Nos próximos dias, prefeitura vai disponibilizar em todas as unidades de saúde 100 mil doses de um complexo para os dois tipos da doença
Chico Siqueira
São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, vai combater a dengue com homeopatia. Nos próximo dias, 100 mil doses de um complexo homeopático serão distribuídas nas 23 unidades de saúde da cidade.
O objetivo é tentar bloquear a doença, evitando uma epidemia e tratando os moradores contra a dengue dos tipos clássica e hemorrágica. No ano passado, o município contabilizou mais de 12 mil casos de dengue. Neste ano, já há mais de 300 casos suspeitos e 60 confirmados.
A aplicação será feita em uma dose sublingual. Qualquer morador poderá receber o complexo, formado por três tipos de medicamentos: o Eupatorium 30 CH, retirado de uma planta americana; o Crotalus horridus 30 CH (veneno de uma cobra cascavel americana) e o phosphoros 30 CH (fósforo mineral).
“O Eupatorium já é usado e tem resultado comprovado contra a dengue clássica, o Crotalus é acrescentado para combater a dengue hemorrágica, e o fósforo mineral é usado no controle da coagulação do sangue”, explica o médico homeopata Renan Marino.
No ano de 2001, em caráter experimental, 2 mil doses de Eupatorium 30 CH foram aplicadas no bairro Cristo Rei, que era o mais infectado, reduzindo os casos da doença drasticamente. Hoje, o Cristo Rei é dos bairros com menos casos de dengue na cidade.
Segundo a Secretaria de Saúde municipal, o uso da homeopatia foi motivado pelos resultados observados em Cuba.
EXPERIÊNCIA
No ano passado, médicos cubanos usaram o modelo de aplicação do Eupatorium 30 CH desenvolvido por Marino para combater uma epidemia de dengue que lotou os leitos hospitalares de Havana. Além disso, o médico foi contratado para desenvolver uma vacina bioterápica contra a dengue no país a partir de abril.
Marino havia apresentado o modelo no Congresso Pan-Americano de Homeopatia, em Havana, em 2003.
O diretor técnico da secretaria, Antônio Caldeira, diz que a cidade já tem postos que disponibilizam remédios e tratamento homeopático, mas que esta será a primeira vez que ele estará em todas as unidades.
Segundo ele, enfermeiros e médicos da rede municipal foram treinados para aplicar o produto, cujo custo por unidade será de R$ 0,01. As 100 mil doses custarão apenas R$ 1 mil para os cofres públicos.
Cada morador que receber a dose deixará registrados nome, endereço e outros dados na unidade. Esses dados serão usados posteriormente para elaboração de estatísticas sobre a doença no município.
Outra cidade que poderá adotar o uso do complexo é Ribeirão Preto. A Secretaria de Saúde do município deverá assinar um convênio com o Instituto de Homeopatia Lamasson, do qual Marino é um dos pesquisadores responsáveis.
Fonte: http://www.estado.com.br/editorias/2007/02/06/ger-1.93.7.20070206.8.1.xml
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