Oração: Enigma Para a Ciência

de Rupert Sheldrake
tradução: Ernesto Ribeiro

Desde os tempos antigos, uma crença forte e penetrante na eficácia da as orações – para os vivos e os mortos – reforça a noção que essa consciência não é limitada ao corpo físico. Não apenas as tradições por todo o mundo compartilham uma crença que as orações podem de alguma forma ajudar (ou invocar ajuda de) antepassados mortos, muitas culturas por toda a história acreditaram que as orações podem ocasionar mudanças nas circunstâncias físicas da vida.

Se as orações afetam as coisas no mundo físico, seus efeitos devem ser mensuráveis e a ciência deve poder investigá-lo. Há uma literatura muito dispersa nisto, mas quando se reúne todo o conjunto de informações, como fez Larry Dossey em seu livro recente, “Palavras que Curam” (Editora Harper, São Francisco, 1993), vemos um grande número de experiências interessantes com resultados inspiradores.

Além de 131 experiências controladas de cura baseadas em orações, mais da metade mostraram benefícios estatisticamente significativos. Um dos mais conhecidos é um duplo “estudo cego” (quando pelo menos uma das partes envolvidas (médico ou paciente) não tem conhecimento sobre qual o produto ou dose está sendo administrado para cada um dos participantes) com 393 pacientes na unidade coronária do Hospital Geral de São Francisco. Nesta experiência, 192 pacientes, escolhidos aleatoriamente, rezavam em grupos domésticos de orações, e os outros não. Os pacientes que fizeram suas preces recuperaram-se melhor, e menos deles tinham morrido.

Para fazer sentido a estes dados sobre a eficácia das orações, a ciência terá que mudar suas suposições subjacentes sobre a natureza da causa. Atualmente, o (pre)conceito padrão é imóvel e puramente mecanicista – não obstante toda a conversa recente sobre a Teoria do Caos e da Complexidade (das reações químicas e psicosomáticas, provocadas pelo cérebro humano e canalizadas sobre o corpo através do esforço mental das orações ou “força de vontade”). Quando aplicada às ciências da vida, a Teoria do Caos e da Complexidade – mesmo com a ajuda de computadores, com modelos altamente sofisticados – ainda explica o mundo apenas em termos de causas mecânicas, envolvendo somente processos físicos e químicos já conhecidos.

Os dados de estudos empíricos das orações, assim como da grande literatura informando a pesquisa psi em telepatia, clarividência e psicocinese, seriamente desafiam a visão mecanicista. Algum outro agente causal, subjacente à mecânica das interações eletroquímicas, é exigido para fazer sentido aos fenômenos observados. Pensadores holísticos geralmente dividem-se em duas categorias principais. A maioria quer ter o holismo no barato. Querem um holismo que não discorde com ciência como a conhecemos. Em vez de explorar a possibilidade de novos fatores causais, eles preferem explicar o holismo em termos de complexidade e auto-organização de forças mecânicas convencionais, no mesmo modelo da matemática sofisticada e das últimas técnicas de computador. Nada essencialmente diferente de interações físicas e químicas é considerado para explicar as propriedades de sistemas vivos.

O outro grupo de holistas (uma minoria onde incluo Larry Dossey e eu), pensa que isso há mais do que apenas o que nós conhecemos sobre química e física e modelos matemáticos espertos. Minha visão é que outros fatores causais na natureza, processos que fazem as reais diferenças – as causas na natureza que ocasionam novos tipos de efeitos que nós temos que levar em conta para entender a nossa experiência e o mundo. Estes novos fatores causais são envolvidos em coisas como fenômenos paranormais, as orações e cura. O impulso inteiro de minha teoria de ressonância mórfica é dizer que existe mais para a natureza do que somente as forças-padrão da Física. E o que é mais: estes outros agentes estão no mesmo próprio coração da maneira com que as coisas são organizadas na Química, na vida, e na consciência.

As orações e os campos mentais

Como as orações devem conciliar com a visão científica de coisas? Focalizarei em duas categorias amplas de orações: peticionária e intercessória. Nas orações peticionárias nós pedimos algo para nós; nas orações intercessórias nós oramos a um poder mais alto em atenção a outras pessoas (qualquer um, vivo ou morto).

