressão foi de 15 por 9 para 14 por 8. Em 10% dos casos a hipertensão desapareceu. Mesmo sem o aparelhinho, a física paulistana Elisa Wolynec, 68 anos, conseguiu idêntico resultado. Ela sempre levou uma vida saudável. Há cinco anos, descobriu que sua pressão estava alta. Começou a tomar medicação, mas teve uma série de efeitos colaterais desagradáveis e, em outubro de 2008, sob orientação médica, decidiu apostar na prática de exercícios de respiração lenta e profunda. Desde então, dedica quinze minutos todos os dias a eles, com muita disciplina. Aos poucos, o médico reduziu a dose de medicação e, desde janeiro, Elisa não toma comprimidos. Sua pressão chegava a 17 por 9 e estabilizou-se em 12 por 7. “Depois de dois ou três meses de prática, observa-se em alguns casos redução semelhante à que se consegue com remédios”, diz Décio Mion, chefe da unidade de hipertensão do Hospital das Clínicas da USP, que no ano passado conduziu um estudo sobre o assunto com 27 hipertensos em grau leve.

Na Universidade Stanford, os exercícios respiratórios são vistos como uma ferramenta para enfrentar a dor crônica com menor grau de desconforto. “Eles permitem encarar crises com menos medicação. A dor crônica tem um fator emocional, que ativa o sistema simpático e, consequentemente, aumenta a tensão muscular. O controle da respiração permite que o corpo fique mais relaxado”, explica o anestesista Ravi Prasad, diretor assistente da divisão de gerenciamento da dor em Stanford. Essa é uma área em que ainda não há estatísticas que confirmem a relação entre os exercícios e a melhora do quadro dos doentes. Mas as evidências são muito fortes, e há muitos estudos em andamento que permitirão medir adequadamente esse efeito. Não deverá levar muito tempo. Essa é uma fronteira promissora para a medicina nos próximos anos. Diz o cientista norte-americano David Anderson, dos National Health Institutes, o órgão responsável por pesquisas e políticas públicas de saúde nos Estados Unidos, que coordena o maior estudo já feito no país sobre a relação entre respiração e saúde: “Estou convencido de que os padrões de respiração têm grande impacto até sobre o sistema imunológico“.

VEJA TAMBÉM
Quadro: Os benefícios dos exercícios respiratórios

http://veja.abril.com.br

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Estudo liga meditação a menor risco de ataque em cardiopata

Gabriela Cupani

Praticar meditação pode ajudar a reduzir quase pela metade o risco de sofrer um ataque cardíaco ou um AVC (acidente vascular cerebral) em pacientes com doença cardiovascular. Esse é o resultado de um estudo apresentado no congresso da American Heart Association, realizado em Orlando.

Segundo os autores da pesquisa, feita no Medical College of Wisconsin e patrocinada pelo instituto norte-americano de saúde, trata-se do primeiro estudo controlado que constatou os benefícios a longo prazo da técnica sobre eventos no coração.

Os pesquisadores acompanharam 201 pacientes, com idade média de 59 anos, durante cinco anos. Todos tinham aterosclerose (depósito de gordura nas paredes das artérias).

Eles foram separados em dois grupos. Um foi submetido a um programa de meditação transcendental, praticado duas vezes por dia durante 15 ou 20 minutos. O outro foi considerado o grupo controle. Todos continuaram recebendo os remédios que já tomavam.

Ao final do período, no grupo que praticou meditação houve 20 eventos, como ataques cardíacos, derrames e mortes. Entre os demais, foram 32. Os que meditaram também tiveram uma redução da pressão arterial de cinco milímetros de mercúrio (a medida usada para pressão), em média.

“A meditação tem um efeito antiestresse, com queda nos níveis de cortisol e adrenalina”, explica o psicólogo José Roberto Leite, chefe do núcleo de medicina comportamental da Universidade Federal de São Paulo.

Sabe-se que os hormônios relacionados ao estresse (como o cortisol e a adrenalina) interferem no metabolismo e aumentam a frequência cardíaca, a pressão arterial e os níveis de gorduras – o que tem um impacto direto na saúde cardiovascular. A longo prazo, os efeitos do estresse também abalam o sistema imunológico.

“É um trabalho científico sério que corrobora o que já se observava na prática”, diz o cardiologista Carlos Alberto Pastore, do InCor (Instituto do Coração). Segundo ele, qualquer atividade que alivie o estresse reduz também o risco cardíaco.

“A pessoa que medita consegue enfrentar melhor o estresse”, diz Norvan Leite, médico especialista em medicina chinesa e responsável pela implantação da primeira sala de meditação em um hospital público e pelo serviço de acupuntura no Hospital do Servidor Público Municipal, em São Paulo. “A prática altera o organismo como um todo”, observa.

Depressão

Outro estudo sobre o assunto, publicado no periódico científico “American Journal of Hypertension”, demonstrou que a meditação também é eficaz para reduzir a pressão arterial, a ansiedade e a depressão. A pesquisa, feita na American University, em Washington, acompanhou por três meses 298 estudantes universitários, divididos em dois grupos.

“A meditação promove mudanças neuroquímicas significativas com a liberação de endorfinas”, completa José Roberto Leite, da Unifesp.

Segundo o psicólogo, após um mês de prática regular é possível observar alguns benefícios. “Mas deve-se encarar a meditação como a alimentação ou a atividade física e incorporá-la à rotina”, afirma.

http://www1.folha.uol.com.br

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SOJA – A História Não É Bem Assim

Dr. Alexandre Feldman

Hoje em dia existe uma verdadeira febre de consumo de soja. Propagada como um alimento rico em proteínas, baixo em calorias, carboidratos e gorduras, sem colesterol, rico em vitaminas, de fácil digestão, um ingrediente saboroso e versátil na culinária, a soja, na verdade é mais um “conto do vigário” do qual a maioria é vítima.

É bem verdade que a soja vem da Ásia, mais especificamente da China. Porém, os chineses só consumiam produtos FERMENTADOS de soja, como o shoyu e o missô. Por volta do século 2 A.C., os chineses descobriram um modo de cozinhar os grãos de soja, transfomá-los em um purê e precipitá-lo através de sais de magnésio e cálcio, formando o assim chamado “queijo de soja” ou tofu. O uso destes alimentos derivados de soja se espalhou pelo oriente, especialmente no Japão. O uso de “queijo de soja” como fonte de proteína data do século 8 da era cristã (Katz, Solomon H “Food and Biocultural Evolution A Model for the Investigation of Modern Nutritional Problems”, Nutritional Anthropology, Alan R. Liss Inc., 1987 pág. 50).

Não é à toa que os antigos chineses não se alimentavam do grão de soja. Hoje a ciência sabe que ela contém uma série de substâncias que podem ser prejudiciais à saúde, e que recebem o nome de antinutrientes.Um destes antinutrientes é um inibidor da enzima tripsina, produzida pelo pâncreas e necessária à boa digestão de proteínas. Os inibidores da tripsina não são neutralizados pelo cozimento. Com a redução da digestão das proteínas, o caminho fica aberto para uma série de deficiências na captação de aminoácidos pelo organismo. Animais de laboratório desenvolvem aumento no tamanho do pâncreas e até câncer nessa glândula, quando em dietas ricas submetidos a inibidores da enzima tripsina.

Uma pessoa que não absorve corretamente os aminoácidos, tem o seu crescimento e desenvolvimento prejudicado. Você já notou que os japoneses são, normalmente, mais baixinhos? Já os descendentes que vivem em outros países e adotam as dietas desses países, costumam ter uma estatura maior que a média no Japão. (Wills MR et al Phytic Acid and Nutritional Rickets in Immigrants. The Lancet, 8 de abril de 1972, páginas 771-773). O efeito inibitório da absorção de aminoácidos pode comprometer a fabricação de inúmeras substâncias formadas a partir dos mesmos, entre os quais, os neurotransmissores. A enxaqueca, a cefaléia em salvas, a cefaléia do tipo tensional, e outras dores de cabeça, além de depressão, ansiedade, pânico e fibromialgia, são causadas por um desequilíbrio dos neurotransmissores. Qualquer fator que prejudique a sua fabricação, pode aumentar ou perpetuar esse desequilíbrio. A soja contém também uma substância chamada hemaglutinina, que pode aumentar a viscosidade do sangue e facilitar a sua coagulação. Portadores de enxaqueca já sofrem de um aumento na tendência de coagulação do sangue e uma propensão maior a acidentes vasculares. A pior coisa para esses indivíduos é ingerir substâncias que agravam essa tendência. Tanto a tripsina, quanto a hemaglutinina e os fitatos, que mencionaremos a seguir, são neutralizados totalmente pelo processo de fermentação natural da soja na fabricação de shoyu e missô, e parcialmente durante a fabricação de tofu.

Os fitatos, ou ácido fítico, são substâncias presentes não apenas na soja, mas em todas as sementes, e que bloqueiam a absorção de uma série de substâncias essenciais ao organismo, como o cálcio (osteoporose), ferro (anemia), magnésio (dor crônica) e zinco (inteligência).Você não sabia de nada disso? Mas a ciência já sabe, estuda esse fenômeno extensamente e não tem dúvidas a respeito. Já comprovou este fato em estudos realizados em países subdesenvolvividos cuja dieta é baseada largamente em grãos. (Van-Rensburg et al Nutritional status of African populations predisposed to esophageal cancer, Nutr Cancer, volume 4, páginas. 206-216; Moser PB et al Copper, iron, zinc and selenium dietary intake and status of Nepalese lactating women and their breast-fed infants, Am J Clin Nutr, volume 47, páginas 729-734; Harland BF, et al Nutritional status and phytate zinc and phytate X calcium zinc dietary molar ratios of lacto-ovo-vegetarian Trappist monks 10 years later. J Am Diet Assoc., volume 88, páginas 1562-1566).