Ao orar para outras pessoas e para nós, pedimos que um poder mais alto ocasione um resultado particular. Para mim, isto é o que distingue as orações de pensar positivo. Pensar positivo envolve nada mais que a própria mente, mas as orações peticionárias e intercessórias são postas no contexto de um poder mais alto. Para esta razão, o pensamento positivo não se assenta na categoria das orações – mesmo que seja freqüentemente confundido com elas.

Se peticionárias ou intercessórias, as orações claramente postam um desafio à visão mecanicista do mundo. De acordo com esta visão, não há nenhum meio que pensamentos em sua cabeça – que são na maioria pequenas perturbações eletroquímicas mal detectáveis há algumas polegadas de sua cabeça, mesmo por aparelho altamente sensível – possam afetar alguém nem algo numa distância remota.

Se você estava praticando o pensamento positivo ou algumas formas mais especificamente dirigidas de as orações peticionárias, você podia recorrer a explicações em termos de telepatia; ou se foram as orações afetando objetos físicos, você talvez diga que era psicocinese. Mas tais explicações servem só para substituir um conjunto de explicações que permanece fora do alcance da ciência mecanicista moderna, por outro conjunto de explicações. Não há nada na ciência mecanicista que possa admitir que meros pensamentos dentro de minha mente se moldem na forma das orações nem como pensamento positivo, para afetar coisas à distância. Simplesmente não pode acontecer.

A chave para entender a reza como um fenômeno científico exige, em meu ponto de vista, escapar da idéia da mente como alguma coisa dentro do cérebro. Se pensamos que nossas mentes são confinadas aos nossos cérebros – o senso comum – então o que vai em nosso cérebro ocorre na privacidade e isolamento do próprio crânio e não pode afetar ninguém mais. No entanto, eu vejo que mentes são como um campo na natureza (parte de minha visão geral de campos mórficos), e vejo campos mentais como a base para padrões habituais de pensamento. Campos mentais vão além; vão através, e interagem com os padrões eletromagnéticos no cérebro. Campos mentais assim podem afetar os nossos corpos pelos nossos cérebros. No entanto, eles são muito mais extensos que os nossos cérebros, alcançando grandes distâncias em alguns casos.

Tão logo nós temos idéia que a mente pode ser estendida por estes campos mentais, e sobre grandes distâncias, nós temos um meio de conexão através do qual o poder das orações poderiam funcionar. Nós não estamos mais lidando com um sistema puramente mecânico no cérebro, com absolutamente nenhum meio de ligar o cérebro e o efeito observado – para se isso haveria o caso em que o fenômeno das orações eficientes teriam que ser dispensadas como engano ou coincidência. Com um campo mental, no entanto, nós temos um meio para uma série inteira de conexões entre nós e as pessoas, animais e lugares que conhecemos e com quem nos preocupamos – com o resto do mundo, aliás. Quando oramos, esses campos mentais estendidos seriam o contexto em que as orações podem funcionar não-localmente.

Mente não-localizada

Claramente, isto não se eleva a uma teoria científica plenamente articulada das orações; isto é altamente especulativo. Mas, acredito, está também muito claro que necessitamos ter uma visão muito mais ampla de como a mente é estendida além do cérebro. Necessitamos uma teoria daquilo que eu chamo “mente estendida” ao contrário da vista científica convencional do “mente contraída” dentro do crânio, voltada para cima. Esta visão de uma mente contraída veio de Descartes no século 17.

É um modelo de consciência que separa nossas mentes do mundo inteiro ao redor de nós numa região pequena no cérebro – um modelo da mente que simplesmente contradiz toda a experiência direta. Por exemplo, quando vê esta página na frente de você, você a percebe como isto existe fora de você, não dentro do seu cérebro. Dizer que esta e todas as suas outras percepções são localizadas no seu cérebro é uma teoria, não uma experiência.

É importante, no entanto, não contemplar a mente estendida como algum campo amorfo, uma espécie de não-diferenciada Mente Universal. Eu não penso que nós devemos fazer um grande salto do conceito de uma mente contraída para uma mente universal ilimitada. Tal salto não é útil cientificamente.

Minha idéia de campos mórficos é que mesmo que sejam estendidos e não-locais em seus efeitos, eles ainda são partes de nossas mentes individuais e coletivas; mas não para ser igualada a alguma definitiva Mente Universal. Os campos mórficos não são Deus. São não-locais no sentido que eles podem se estender por distâncias imensas (como fazem, por exemplo, campos gravitantes), de modo que se orávamos sobre alguém na Austrália de meu lar em Londres o campo mórfico carregaria a informação e as orações poderiam funcionar.

Mas meu campo mental normalmente não se estenderia até Marte, por exemplo, porque não há nada para me ligar a alguém naquele planeta. Se eu conhecesse alguém que tivesse viajado até lá numa espaçonave, então haveria um elo. Para campos mórficos terem uma conexão mental, eu acredito que tem que haver algo que o liga à outra pessoa. Ainda que você nunca encontrasse a outra pessoa, eu acredito somente sabendo seu nome ou algo sobre ela parece ser bastante para estabelecer uma conexão, embora esta conexão possa ser mais fraca que entre as pessoas que se conhecem profundamente.

Você pode imaginar algo assim: quando duas pessoas fazem contato e estabelecem alguma conexão mental (talvez experimentado como afeto, amor, mesmo ódio) seus campos mórficos de fato tornam-se parte de um campo inclusivo maior. Então, se eles se separam um do outro, é como se suas porções particulares dos campos mórficos sejam esticadas elasticamente, de modo que aí permaneça uma “tensão mental” ou elo entre eles. Há algo assim que relaciona as duas pessoas.

Interação de Campos Mórficos

Campos mórficos são organizados em hierarquias de nested ou nichos. Por exemplo, há campos mórficos cercando os átomos nos nossos corpos, que estão dentro dos campos mórficos planos mais altos de moléculas, organelas, células, órgãos e membros, tudo que existe dentro do campo mórfico associado com o corpo inteiro. O campo de corpo, em volta, seria dentro do campo de relacionamentos que constitui uma família, dentro de um grupo social maior. As sociedades, em volta, são encerradas em ecossistemas, e os ecossistemas dentro do sistema planetário da Terra, ou “Gaia”. E por extrapolação, nós podíamos estender a série de campos mórficos de nested – ou nichos dimensionais, até que nós alcançamos algo além do planeta, do sistema solar e dos limites galácticos até incluir o universo inteiro.

Mesmo o campo de espaço-tempo de gravitação de Einstein é um campo cósmico universal segurando tudo junto e a ligar o universo inteiro; aliás, fazendo-o um universo. Vale a mesma coisa para com a Alma Mundial ou Anima Mundi da filosofia neo-platônica. Cinge o cosmos inteiro. Há níveis sobre níveis de campos mórficos dentro de campos, dentro do que nós somos encerrados. A vida humana é encerrada em campos vastamente maiores de organização. Sobre que grau eles estão conscientes, isto ainda permanece no reino da especulação. Mas suporia que campos de níveis mais altos não são menos, e sim provavelmente mais conscientes do que nós. Pensaria que eles são mais cientes, não simplesmente porque são maiores em tamanho, mas porque são mais inclusivos; contêm mais complexidade, e isto inclui mais possibilidades.

Penso que isso é uma maneira de interpretar doutrinas tradicionais sobre inteligências super-humanas, ou inteligências cósmicas; normalmente pensaram no cristianismo como a hierarquia dos anjos. A palavra “anjo” normalmente transporta a imagem de um jovem bonito com asas; mas isso é simplesmente uma representação pictórica. A doutrina tradicional por trás dessa imagem, no entanto, é de uma inteligência super-humano. E se o sistema solar e a galáxia têm inteligência, então talvez seja a de um anjo e de um arcanjo. Em algumas doutrinas cristãs tradicionais há, por exemplo, nove hierarquias de anjos ou níveis de inteligência. E veria estes como equivalente a inteligências, mentes ou organizações de campos em níveis diferentes de complexidade. Os anjos galácticos, por exemplo, cingiriam ou incluiriam sistemas solares, que em volta incluiriam planetas.