Claro que a divulgação desse conhecimento não é do interesse de toda uma indústria multibilionária da soja. A soja contém mais fitato que qualquer outro grão ou cereal. (El Tiney AH Proximate Composition and Mineral and Phytate Contents of Legumes Grown in Sudan”, Journal of Food Composition and Analysis, v. 2, 1989, pp. 67-78). Para os demais cereais e grãos (arroz integral, feijão, trigo, cevada, aveia, centeio etc), é possível reduzir bastante e neutralizar em grande parte o conteúdo de fitatos, através de cuidados simples, como deixá-los de molho por várias horas e, em seguida, submeter a um cozimento lento e prolongado. (Ologhobo AD et al Distribution of phosphorus and phytate in some Nigerian varieties of legumes and some effects of processing. J Food Sci volume 49 número 1, páginas 199-201). Já os fitatos da soja não são reduzidos por essas técnicas simples, requerendo para isso um processo bem longo (muitos meses, no mínimo) de fermentação. O tofu, que passa por um processo de precipitação, não tem os seus fitatos totalmente neutralizados.

Interessantemente, se produtos como o tofu forem consumidos com carne, ocorre uma redução dos efeitos inibidores dos fitatos. (Sandstrom B et al Effect of protein level and protein source on zinc absorption in humans. J Nutr volume 119 número 1, páginas 48-53; Tait S et al, The availability of minerals in food, with particular reference to iron J R Soc Health, volume 103 número 2, páginas 74-77). Mas geralmente, os maiores consumidores de tofu são vegetarianos que pretendem consumi-lo em lugar da carne! O resultado? Deficiências nutricionais que podem levar a doenças como dores crônicas, como dor de cabeça e fibromialgia. O zinco e o magnésio são necessários para o bom funcionamento do cérebro e do sistema nervoso. O zinco, em particular, está envolvido na produção de colágeno, na fabricação de proteínas e no controle dos níveis de açúcar no sangue, além de ser um componente de várias enzimas e ser essencial para o nosso sistema de defesas. Os fitatos da soja prejudicam a abosrção do zinco mais do que qualquer outra substância. (Leviton, Richard Tofu, Tempeh, Miso and Other Soyfoods The “Food of the Future” – How to Enjoy Its Spectacular Health Benefits, Keats Publishing Inc, New Canaan, CT, 1982, páginas 14-15). Por conta da tradição oriental, indústria da soja conseguiu inseri-la num patamar de “alimento saudável”, sem colesterol e vem desenvolvendo um mercado consumidor cada vez mais vegetariano. Infelizmente, ouvimos médicos e nutricionistas desinformados, ou melhor, mal informados por publicações pseudo-científicas patrocinadas e divulgadas pela indústria da soja, fornecendo conselhos, em programas de TV em rede nacional, no sentido de consumi-la na forma de leite de soja (até para bebês!!), carne de soja, iogurte de soja, farinha de soja, sorvete de soja, queijo de soja, óleo de soja, lecitina de soja, proteína texturizada de soja, e a maior sensação do momento, comprimidos de isoflavonas de soja, sobre a qual comentarei mais adiante neste livro. A divulgação, na grande mídia, destes produtos de paladar no mínimo duvidoso, como sendo saudáveis, tem resultado em uma aceitação cada vez maior dos mesmos por parte da população. Que prejuízo! (Não para a indústria, é claro).

Sabe como se faz leite de soja? Primeiro, deixa-se de molho os grãos em uma solução alcalina, de modo a tentar neutralizar ao máximo (mas não totalmente) os inibidores da tripsina. Depois, essa pasta passa por um aquecimento a mais de 100 graus, sob pressão. Esse processo neutraliza grande parte (mas não a totalidade) dos antinutrientes, mas em troca, danifica a estrutura das proteínas, tornando-as desnaturadas, de difícil digestão. (Wallace GM Studies on the Processing and Properties of Soymilk. J Sci Fd Agric volume 22, páginas 526-535). Além disso, os fitatos remanescentes são suficientes para impedir a absorção de nutrientes essenciais. A propósito, aquela tal solução alcalina onde a soja fica de molho é a base de n-hexano, nada mais que um solvente derivado do petróleo, cujos traços ainda podem ser encontrados no produto final, que vai para a sua mesa, e que pode gerar o aparecimento de outras substâncias cancerígenas. Este n-hexano reduz, também, a concentração de um aminoácido importante, a cistina. (Berk Z Technology of production of edible flours and protein products from soybeans. FAO Agricultural Services Bulletin 97, Organização de Agricultura e Alimentos das Nações Unidas, página 85, 1992).