Isto é uma descrição de um cosmos que tem inteligência em cada nível, não que descreve a consciência como algo que emergiu de matéria inconsciente. Inteligência consciente estava aí para começar com alguma coisa. O lugar para procurar por isto não será em átomos nem em quantum (embora é possível que haja algum tipo de consciência aí), mas em sistemas solares e galáxias e no cosmos inteiro. É possível que sejam todos estes níveis diferentes de imaginação, inteligência, e mente por trás da organização cósmica. Todas as doutrinas tradicionais que eu conheço reconheceram algo desse tipo.

Notas & Referências

1. Para uma conversa estendida destas teorias, ver R. Sheldrake, Uma Nova Ciência de Vida: A Hipótese de Causa Formativa (Tarcher, 1981), e A Presença do Passado: Ressonância Mórfica e os Hábitos da Natureza (Vindima, 1988).

Fonte: http://jahmusic.vilabol.uol.com.br/rascultura/sheldrakeprayer.htm

Pesquisadores avaliam efeitos da espiritualidade sobre o organismo

Pesquisadores avaliam efeitos da espiritualidade sobre o organismo; segundo novo estudo, mais da metade dos médicos acreditam que fé influencia na saúde.

MARIANA BERGEL
colaboração para a Folha

Não importa qual é a crença nem se ela envolve um deus. O fato é que práticas como oração e meditação vêm se tornando, cada vez mais, alvo de estudo de pesquisadores da área da saúde, que investigam, em vários países, os efeitos da fé sobre o organismo humano.

“Antigamente, os médicos se lembravam da religião só quando o paciente parava de tomar um medicamento por causa dela. Hoje é comum perguntar sobre aspectos espirituais e religiosos para usá-los positivamente em um tratamento”, analisa o psiquiatra Alexander Moreira Almeida, coordenador do Nupes (Núcleo de Espiritualidade e Saúde), da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), em Minas Gerais.

Segundo uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos, já são muitos os médicos que enxergam uma ligação entre fé e saúde. Mais da metade (56%) dos profissionais entrevistados disseram acreditar que a religião e a espiritualidade têm uma influência significativa na saúde dos pacientes. Publicado no último mês no “Jama” (“Journal of the American Medical Association”), o levantamento foi feito com 2.000 médicos de diferentes especialidades.

“O estudo sugere que grande parte dos médicos não encontra barreiras entre ciência e fé. A maioria dos profissionais norte-americanos acredita que Deus intervém na saúde dos pacientes e, no entanto, continua a aplicar as últimas descobertas da ciência na sua prática”, disse à Folha o autor do estudo, Farr Curlin, professor de medicina da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. Outro estudo recente, publicado neste ano na revista científica oficial da Academia Americana de Neurologia, sugere que níveis mais elevados de espiritualidade e de práticas religiosas individuais estão associados a uma progressão mais lenta da doença de Alzheimer.

Para Tim Daaleman, pesquisador da Universidade da Carolina do Norte (EUA) e autor de vários estudos sobre a relação entre espiritualidade e saúde, a consciência dos efeitos da fé nos procedimentos médicos tem aumentado nos Estados Unidos.

“Alguns prognósticos vêm projetando uma visão da saúde que será mais inclusiva do que nossa compreensão atual, uma perspectiva global que coloca fatores espirituais ao lado das causas físicas, psicológicas e sociais”, afirma.

Variantes

Há várias hipóteses para explicar de que maneira a fé influencia na saúde. “Uma delas defende que esses indivíduos possuem uma rede de apoio social mais forte, enquanto outros estudiosos indicam que, com a fé, as pessoas encontram um sentido na vida, o que as ajuda a viver melhor, com mais esperança e com uma atitude mais positiva”, explica o psiquiatra Paulo Dalgalarrondo, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Com previsão de lançar um livro intitulado “Religião, Psicopatologia e Saúde Mental” ainda em 2007, Dalgalarrondo estuda o assunto há cerca de 20 anos.

O psiquiatra Alexander Almeida acrescenta outro fator que pode explicar os benefícios à saúde: comumente, uma pessoa religiosa tende a evitar comportamentos de risco. “Um religioso inicia sua vida sexual mais tarde, por exemplo, o que diminui as chances de uma gravidez na adolescência ou da contaminação por doenças sexualmente transmissíveis.”

Para Dalgalarrondo, é preciso levar em conta que a religiosidade também pode surtir efeitos negativos, especialmente para minorias sociais. “Há homossexuais que são bastante religiosos, e, em alguns casos, é gerado um conflito entre a fé do indivíduo e o que as denominações religiosas pregam”, diz.

Também há receio de que pessoas religiosas aceitem a vida de forma passiva, acreditando que uma força maior possa resolver todos os problemas e ignorando qualquer tratamento médico.

Equilíbrio celular

Enquanto a maioria dos estudos busca mostrar como a espiritualidade de um determinado paciente atua no seu organismo, uma pesquisa brasileira demonstrou a ação de orações feitas por religiosos sobre as células humanas.

Coordenada por Carlos Eduardo Tosta, pesquisador do Laboratório de Imunologia da UnB (Universidade de Brasília), a pesquisa foi realizada com 52 voluntários, estudantes de medicina da universidade. O resultado revelou que um dos principais mecanismos de defesa do organismo – a fagocitose – pode ser estabilizado com preces feitas à distância.

A cada semana, uma dupla fornecia amostras de sangue e respondia a um questionário sobre estresse. Um desses voluntários tinha sua foto encaminhada a dez religiosos de diferentes credos, que, semanalmente, faziam preces para aquela pessoa.

A metodologia adotada impedia que Tosta e os estudantes soubessem quem recebia as orações, para evitar a auto-sugestão. A análise dos exames de sangue feita após a semana de preces apontou maior estabilidade dos fagócitos – células de defesa do organismo – dos alunos que receberam as orações em relação aos seus exames anteriores. O experimento foi feito posteriormente com o grupo de alunos que não havia recebido as preces num primeiro momento e o fenômeno foi novamente observado.

Apesar dos resultados da pesquisa, a explicação para o fenômeno está longe de ser alcançada. “Quando testamos medicamentos novos, é possível quantificar os dados, mas a qualidade da prece é imensurável”, afirma Tosta.

Movimento

A partir da segunda metade do século 19 e ao longo do século 20, houve uma tendência a ver a religião como algo primitivo. À medida que o ser humano fosse evoluindo, dizia-se, os homens a abandonariam.

Personalidades como Sigmund Freud, que afirmava que a religião seria uma neurose obsessiva universal e um mecanismo de defesa imaturo, contribuíram para que ela ganhasse contornos negativos durante esse período, principalmente entre os intelectuais.

Estudos para avaliar a ligação entre religiosidade e saúde ganharam força no final do século 20. Muitos apresentaram resultados opostos às idéias de pensadores como Freud.

Nessa época, surgiu a neuroteologia, campo que estuda o processamento das emoções relacionadas à religião e à espiritualidade no cérebro.

Interessado no tema, o neurocirurgião Raul Marino Jr., da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), lançou, em 2005, o livro “A Religião do Cérebro”, onde explica o processamento desses fenômenos no órgão humano.

Ele defende que, se o cérebro é incumbido de processar emoções, aprendizados, noções de moralidade e afetividade, entre outras funções, é também responsável por validar a espiritualidade.

“Até agora se pensava que as manifestações espirituais se processavam no vácuo, mas hoje se sabe que o cérebro é o nosso computador”, afirma.

Contrário à linha de Marino, Paulo Dalgalarrondo diz que “a ciência não dá conta de todos os fenômenos, como o religioso”. “A idéia de que a ciência um dia vai explicar tudo é caricatural”, opina.

Fonte: Folha de São Paulo, Caderno Equilíbrio – 03 de maio de 2007.

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