Felizmente, a cistina se encontra abundante na carne, ovos e iogurte integral – alimentos estes normalmente evitados pelos consumidores de leite de soja. Mas como? A soja não é saudável? Não é isso que dizem os médicos e nutricionistas? Infelizmente, a culpa não é deles, e sim do jogo de desinformação que interessa à toda a indústria alimentícia. A alimentação, assim como a saúde, é um grande negócio. Dois terços de todos os alimentos processados industrialmente, contêm algum derivado da soja em sua composição. É só conferir os rótulos. A lecitina de soja atua como emulsificante. A farinha de soja aumenta a “vida de prateleira” de uma série de produtos. O óleo de soja é usado amplamente pela indústria de alimentos. A indústria da soja é enorme e poderosa.

E como se fabrica a proteína de soja? Em primeiro lugar, retira-se da soja moída o seu óleo e o seu carboidrato, através de solventes químicos e alta temperatura. Em seguida, mistura-se uma solução alcalina para separar as fibras. Logo após, submete-se a um processo de precipitação e separação utilizando um banho ácido. Por último, vem um processo de neutralização através de uma solução alcalina. Segue-se uma secagem a altas temperaturas e à redução do produto a um pó. Este produto, altamente manipulado, possui seu valor nutricional totalmente comprometido. As vitaminas se vão, mas os inibidores da tripsina permanecem, firmes e fortes! (Rackis JJ et al The USDA trypsin inhibitor study. I. Background, objectives and procedural details. Qual Plant Foods Hum Nutr, volume 35, pág. 232). Não existe nenhuma lei no mundo que obrigue os alimentos à base de soja a exibirem, nos rótulos, a quantidade de inibidores da tripsina. Também não existe nenhuma lei padronizando as quantidades máximas deste produto. Que conveniente!

O povo… coitado… só foi “treinado” para ficar de olho na quantidade de coleterol – esta sim, presente em todos os rótulos. Uma substância natural e vital para o crescimento, desenvolvimento e bom funcionamento do cérebro e do organismo como um todo. O povo nunca ouviu falar nos antinutrientes e inibidores da tripsina dos alimentos de soja. A proteína texturizada de soja (proteína texturizada vegetal, carne de soja) possui um agravante, a adição de glutamato monossódico, no intuito de neutralizar o sabor de grão e criar um sabor de carne. Alguns pesquisadores acreditam que o grande aumento das taxas de câncer de pâncreas e fígado, na África, se deve à introdução de produtos de soja naquela região. (Katz SH Food and Biocultural Evolution A Model for the Investigation of Modern Nutritional Problems. Nutritional Anthropology, Alan R. Liss Inc., 1987 pág. 50).

A minha dica: Quando consumir soja, utilize apenas os derivados altamente fermentados, como o missô e o shoyu. Mesmo assim, muita atenção para os rótulos. Compre apenas se neles estiver escrito “Fermentação Natural”, e se NÃO contiverem produtos como glutamato monossódico e outros ingredientes artificiais. Quando consumir tofu, certifique-se de lavá-lo com água corrente, pois grande quantidade dos antinutrientes ficam no seu soro.

Artigo publicado originalmente no site http://www.enxaqueca.com

http://correcotia.com

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Meditação já é usada no tratamento de ansiedade e doenças cardiovasculares

Nos estudos sobre a mente humana, a investigação de práticas meditativas vem complementando dados objetivos obtidos por exames como eletroencefalograma e neuroimagem. “É uma forma de acessar o universo interno”, especifica a bióloga Elisa Harumi Kozasa, do departamento de psicobiologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Ela acaba de voltar de uma conferência do Mind and Life Research Institute (Instituto de Pesquisas Mente e Corpo), um encontro internacional de neurocientistas, físicos quânticos e budistas. Envolvido no projeto desde o início, em 1987, o 14º Dalai Lama sediou, em sua casa, o último evento, no mês passado. Kozasa, que desenvolve estudos sobre como a meditação pode auxiliar no tratamento de ansiedade, foi a única latina a participar do encontro.

A meditação já é usada no mundo ocidental para tratar a hipertensão e problemas cardiovasculares. Mas, na visão da bióloga, se aplicada apenas para melhorar a saúde física das pessoas, essa prática é limitada. “Para atingir níveis mais profundos, [a meditação] é um caminho que serve como alimento para o espírito e oferece uma fonte bastante nutritiva para aprendermos mais sobre nós mesmos, independentemente da presença de religiosidade.”

Fonte: Folha de São Paulo, Caderno Equilíbrio, 03 de maio de 2007.

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